Saúde
Mães de crianças autistas aprovam trabalho do Centro de Autistas de Nova Odessa

Mães de crianças autistas aprovam trabalho do Centro de Autistas de Nova Odessa

Da Redação | Tribuna Liberal 

Mães de crianças atendidas gratuitamente pelo CAN (Centro de Autistas de Nova Odessa), inaugurado há cerca de um ano, aprovam o trabalho realizado até aqui pelas terapeutas e especialistas do serviço de Saúde. Atualmente, 50 crianças passam até quatro vezes por semana pelo local, com grandes avanços graças ao tratamento multidisciplinar e integrado. A prefeitura estuda formas de ampliar o número de vagas disponibilizadas para 2025. 

Um grupo de mães se reuniu nesta semana com representantes da administração municipal para passar suas experiências, vivências, solicitações e elogios ao Centro. Para Roseane Rodrigues, mãe de Ethan, de quatro anos, e de Esthevan, de dez anos, é possível perceber nitidamente a evolução de seus filhos graças ao trabalho realizado pelas profissionais do CAN. 

“Quando meu filho de quatro anos chegou em casa falando sua primeira palavra (pipoca), foi a maior alegria. Para ele, que é uma criança de nível dois de suporte, não-verbal, chegar em casa e falar sua primeira palavra, foi motivo de festa para toda a família. Além disso, ele entrou no CAN usando fraldas e foi com a ajuda das terapeutas e de toda a família, pois é um trabalho em conjunto, que conseguimos desfraldar ele” afirmou. 

“Já em meu filho de dez anos, também consigo perceber sua evolução. Ele é uma criança que não gosta muito de se socializar, que gosta de estar sempre fechado no quarto jogando videogame ou mexendo no celular. Mas hoje consigo ver sua evolução para sair de casa”, acrescentou. 

“Minha avaliação para o trabalho realizado pelo CAN é nota dez, porque elas trabalham em cima da metodologia ABA (Análise do Comportamento Aplicado) e oferecem quatro sessões de terapia semanais para meus filhos. Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido em Nova Odessa, meus filhos não tinham terapia nenhuma. Eu só conseguia ver meus filhos regredirem. E agora consigo ver a evolução deles”, finalizou Roseane. 

Gisele Lourenço Bertoldo, mãe de Isaac, de seis anos, disse que o CAN foi um divisor de águas em sua vida. “Eu não conseguia frequentar o supermercado ou festas com meu filho. Hoje ele é outra criança, ele consegue entender um ‘não’ e aceita. Depois que meu filho entrou no CAN, ele teve uma melhora sem explicação. Minha vida é outra depois que o CAN veio para Nova Odessa. Eu só tenho que agradecer a todos e à prefeitura por tudo”, afirmou. 

Juliana Medeiros, mãe de Samuel, de seis anos, teve uma experiência anterior traumática com fila de espera para atendimento. “Vim do Rio de Janeiro, onde fiquei um ano e meio em uma fila aguardando uma vaga para ter atendimento. Quando cheguei em Nova Odessa, em menos de dois meses consegui a vaga para meu filho autista no CAN. Foi algo surreal e tenho muito que agradecer a todos pela evolução do meu filho em todo esse tempo. Foi um trabalho de ‘formiguinha’ realizado ao longo desse tempo e todos os terapeutas falam que meu filho hoje é outra criança”, finalizou. 

O TRABALHO 

De acordo com a diretora do CAN, Paula Lima, “prestamos um serviço multidisciplinar e temos uma equipe completa com todas as terapeutas necessárias para os casos de autismo e oferecemos tratamento semanal para essas crianças”. “Os terapeutas todos conversam sobre o caso, pois é um problema que muitas mães enfrentam, que o filho passa por vários especialistas diferentes e eles não tem contato entre si, possibilitando a tomada de decisões mais assertiva sobre cada caso específico”, explicou a profissional. 

“No final de cada atendimento, é feito uma devolutiva aos pais para que eles entendam o trabalho que está sendo realizado com seus filhos e utilizamos a metodologia da ‘Análise do Comportamento Aplicado’, mais conhecido como ABA, que é cientificamente comprovado no tratamento das crianças autistas”, acrescentou. 

“Além das consultas em consultórios, também são realizados treinos de habilidades sociais, onde é possível entender como as crianças se comportam em ambiente natural, fora do consultório e da supervisão das terapeutas, possibilitando uma melhor orientação dos responsáveis visando sempre a melhor qualidade de vida das crianças”, completou a diretora do CAN. 

Através do SUS (Sistema Único de Saúde) municipal, o CAN oferece sessões de atendimento em diversas especialidades, como Terapia Ocupacional, Psicologia, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Psicopedagogia, além de consultas em Neuropediatria, contribuindo assim para o pleno desenvolvimento das crianças. Todo o atendimento é pago pela prefeitura. 

 

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