Hortolândia lança projeto piloto para levar música a pacientes acamados
Objetivo da ação realizada pela prefeitura é humanizar
atendimento a pacientes que recebem acompanhamento do município
Da Redação | Tribuna Liberal
Arte faz bem à saúde. Com base nessa tese já comprovada pela
ciência, a Prefeitura de Hortolândia inicia um projeto piloto para levar música
a pacientes acamados que vivem com suas famílias ou parentes. A iniciativa é do
Pado (Programa de Atendimento Domiciliar), da Secretaria de Saúde, em parceria
com o Departamento de Direitos Humanos, órgão da Secretaria de Governo.
A ação consiste em
visitas domiciliares, nas quais as equipes da prefeitura tocam música para os
pacientes. A parte musical fica a cargo do projeto de atividades adaptadas com
percussão desenvolvido pelo DDH (Departamento de Direitos Humanos).
De acordo com a diretora de Atenção Especializada da
Secretaria de Saúde, Fátima Gomes, o objetivo de implantar o projeto piloto é
oferecer atendimento mais humanizado a pessoas com deficiência ou limitações
com variados graus de gravidade.
“Por meio dessa ação intersetorial com o Departamento de
Direitos Humanos, queremos levar a humanização para dentro dos lares dos
pacientes atendidos pelo Pado. Proporcionar um momento de descontração com
música para os pacientes”, explica a diretora.
Nesta semana foram realizadas as primeiras visitas a dois
pacientes que são atendidos e recebem acompanhamento do Pado. Eles foram
selecionados mediante concordância de suas famílias. Um dos pacientes visitados
é M.V.F., de 34 anos. Ele foi vítima de um acidente de trânsito que provocou
sequelas e afetou sua coordenação motora.
De acordo com a diretora Fátima Gomes, que acompanhou a
visita, o paciente demonstrou ter se emocionado com a música. “Foi muito
comovente. Ele ficou bastante emocionado. Notamos lágrimas escorrendo dos olhos
dele”, relata a diretora.
A MÚSICA É TERAPÊUTICA
O outro paciente visitado é G.F.S., de 29 anos. Ele sofreu
um problema no cérebro que afetou suas capacidades de se locomover e falar.
Atualmente, ele passa por reabilitação, realizada pelo Pado.
A professora Vera Lúcia Ferreira de Amorim, irmã do
paciente, elogia o projeto piloto da prefeitura. “Gostamos muito da visita.
Tanto que já queremos que a equipe da Prefeitura volte mais vezes. Meu irmão
ficou contente. A música é terapêutica e o ajuda a resgatar memórias. Ele gosta
de MPB e de artistas como Belchior, Raul Seixas e Marisa Monte. Graças ao
trabalho de reabilitação feito pelo Pado, meu irmão já tem conseguido voltar a
se comunicar e ficar sentado”, destaca a professora.
Durante a visita, o paciente ficou tão animado que tocou
percussão junto com a equipe. “Foi um momento emocionante. Nós o estimulamos, e
ele tocou com a gente. Cantamos para ele algumas músicas de samba. Esse projeto
piloto em parceria com a Secretaria de Saúde é uma experiência muito
gratificante, pois levamos alegria e música para os pacientes. Eles se
emocionaram muito com as visitas”, destaca o servidor municipal Alexandre
Amaro, coordenador do projeto de atividades adaptadas com percussão do DDH.
De acordo com a diretora Fátima Gomes, a ideia é realizar
visitas a outros pacientes atendidos pelo programa, cujas famílias ou parentes
concordem em abrir suas casas para receber a equipe do projeto piloto.
PADO
O Pado é um programa da Secretaria de Saúde que realiza o
atendimento e o acompanhamento domiciliar de pacientes (adultos, idosos e
crianças) que utilizam algum tipo de dispositivo terapêutico, têm dificuldade
de locomoção e que vivem acamados.
O programa conta com equipe multidisciplinar, formada por
profissionais de diferentes áreas médicas, como pediatria, fonoaudiologia,
fisioterapia, nutrição, assistência social e enfermagem. Atualmente, o Pado
atende 150 pacientes.
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