Vacinação é a forma mais eficaz de prevenção da meningite, diz médica
Dia 24 de abril é marcado pelo Dia Mundial de Combate à Meningite, data que busca a conscientização da população
A meningite é um processo inflamatório das meninges
(membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal), causada por bactérias e
vírus, e que pode levar a óbito ou deixar sequelas. Problema de saúde pública
global, ganhou um dia próprio, 24 de abril, para conscientização.
De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano, cerca de
cinco milhões de casos são registrados em todo o mundo. No Brasil, os dados
registraram cerca de 15 mil em 2019, sendo 224 destes na cidade de Campinas.
Infectologista do Vera Cruz Hospital, Vera Rufeisen explica
que a vacinação é a forma mais eficaz de prevenção da doença, que pode ser
causada por uma grande variedade de microrganismos, entre eles bactérias,
vírus, fungos e protozoários. “A vacinação protege contra o tipo mais grave, o
bacteriano, que pode ser causado pelas bactérias Meningococo, Pneumococo e
Haemophilus. As meningites do tipo virais são, habitualmente, menos graves e
evoluem de forma benigna na maioria dos casos”.
A vacina é a intervenção médica de maior impacto positivo em
mortalidade após a descoberta dos antibióticos e pode prevenir uma grande
variedade de infecções graves.
“Em 1999, foi introduzida no país a vacina contra o Hib,
responsável por várias doenças invasivas, como meningites e pneumonias,
sobretudo em crianças. O Hib era a segunda causa mais comum de meningite
bacteriana no Brasil, atingindo, em sua maioria, menores de um ano. Com a
vacina, houve redução de mais de 90% no número de casos, incidência e número de
óbitos por meningite por H. influenzae”, adiciona Vera.
Para ela, a imunização é a forma mais eficaz de prevenção de
uma ampla variedade de doenças infectocontagiosas e deve ser estimulada para
evitar o retorno de infecções graves ao país. “Quando a maioria das pessoas é
imunizada para aquele agente, a diminuição da circulação do microrganismo faz
diminuir de forma expressiva o número de casos”. Quando o indivíduo é vacinado,
ele não apenas se protege: há também uma proteção coletiva para aqueles que não
puderam ser imunizados.
Além da vacina como forma de prevenção, a infectologista dá
dicas para evitar o contágio. “Evite locais com aglomeração e dê preferência por
ambientes ventilados. Higienize as mãos frequentemente e pratique a etiqueta
respiratória, cobrindo a boca e o nariz ao tossir ou espirrar”, sugere.
Cada tipo é transmitido de uma forma. As bacterianas
meningocócicas são transmitidas por contato direto com uma pessoa contaminada,
ao falar, tossir ou espirrar, seja ela assintomática ou doente; já as virais
têm predominância pela via fecal-oral, mas também podem ocorrer pela via
respiratória.
“Entre os sintomas estão febre alta, que surge subitamente,
dor de cabeça forte, rigidez no pescoço, vômitos, confusão mental e dificuldade
para se concentrar, convulsões, sensibilidade à luz, fraqueza e perda de
apetite. Em bebês e crianças, também pode haver agitação, sonolência e
irritabilidade”, destaca Vera.
Procurar por atendimento médico logo no início do
aparecimento dos sintomas é determinante para o diagnóstico precoce e
tratamento. “As meningites bacterianas são tratadas com antibioticoterapia e,
em algumas situações, terapia adjuvante com corticoides. Como é necessário o
suporte clínico adequado, a pessoa fica internada para tratamento. No caso das
meningites virais, como as causadas por enterovírus, faz-se o controle por meio
de medicamentos analgésicos, antipiréticos e outros para aliviar os sintomas, exceto
em alguns casos, como, por exemplo, com as infecções por Herpes simplex, quando
deve ser iniciada uma terapia antiviral”, detalha a infectologista.
No combate à doença, o Vera Cruz Hospital conta com uma
equipe multidisciplinar especializada para tratar o paciente de forma
individualizada e humanizada durante a permanência na unidade. “O tratamento
precoce e adequado dos casos reduz significativamente a letalidade da doença e
é importante para o prognóstico satisfatório. O quanto antes identificarmos a
patologia e iniciarmos a terapêutica apropriada, maiores as chances de termos
uma evolução favorável”, pontua a especialista.
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