Saúde
Secretário de Saúde, Wagner Tegon, explica como judicialização interfere nos investimentos da pasta

Monte Mor pedirá devolução de verba após assumir demandas de alto custo

Secretaria de Saúde tem arcado com atendimentos secundários, ou seja, serviços especializados e de maior complexidade que deveriam ser pagos pelo governo paulista; medicamentos por ordem judicial custam quase R$ 500 mil a cada mês

Paulo Medina | Tribuna Liberal

A Prefeitura de Monte Mor vai solicitar ao Governo do Estado a devolução de valores referentes a atendimentos de alto custo pagos pelo município, mas que deveriam ser financiados pelo Estado. A informação é do secretário municipal de Saúde, Wagner Tegon, e foi prestada durante reunião recente do Conselho Municipal de Saúde.

Segundo Tegon, a principal preocupação está nos atendimentos secundários de saúde, que englobam serviços especializados e de maior complexidade. Esses atendimentos deveriam ser custeados integralmente pelo Estado, mas, devido à falta de repasses adequados, a prefeitura tem arcado com os custos, comprometendo o orçamento municipal.

Para ele, a devolução desses valores é essencial para aliviar a sobrecarga financeira do município e garantir que os recursos locais sejam direcionados de forma mais eficiente para atender às demandas da população.

Devido à falta de repasses estaduais adequados para a saúde, o município tem assumido esses custos integralmente, gerando grande impacto nas contas da prefeitura. A devolução de valores é uma medida avaliada como necessária para evitar o colapso financeiro da prefeitura e permitir que recursos sejam alocados de modo estratégico.

Além disso, Tegon defende uma melhor integração do sistema de Gestão do Ciclo Ambulatorial de Saúde (GCASP) ao E-SUS, plataforma do Ministério da Saúde voltada à gestão dos serviços de atendimento. Essa medida, segundo ele, otimizará a administração dos atendimentos e garantirá maior transparência e eficiência na destinação dos recursos.

A prefeitura estuda a formalização do pedido ao Estado e busca soluções para equilibrar as contas da saúde municipal sem comprometer a qualidade dos serviços oferecidos.

Ação inédita

A Prefeitura de Monte Mor reunirá todos os servidores municipais em uma ação inédita contra a dengue. Neste sábado (15), todos os profissionais da prefeitura se unirão aos agentes de endemias, saúde e a população em um mutirão que acontecerá no Jardim Paviotti.

Das 8h às 12h, todos visitarão casas e terrenos do bairro em busca de possíveis criadouros do mosquito Aedes Aegypti. A prefeitura pede a colaboração de todos para que abram as portas de suas casas e recebam a equipe que além de procurar por larvas também passará informações importantes sobre como o mosquito se desenvolve e como evitar que isso ocorra. Monte Mor soma 217 casos de dengue em 2025.

A prefeitura afirma que não há nenhuma morte por dengue confirmada pelo município até o momento. O esclarecimento ocorre por causa de um caso que foi registrado no Hospital Samaritano, em Hortolândia, onde uma médica apontou a dengue como motivo da morte na declaração de óbito. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a própria médica solicitou que fosse realizado um exame pelo Instituto Adolfo Lutz para confirmar a causa do óbito. Dessa forma, a administração municipal aguarda o resultado do laudo para comprovação, que deve ser emitido nos próximos dias. Ainda de acordo com a nota, a médica responsável pelo caso deverá corrigir a declaração de óbito e alterar o motivo para “morte em investigação”, até que o resultado do exame seja oficialmente divulgado.

Monte Mor gasta R$ 450 mil/mês com medicamentos de ações judiciais 

A Prefeitura de Monte Mor informou que possui atualmente um custo mensal com os medicamentos provenientes de ações judiciais de cerca de R$450 mil. Muitos destes medicamentos estão na lista de alto custo que o Estado fornece.

“No entanto, até que o Estado comece a fornecer, o município é obrigado a arcar com esta despesa respondendo a ordem judicial. A burocracia do Estado é rigorosa, sendo assim, uma grande parte dos pacientes opta pela judicialização, que é rápida e tem efeito imediato obrigando o município a comprar”, explicou.

De acordo com a Secretaria de Saúde, ainda não há uma estimativa de qual será o valor de devolução que o município irá solicitar ao Estado, já que poucos municípios se debruçam neste direito.

“Hoje, Monte Mor tem uma procuradora dentro da Secretaria de Saúde, direcionada exclusivamente para atender a esta demanda, esperando equacionar esta situação e criar uma normativa em que a burocracia do Estado e a ‘facilidade’ judicial sejam equilibradas com um único propósito: o respeito ao paciente”, disse o secretário de Saúde, Wagner Tegon.       


Deixe um comentário