Superlotação do HES coloca rede de saúde regional em estado de alerta
Principal unidade de saúde da cidade, que atende demanda
regional e estadual, registra carga ampliada com quase o dobro da capacidade de
leitos ocupada
Paulo Medina | Tribuna Liberal
A saúde pública da região vive dias de colapso. Dois dias depois do HC (Hospital das Clínicas) da Unicamp, em Campinas, pedir aos órgãos de urgência e emergência e à CROSS, que é a central de vagas estadual, para não encaminharem mais pacientes para a unidade devido à sobrecarga no local, o HES (Hospital Estadual Sumaré) passou a enfrentar a superlotação em seus leitos de emergência nesta quinta-feira (14). O Hospital Estadual Sumaré atende pacientes por agendamento e aqueles encaminhados pela central reguladora.
Em Sumaré, o Hospital Estadual, que tem 12 leitos, possui também 21 pacientes internados, ou seja, praticamente o dobro da sua capacidade. Já o HC da Unicamp tem 80 pacientes internados, sendo que somente 30 leitos – quase o triplo da capacidade. Ambas unidades também são referência em atender pacientes de alta complexidade.
A superlotação em Sumaré também ocorre após a Prefeitura de Campinas anunciar medidas de urgência na saúde. Entre elas, que começaria a transferir pacientes de baixa e média complexidade que estão em sua estrutura municipal para as cidades de origem.
Um encontro entre Campinas e o Estado está marcado para 19 de março. O prefeito Dário Saadi (Republicanos) pedirá ao secretário estadual de Saúde, Eleuses Paiva, mais leitos para as cidades da região de Campinas, além de programa de atendimento domiciliar a esses pacientes de baixa complexidade.
O DRS (Departamento Regional de Saúde) de Campinas, órgão estadual na região, trabalha junto aos municípios para mapear os pacientes ambulatoriais, ou seja, os casos considerados leves, do Pronto Socorro da Unicamp, com o objetivo de transferi-los aos serviços de origem, como Unidades Básicas de Saúde e Unidade de Pronto Atendimento.
“As ações envolvem a identificação dos motivos das buscas dos munícipes pela unidade, as causas sintomáticas e as orientações sobre a importância da entrada no Sistema Único de Saúde (SUS) pela Atenção Básica”, disse.
“No início de março, o Governo de São Paulo anunciou mais de meio bilhão de reais para a saúde da região de Campinas. Por meio dos repasses do IGM SUS Paulista, a SES destinará R$70.788.170,00 anualmente aos municípios da região para melhoria da atenção primária à saúde da região. Além disso, 102 prestadores filantrópicos da RMC receberão o montante mensal de aproximadamente R$27.440.602,17 por meio da nova Tabela SUS Paulista, que corrige o sub-financiamento da Tabela SUS Federal complementando com recursos do tesouro do estado”, completa.
O Hospital Estadual Sumaré informou ainda que, após a pandemia, notou um aumento expressivo da população da região na busca por atendimento médico na unidade, que atende demanda espontânea e pacientes de alta complexidade, via Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde.
“O HES trabalha em sua capacidade máxima, no entanto, o serviço prestado aos pacientes não é afetado. A unidade atua na identificação dos casos leves para, quando possível, encaminhar os pacientes para os hospitais municipais de origem. Além disso, o HES realiza trabalho contínuo de capacitação das equipes municipais e do Samu para agilizar os atendimentos de urgência e trabalhar na contrarreferência dos pacientes”.
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