Paulínia é a cidade com mais casos de dengue na região, aponta Estado
São 890 casos da doença no município, número que supera
disparadamente os registros de Sumaré e Hortolândia, cidades mais populosas da
região
Paulo Medina | Tribuna Liberal
Um alarmante dado divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde revelou que, apesar de seu menor porte populacional em comparação com Sumaré e Hortolândia, Paulínia é a cidade com o maior número de casos de dengue entre os cinco municípios da região. Os números acendem um alerta vermelho para a necessidade de medidas urgentes e eficazes para combater a proliferação do vírus.
De acordo com os dados estaduais, Paulínia apresenta 890 casos confirmados de dengue, sendo ainda mais preocupante o registro de 15 casos com sinais de alarme. Esses casos de alarme sinalizam a possibilidade de evolução para quadros graves de dengue, como era chamada a “dengue hemorrágica”. O município enfrenta uma batalha intensa contra o mosquito Aedes aegypti, vetor responsável pela transmissão da doença.
Comparativamente, Sumaré, com uma população maior, registra 484 casos positivos e seis casos de alarme. Hortolândia apresenta 195 casos, com dois de alarme, enquanto Monte Mor registra 82 casos, com cinco de alarme. Já Nova Odessa enfrenta 521 casos de dengue, 14 deles com sinal de alarme, além de quatro casos graves da doença.
A disparidade entre os números de Paulínia e outras cidades da região indica a necessidade urgente de uma ação coordenada entre autoridades de saúde, comunidade e setores econômicos para conter a propagação do vírus. Medidas de prevenção, conscientização da população e ações de combate ao mosquito vetor são cruciais para reverter esse quadro.
‘GUERRA’
Na última sexta-feira (8), em reunião de emergência, os prefeitos da RMC (Região Metropolitana de Campinas) deliberaram a realização de sete ações para o enfrentamento da epidemia de dengue que toma conta das cidades. Entre as medidas estão mutirões conjuntos, instalação de um Comitê Metropolitano de Dengue e a solicitação de apoio do Exército para ajudar as equipes nas ações de busca de focos do mosquito nas residências.
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, defendeu que todas as cidades que tenham índices epidemiológicos e sobrecarga na rede assistencial que justifiquem a situação de emergência editem o decreto municipal. Três cidades da RMC decretaram situação de emergência (Campinas, Jaguariúna e Pedreira) pela dengue.
O decreto de emergência dá a possibilidade de autorizar, se necessário, horas extras na saúde para abertura de centros de saúde nos finais de semana, ampliar equipes de nebulização, compra de insumos, soro para hidratação, contratar mais profissionais e uma sequência de ações para agir rapidamente.
Os prefeitos ainda decidiram pela mobilização de lideranças religiosas, empresariais e das imobiliárias, para multiplicar a conscientização para que cada pessoa cuide do quintal de casa para eliminar focos do mosquito; o reforço das ações de combate aos focos de mosquitos nas divisas da cidade; utilizar a telemedicina para o acompanhamento dos pacientes com dengue e evitar retornos nos centros de saúde e unidades de urgência e emergência; e o pedido ao Ministério da Saúde por vacinas. A região ficou de fora da lista do governo federal para receber os imunizantes por estar fora dos critérios estabelecidos pela União.
MUTIRÃO REGIONAL TENTA CONTER DENGUE nESTE SÁBADO
A região realiza mutirão para conter a dengue. Hortolândia participa do mutirão contra a doença, neste sábado (16). A ação foi definida na reunião do comitê sobre a doença, formado pelos 20 municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas), realizada nesta quarta-feira (13).
No mutirão, a UVZ (Unidade de Vigilância de Zoonoses), órgão da Secretaria de Saúde de Hortolândia, fará busca ativa e eliminação de criadouros de Aedes aegypti na região do Jardim Amanda. A ação está prevista para ser realizada das 8h às 13h. De acordo com o órgão, a expectativa é cobrir 25 quarteirões.
A ação consiste em visitas casa a casa pelos agentes para eliminar possíveis criadouros do Aedes aegypti. O objetivo é eliminar o inseto ainda na fase larval. Caso sejam encontradas larvas, os agentes recolhem algumas delas para identificação em laboratório. De acordo com a UVZ, 80% dos focos de criadouros estão nas casas das pessoas.
Os agentes também darão orientações para os moradores sobre como evitar a proliferação do mosquito. Eles ainda inquirem se algum ocupante da casa está ou apresenta algum sintoma de dengue. Em caso positivo, a orientação é para que a pessoa procure a UBS (Unidade Básica de Saúde), mais próxima de onde mora ou de referência, para receber atendimento e tratamento adequado e possibilitar que seja feita a notificação correta do caso.
Em Nova Odessa, está em andamento uma iniciativa de conscientização com palestras junto a alunos da Rede Pública de Ensino, bem como uma campanha informativa com anúncios em veículos de comunicação, vídeos e posts em redes sociais com orientações sobre como eliminar o mosquito. E, nos dois próximos sábados, (hoje, dia 16) e em 23 de março, a Prefeitura de Nova Odessa promove ainda dois mutirões voluntários em apoio ao trabalho dos agentes. Dezenas de voluntários vão “reforçar” as equipes de campo, inicialmente no Jardim Santa Rita 1 (no dia 16), e também no Jardim São Jorge (no dia 23).
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