Saúde
Período quente e chuvoso é a época em que este tipo de acidente mais acontece

Estado cria ferramenta com pontos de soro a vítimas de animais peçonhentos

Além de facilitar a localização dos pontos de distribuição de soro, Mapa Interativo visa diminuir o tempo entre o acidente e o tratamento, possibilitando que a vítima seja levada imediatamente ao serviço de saúde mais próximo

Da Redação | Tribuna Liberal

A Secretaria de Estado da Saúde lançou uma ferramenta online para facilitar a localização e identificação dos 220 pontos de atendimento soroterápico para vítimas de escorpião, aranha, serpente e lagartas. O Mapa Interativo, desenvolvido pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), fornece as informações necessárias para buscar ajuda em emergências, sobretudo, no período quente e chuvoso, época em que este tipo de acidente mais acontece.

Em 16 de janeiro, o menino Lucas Miguel Barbosa, de 5 anos, morreu depois de uma possível picada de escorpião. Ele estava internado no HES (Hospital Estadual Sumaré). A criança tinha sido picada por um bicho peçonhento em um condomínio residencial, instalado no bairro Jardim Maria Antonia. O bicho não foi identificado e nem capturado.

Em 2023, o Estado de São Paulo registrou 70.800 acidentes notificados com animais peçonhentos e 23 óbitos, sendo que 444 acidentes ocorreram na capital. Os municípios com mais registros foram Araçatuba (7.340 casos), São José do Rio Preto (6.753 casos) e Ribeirão Preto (4.174 casos).

Além de facilitar a localização dos pontos de distribuição de soro, o Mapa Interativo visa diminuir o tempo entre o acidente e o tratamento, possibilitando que a vítima seja levada imediatamente ao serviço de saúde mais próximo e receba o tratamento adequado em um menor espaço de tempo.

“Fatores como o aumento da urbanização, desmatamento, turismo ecológico e alterações climáticas podem estar relacionados ao crescimento de casos. O aumento da oferta de detritos alimentares proporciona um ambiente ideal para a proliferação de roedores e baratas, que por sua vez possibilita aumento do número de serpentes, escorpiões e aranhas em convívio mais próximo com o ser humano”, explica a médica veterinária do CVE, Gisele Freitas.

Crianças de até 10 anos precisam receber o soro antiescorpiônico em até 1h30 após terem sido picadas por escorpião. “Se uma criança saudável começar a chorar intensamente e aparentar muita dor, é necessário pensar em acidente com escorpião e procurar atendimento médico imediatamente”, alerta a especialista. Para acessar a ferramenta, clique no endereço: https://cievs.saude.sp.gov.br/soro/.

De acordo com a Divisão de Zoonoses do Centro de Vigilância Epidemiológica, até 16 de janeiro deste ano, foram registrados 472 casos, sendo 317 envolvendo escorpiões e os demais por animais como aranha-marrom, aranha-armadeira e serpentes.

“Neste período do ano, há condições climáticas propícias para a reprodução dos animais, uma vez que altas temperaturas e precipitações favorecem condições ambientais e maior disponibilidade de alimentos”, afirma a médica veterinária.

O que fazer em caso de acidente?-

- Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento adequado em tempo;

- Lavar o local da picada com água e sabão;

- Não fazer torniquete ou garrote;

- Não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no local da ferida;

- Não aplicar folhas, pó de café ou terra (pode provocar infecções);

- Não ingerir bebida alcoólica, querosene ou fumo, como é costume em algumas regiões do país;

- Se não oferecer risco, acondicionar o animal em frasco tampado ou fotografá-lo para facilitar a identificação e tratamento adequado.

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