Saúde
Monte Mor: agentes de saúde durante trabalho porta a porta de combate à dengue

Aumento de casos de dengue na região exige cuidado redobrado da população

Já são mais de 1.500 pessoas diagnosticadas com a doença em Hortolândia, Nova Odessa e Monte Mor, de janeiro a agosto deste ano; Ministério da Saúde reforça que prevenção é o melhor remédio para moradores

Cuidados simples como manter o quintal limpo, caixas d‘água e tambores bem fechados podem afastar o mosquito Aedes aegypti das residências e evitar novos casos de dengue na região. De janeiro a agosto deste ano,1.595 pessoas em Hortolândia, Nova Odessa e Monte Mor foram diagnosticadas com a doença, que pode levar à morte. 

Os dados são das secretarias municipais de Saúde. Sumaré e Paulínia não forneceram as informações até o fechamento desta edição. Levantamento do Ministério da Saúde aponta que caixa d ‘água e tambores estão entre os principais criadouros de dengue encontrados nas casas. Em maio, o órgão federal lançou a campanha nacional de combate às arboviroses com apelo à população para ajudar a prevenir a doença (veja reportagem nesta página).

O número de casos confirmados de dengue nos três municípios da região já é 11,7% maior do que os 1.428 registrados nos oito primeiros meses do ano passado. Em Hortolândia, município onde os casos confirmados de dengue caíram de 1075, em 2022, para 1036, de janeiro a agosto deste ano, a Secretaria de Saúde observa que 193 notificações ainda aguardam encerramento.

“Neste ano, as notificações aumentaram cerca de 16%. Foram confirmados menos casos que no mesmo período do ano anterior, porém, temos 193 casos aguardando encerramento”, afirma nota da Secretaria, por meio da Assessoria de Imprensa.

A Secretaria de Saúde de Hortolândia realiza, toda semana, busca ativa e eliminação de criadouros do Aedes aegypti em diferentes regiões da cidade. A ação casa a casa consiste em visitas dos agentes de saúde para fazer busca ativa e eliminar criadouros ainda na fase larval do mosquito.

A Prefeitura pede apoio da população no trabalho preventivo ao manter quintais limpos, recolher recipientes e objetos que possam acumular água parada como garrafas PETS, embalagens plásticas, pneus velhos, dentre outros. Materiais recicláveis devem ser descartados de modo correto nos PEVs, disponíveis em todas as regiões.

Em Monte Mor, a Assessoria de Imprensa da Prefeitura informou que o Departamento de Endemias realiza atividade de ADL (Avaliação de Densidade Larvária) no município, com objetivo de avaliar por meio de amostragem a incidência de larvas do Aedes aegypti e traçar ações de combate. O município registrou, de janeiro a agosto deste ano, 214 casos confirmados de dengue. Em 2022, foram 71.

O trabalho, que segue as diretrizes do Ministério da Saúde, consiste em vistorias de imóveis no município, com o objetivo de localizar criadouros, coletar e identificar larvas do Aedes aegypti. As áreas a serem vistoriadas, segundo a equipe de combate ao mosquito, são determinadas através de um sorteio eletrônico.

Além disso, o Departamento de Endemias trabalha, também, em outras frentes como os IEs (Imóveis Especiais), locais onde tem grande circulação de pessoas (comércio em geral) e PEs (Pontos Estratégicos), locais onde tem pouca circulação de pessoas, mas com grande quantidade de recipientes, que podem servir de criadouro do mosquito (como borracharias, recicladores etc.).

TRABALHO PERMANENTE

A Equipe do Setor de Zoonoses da Prefeitura de Nova Odessa também realiza trabalho permanente de prevenção à dengue, conforme informações do portal de notícias da Administração. De acordo com a Secretaria de Saúde, 80% dos criadouros estão dentro da casa das pessoas. O órgão destaca que a redução de criadouros ainda é a melhor solução para prevenir mosquitos e as doenças transmitidas pelos insetos. Segundo a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, Nova Odessa confirmou 345 casos de Dengue de janeiro a agosto deste ano. No mesmo período de 2022, foram 282.

CAIXAS D’ÁGUA E TAMBORES ABERTOS SÃO PRINCIPAIS CRIADOUROS DOMÉSTICOS

Caixas d‘água e tambores abertos são os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti encontrados nas residências, segundo levantamento do Ministério da Saúde. Esses recipientes representam 39,60% do total, seguido de vasos, garrafas, calhas, lajes, depósitos naturais e bromélias (36,45%) e pneus e recipientes plásticos (23,95%). Os dados estão disponíveis no Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br) que fornece informações sobre as doenças causadas pela picada do mosquito Aedes Aegypti e a situação epidemiológica do País

Além de apontar os principais vilões no combate à dengue, o Painel orienta como manter o quintal livre do mosquito. Evitar acúmulo de inservíveis, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água, além de receber a visita do agente de saúde são algumas orientações básicas.     

SINTOMAS DA DENGUE

- Febre alta, superior a 38°C

- Dor no corpo e articulações

- Dor atrás dos olhos

- Mal-estar

- Falta de apetite

- Dor de cabeça

- Manchas vermelhas no corpo

CAMPANHA NACIONAL PEDE UNIÃO NO COMBATE À ARBOVIROSES

Diante do aumento de casos de dengue, chikungunya e zika, o Ministério da Saúde lançou, em maio, a campanha nacional para o combate das arboviroses. Com a mensagem “Brasil unido contra a Dengue, Zika e Chikungunya”, a mobilização alerta sobre os sinais e os sintomas das doenças, além de formas de prevenção e controle do mosquito Aedes Aegypti.

 “A ideia da campanha de comunicação é alertar que, quanto mais rápido você identificar os sinais e sintomas e buscar o serviço de saúde, mais rápido teremos o diagnóstico e vamos conseguir ter um desfecho adequado de redução dos óbitos”, reforçou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

Fatores como a variação climática e aumento das chuvas, o grande número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipos do vírus são fatores que podem ter contribuído para o crescimento dos casos de dengue em todo o País, segundo a Vigilância em Saúde. De acordo com o órgão, os estados com maior incidência de dengue são: Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre e Rondônia.

Os sintomas da dengue, zika e chikungunya são parecidos. Incluem febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais. A orientação do Ministério da Saúde é para que a população procure o serviço de saúde mais próximo da residência assim que surgirem os primeiros sintomas.   

VACINA PODE ESTAR DISPONÍVEL NO SUS ATÉ O FINAL DE 2024

A vacina contra a dengue deve estar disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) até o final do ano que vem, segundo informações do Ministério da Saúde à Agência Câmara de Notícias. Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério apontavam mais de 1,5 milhão de casos de dengue no Brasil e 918 mortes, até 17 de agosto, data da última atualização do site.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a vacina contra a dengue em março. Segundo a agência de notícias, o Ministério da Saúde explicou que ainda levará um tempo para o imunizante estar disponível para a população porque o órgão “aguarda o posicionamento oficial da OMS (Organização Mundial da Saúde)”.

A previsão de incorporação desta vacina no SUS, segundo o Ministério da Saúde é de aproximadamente um ano e meio, informa a Agência Câmara de Notícias. Em março deste ano, o governo federal criou o COE Arboviroses (Centro de Operações de Emergência) para apoiar estados e municípios no combate à dengue.

As ações do comitê incluem a elaboração de informes, de notas técnicas e informativas, apoio local, ações de capacitação e distribuição de sorologias e inseticidas.

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