Saúde
Sumaré: vacinação contra a Covid-19 reduziu em 84% casos de mortes pela doença entre 2021 e 2022

53 mil pessoas estão sem tomar a 1ª dose da vacina contra Covid na região

Dois anos após início da vacinação contra o coronavírus, parte da população de Sumaré, Nova Odessa e Hortolândia ainda não compareceu aos postos de saúde para receber o imunizante, informam secretarias

Beth Soares | Tribuna Liberal

Dois anos depois da liberação da vacina contra a Covid-19 no Brasil, pelo menos 53 mil pessoas da região ainda estão sem tomar uma única dose do imunizante para se proteger da doença. Os dados são das secretarias de saúde de Sumaré, Hortolândia e Nova Odessa. Desde o início da pandemia, em março de 2020, até agora, esses municípios registram, juntos, 202.051 casos da doença e 2.340 mortes. O Ministério da Saúde alerta: a vacina é a melhor solução para conter o avanço do vírus causador da doença. O órgão federal e as prefeituras convocam a população para procurar os postos de saúde para receber a primeira dose do imunizante ou completar o esquema vacinal.

Em Sumaré, 86% da população está com o esquema vacinal contra a Covid-19 completo. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 90%. A Secretaria de Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que 36.111 pessoas ainda não tomaram nenhuma dose da vacina, o equivalente a 13% da população. Desde o início da pandemia, o município contabiliza 47,4 mil casos da doença e 1.125 mortes.  “A população precisa se conscientizar e receber o imunizante o quanto antes para sua proteção e a proteção do outro. Hoje, o maior desafio é manter os hábitos de prevenção e a cobertura vacinal de rotina”, afirma nota da Secretaria de Saúde.

Hortolândia tem 90,36% da população com o esquema inicial de vacinação completo (duas doses), conforme dados da Vigilância Epidemiológica. No município, faltam aproximadamente 10.000 pessoas, sendo a grande maioria do público infantil, para iniciar o esquema vacinal, informou o órgão municipal de saúde. Hortolândia registrou, nos últimos três anos, 157 mil casos de coronavírus e 887 óbitos.

Para quem ainda não finalizou o esquema vacinal, a Prefeitura de Hortolândia oferece vacina nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), das 8h às 15h30. De acordo com a Secretaria de Saúde, não é necessário reiniciar o esquema de vacinação, pois toda dose aplicada é considerada válida. Será somente completado o esquema vacinal já iniciado.

“Com a flexibilização das medidas sanitárias de combate à pandemia, a população pode ter a falsa sensação de que o vírus não existe mais, ou que não é capaz de trazer consequências para as pessoas. E até mesmo o entendimento errôneo de que não há necessidade de realizar os reforços preconizados da vacinação”, esclarece nota da Secretaria de Saúde de Hortolândia.

Com 328 pessoas mortas pela Covid-19, de março de 2020 até março de 2023, a Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Nova Odessa alerta para a importância da vacinação de crianças, que ainda está abaixo da meta (veja reportagem abaixo). O vacinômetro do município, disponível no site da Prefeitura (www.novaodessa.sp.gov.br), registrava, na quinta-feira (20), um total de 12.495 casos da doença, desde o início da pandemia.

Também apontava que 89,30% da população tomou a primeira dose da vacina. Isso significa que 10,1% dos moradores não procuraram os postos de saúde para receber o imunizante. O percentual de faltosos equivale a 6.077 pessoas dos mais de 60 mil habitantes.

VACINAS EM DIA

O Ministério da Saúde intensifica o trabalho para alcançar pelo menos 90% da população vacinada. Em fevereiro, lançou o Movimento Nacional pela Vacinação com uma série de ações que visam o aumento das coberturas vacinais contra diversas doenças, dentre elas, a Covid-19. No caso da imunização contra o coronavírus, informa o Ministério, estão sendo utilizadas também as vacinas bivalentes, que protegem contra o vírus original, a variante ômicron e suas subvariantes. As vacinas bivalentes e monovalentes são igualmente eficazes e protegem contra a Covid-19, ressalta o governo federal.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, destaca que vacina protege a saúde de quem se imunizou e, também, das pessoas à sua volta, especialmente as mais vulneráveis ou que possuam alguma comorbidade, como diabetes e hipertensão. “Vacinação é uma estratégia coletiva. Precisamos do maior número de vacinados em todos os lugares”, frisa Ethel Maciel.

Enfermeira faz apelo para pais levarem crianças para vacinar

Além de imunizar toda a população adulta, outro desafio dos órgãos de saúde é ampliar a cobertura vacinal contra a Covid-19 nas crianças de zero a 11 anos de idade. Na região, os municípios ainda não alcançaram a meta de 90% desse público-alvo. A enfermeira Paula Mestriner, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Nova Odessa, faz um apelo aos pais.

“A orientação é para que os responsáveis levem as crianças para receberem a vacina contra a Covid e a Influenza. Todo dia tem reportagens nos jornais e TVs sobre a superlotação nas internações pediátricas dos hospitais da região, por problemas respiratórios. E os vírus responsáveis pela maior quantidade de internação ainda é o da Covid, seguido pelo da Influenza. Vacinar as crianças significa protegê-las e salvá-las de complicações, sequelas ou internação”, convoca Paula.

Dados do município mostram que 88% das crianças de 5 a 11 anos receberam a primeira dose do imunizante e 72% a segunda. Na faixa etária de zero a quatro anos, a cobertura vacinal é de 21% (primeira dose), 12% (segunda dose) e 1,2% (terceira dose).  Sumaré informou, por meio da assessoria de imprensa, que vacinou 45% da população infantil, o que representa 19.916 crianças imunizadas. É preciso que a cobertura vacinal alcance 44.036.

O público menor de cinco anos de idade é o único que Hortolândia ainda não atingiu a meta de vacinação, segundo a Vigilância Epidemiológica. O município registra que a cobertura vacinal de crianças de seis meses a 11 anos é de 66,22% (1ª dose) e 52,78% (2ª dose). “Se as crianças não estão vacinadas, o vírus da Covid-19 continua a encontrar pessoas suscetíveis a contrair a doença, que pode evoluir para a forma grave se tiver comorbidades, ou ter sequelas a longo prazo”, alerta nota da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Hortolândia.

Com vacina, mortes por coronavírus caem até 84%

Desde que se iniciou a vacinação contra a Covid 19, em 2021, os casos e mortes pela doença despencaram no Brasil e nas cidades da região, segundo dados das secretarias municipais de saúde. A imunização mudou o cenário da pandemia e garantiu menos risco à vida.  Em 2021, período de pico da pandemia, Sumaré registrou 22.124 casos da doença e 722 mortes. Em 2022, um ano depois da liberação da vacina, o número de pessoas infectadas pelo coronavírus caiu para 13.997 e 112 óbitos (-84%). No primeiro trimestre deste ano, 1.325 contaminações foram registradas e sete falecimentos.

 Hortolândia contabilizou 61.736 casos de Covid-19, em 2021, e 591 óbitos. Em 2022, os doentes caíram para 54.602 e as mortes para 102 (-82,7%). Nos três primeiros meses deste ano, 10.105 pessoas foram atacadas pelo vírus e quatro morreram.  As estatísticas da Secretaria de Saúde de Nova Odessa também apontam queda de mortes. Em 2021, 184 pessoas perderam a vida para a Covid-19, número que caiu para 37 em 2022 (-79,89%). Neste primeiro trimestre, o município registrou três mortes pela doença.

A imunização contra a Covid-19 no Brasil começou no dia 17 de janeiro de 2021. Logo após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar o uso emergencial dos imunizantes CoronaVac e AstraZeneca, o governo de São Paulo começou a vacinar profissionais de saúde, indígenas e quilombola.  A primeira a receber a vacina em território nacional foi a enfermeira Mônica Calazans, em evento realizado no HC-USP (Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo).  “Agora, nosso maior desafio é manter os hábitos de prevenção e a cobertura vacinal de rotina”, afirma nota da Secretaria de Saúde de Sumaré, por meio da assessoria de imprensa.

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