Estado confirma primeiros casos de varíola dos macacos em Sumaré
Segundo a prefeitura, pacientes têm 26 e 28 anos e são moradores do Matão e Picerno; profissionais da saúde passaram por treinamento
A Secretaria de Estado da Saúde confirmou, nesta segunda-feira (15), os primeiros casos de varíola dos macacos em Sumaré. De acordo com o boletim, o município tem dois casos confirmados, igualando-se a Paulínia, que também registra dois casos. Na região, Hortolândia e Nova Odessa também aparecem no boletim com dois casos positivos. Com a atualização do boletim, a RMC (Região Metropolitana de Campinas), chega a 49 casos confirmados. No Estado de São Paulo, são 2.019. De acordo com a Prefeitura de Sumaré, os pacientes são do sexo masculino, com 26 e 28 anos, moradores da região do Matão e Picerno, respectivamente.
Segundo a superintende da Vigilância Epidemiológica, Denise Barja, os pacientes estão em isolamento domiciliar, sem agravamento, e sendo monitorados por equipes da Secretaria Municipal de Saúde. Até o momento, o município conta com dois casos descartados e dois aguardando confirmação. O secretário de Saúde de Sumaré, Rafael Virginelli, afirma que os cuidados e orientações sobre a doença serão reforçados. Uma sala de situação, composta por equipes dos setores da pasta envolvidos, foi montada para monitorar a doença no município.
Os profissionais da pasta passaram ainda por uma capacitação sobre a varíola dos macacos. No encontro, foram abordados temas como a situação atual da doença, sua transmissão, investigação epidemiológica, manejo clínico, cuidados domiciliares, diagnóstico laboratorial, tratamento e monitoramento. Além disso, a formação tratou da coleta de material, notificação e cadastro das amostras.
“Desde segunda-feira (15), todas as unidades de saúde estão preparadas para atender à população, de forma a realizar o diagnóstico adequadamente. As pessoas que procurarem uma unidade de saúde com sintomas da doença serão atendidas e orientadas por nossos profissionais que estarão preparados”, afirma Virginelli.
A prefeitura orienta para que as pessoas procurem a unidade mais próxima da sua residência ou uma unidade de referência caso haja suspeita de contaminação. Além das unidades de saúde, Sumaré conta com o HES (Hospital Estadual de Sumaré), hospital de referência para atendimentos de casos graves da doença na região.
Sintomas da Monkeypox
- O principal sintoma é o aparecimento de lesões parecidas com espinhas ou bolhas, que podem surgir no rosto, dentro da boca ou em outras partes do corpo, como mãos, pés, peito, genitais ou ânus;
- Caroço no pescoço, axila e virilhas;
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Calafrios;
- Cansaço;
- Dores musculares.
Prevenção contra a Monkeypox
- Evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele;
- Evitar beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém com a doença;
- Higienização das mãos com água e sabão e uso de álcool gel;
- Não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos, objetos pessoais ou brinquedos sexuais;
- Uso de máscaras, protegendo contra gotículas e saliva, entre casos confirmados e contactantes.
O boletim da Secretaria Estadual reforça que o atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. O vírus da Monkeypox, que faz parte da mesma família da varíola, é transmitido entre pessoas e o atual surto tem prevalência de transmissão de contato íntimo e sexual.
A infectologista Rebecca Saad, coordenadora do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”), ressalta que embora, atualmente, o meio de transmissão predominante identificado pelos especialistas seja por relações sexuais, a varíola dos macacos não pode ser classificada como uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), uma vez que não foi comprovada a transmissão por fluídos sexuais. “O vírus monkeypox é transmitido por qualquer forma de contato próximo, isso inclui a relação sexual, mas não somente ela.”
A médica clínica Cecille Gribell ainda orienta o uso de máscara para evitar contato com gotículas e saliva, bem como a frequente higienização das mãos, hábitos propagados durante a pandemia de Covid-19 e que também têm importante eficácia no controle da transmissão da varíola dos macacos.
“A doença tem baixa letalidade, cerca de 1%, acometendo, em sua maioria, pacientes imunossuprimidos e idosos. No entanto, quando a doença leva a infecções secundárias, é necessário avaliação médica e acompanhamento com especialista, incluindo uso de antibióticos”, reitera Cecille.
As especialistas reforçam que, em casos suspeitos e positivos da doença, deve-se fazer o isolamento evitando contato com outras pessoas e compartilhamento de objetos, medida que contribui para reduzir a propagação do vírus.
Sem uma vacina específica, pesquisadores identificaram três imunizantes contra a varíola humana que podem também atuar no combate à varíola dos macacos. Segundo o Ministério da Saúde, as tratativas para aquisição da vacina monkeypox estão em andamento junto à OMS.
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