Hortolândia registra índice médio de transmissão de dengue, aponta análise
Prefeitura concluiu contagem de larvas do mosquito encontradas em imóveis visitados; resultado auxilia nas estratégias e ações de enfrentamento
Da Redação | Tribuna Liberal
Hortolândia registra o índice de Breteau de 1,5, considerado
médio. Este é o resultado da ADL (Análise de Densidade Larvária), realizada
pela prefeitura, neste mês. A análise é a contagem da quantidade de larvas do
Aedes aegypti encontradas nas casas visitadas pela UVZ (Unidade de Vigilância
de Zoonoses), órgão da Secretaria de Saúde. A ADL é um importante indicador que
mostra como está a infestação do inseto no município.
Os resultados obtidos na ADL auxiliam a prefeitura a traçar
novas estratégias ou reforçar ações de enfrentamento e prevenção ao mosquito e
a dengue, já de olho no verão, previsto para começar no dia 21 de dezembro.
Vale ressaltar que o mosquito costuma ser mais ativo nessa estação, quando as temperaturas
são mais altas.
O veterinário da UVZ, Evandro Alves Cardoso, ressalta que o índice registrado pelo município neste mês pode ser considerado baixo. “Apesar de estar calor, o índice obtido na ADL deste mês, que foi 1,5, pode ser considerado relativamente baixo se considerarmos esta época do ano. A expectativa era ter um índice maior do que 1,5. Portanto, consideramos satisfatório o índice registrado. Isso se deu, principalmente, pelo fato de terem ocorrido poucas chuvas. Com isso as larvas não tiveram tempo para se desenvolverem”, explica Cardoso. O especialista salienta que os ovos depositados pela fêmea do Aedes aegypti precisam de água para eclodir.
AMOSTRAGEM
Ainda segundo o veterinário, a ADL é realizada por
amostragem. São visitados, em média, 600 imóveis em cada uma das cinco regiões
que compõem o município, totalizando três mil imóveis visitados. A definição
dos quarteirões a serem percorridos pelas equipes é feita por sorteio.
Durante a realização da ADL, as equipes da UVZ visitam
imóveis residenciais para investigar locais onde podem haver larvas do Aedes
aegypti e eliminá-las, assim como os criadouros onde foram encontradas. As
equipes recolhem, identificam e contabilizam algumas larvas para gerar o
chamado Índice de Breteau, que mede a quantidade de larvas encontradas. O
índice é dividido em três escalas: de zero a um, considerado baixo; de um a
quatro, médio; e acima de quatro, alto.
A ADL é realizada três vezes ao ano: janeiro, julho e outubro. De acordo com a UVZ, a ADL de outubro do ano passado foi 5,3. A análise registrada em janeiro deste ano foi 7,2. Já o índice registrado em julho deste ano foi um, número que ficou dentro da expectativa do órgão. Em julho, época do inverno, a tendência é que a ADL seja baixa por causa das temperaturas mais frias que caracterizam a estação.
BUSCA ATIVA
Com a conclusão da ADL, a UVZ retoma outra importante ação
de combate ao Aedes aegypti. Nesta semana, as equipes do órgão voltam a
executar a busca ativa. Nesta semana, os agentes percorrem as regiões do Jardim
São Jorge e Jardim Villagio Ghiraldelli. A busca ativa é feita a cada semana em
áreas da cidade onde foram registrados casos positivos de dengue.
A busca ativa consiste em visitas a imóveis residenciais
feitas pelos agentes para eliminar possíveis criadouros do mosquito. O objetivo
é eliminar o inseto ainda na fase larval. Caso sejam encontradas larvas nos
imóveis visitados, as equipes recolhem algumas delas para identificação em
laboratório. De acordo com o órgão, 80% dos focos de criadouros estão nas casas
das pessoas.
Nas visitas, os agentes também dão orientações aos moradores
sobre como evitar a proliferação do Aedes aegypti. Eles ainda inquirem se algum
ocupante da casa está com algum sintoma de dengue, zika ou chikungunya. Em caso
positivo, a orientação é para que a pessoa procure a UBS (Unidade Básica de
Saúde) mais próxima de onde mora ou de referência.
A prefeitura reforça a solicitação para que os moradores
permitam a entrada em suas casas dos agentes da UVZ. Eles estão identificados
com crachá e uniforme. Para saber em quais ruas e regiões será feita a ação, a
população pode entrar em contato com o órgão pelos telefones (19) 3897-3312 ou
(19) 3897-5974.
De acordo com a UVZ, Hortolândia registra neste ano 14.736 casos notificados de dengue, dos quais 4.150 positivos e sete óbitos. Já de Chikungunya são 22 casos notificados, sendo dois positivos e nenhum óbito. Neste ano, o município ainda não registra nenhum caso de Zika.
VACINA CONTRA DENGUE
Em paralelo à ADL e à busca ativa semanal em diferentes
regiões da cidade para eliminar larvas e criadouros de Aedes aegypti, a
Prefeitura de Hortolândia segue com a vacinação contra a dengue. Para estimular
a adesão do público-alvo de 6 a 16 anos, a vacinação é feita diariamente em
algumas UBSs. O horário de vacinação é das 8h às 15h30.
Em razão da baixa adesão à vacinação e a fim de evitar a
perda de doses por causa do prazo de validade, a Prefeitura ampliou, no dia 1º
deste mês, a faixa etária de 6 a 16 anos para receber a vacina. A Prefeitura de
Hortolândia reforça que o imunizante continua disponível nas UBSs para o
público-alvo. O esquema vacinal contra a Dengue é com duas doses. O intervalo
entre a primeira e a segunda dose é de três meses.
Por isso, a administração municipal reforça a orientação às
famílias e aos responsáveis para levar crianças e adolescentes que já tenham
tomado a primeira dose para receber a segunda dose. Mesmo que o prazo entre a
1ª dose e a 2ª dose tenha ultrapassado três meses, a criança ou o adolescente
podem receber a segunda dose. Hortolândia iniciou a vacinação contra a dengue
em abril deste ano, para crianças e adolescentes de dez a 14 anos. Já a
aplicação da segunda dose começou no dia 1julho, exatamente três meses depois,
conforme a orientação técnica preconizada pelo Ministério da Saúde.
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