Política
Willian Souza é candidato a prefeito nas eleições deste segundo turno, marcadas para 27 de outubro

Willian Souza quer bilhete único imediato, tarifa zero e construção de nova rodoviária em Sumaré

Candidato a prefeito pelo PT também afirma que pretende acelerar incubação de startups e empresas de tecnologia e avalia se aproveitará prédio pronto ou se construirá hospital municipal ‘do zero’

Da Redação | Tribuna Liberal

Willian Souza, candidato a prefeito de Sumaré pelo PT neste segundo turno, promete grandes mudanças na área de mobilidade urbana caso vença o segundo turno inédito na história da cidade. Entre suas principais propostas, ele defende a implantação imediata do bilhete único, permitindo a integração do transporte com uma única tarifa. Além disso, Souza planeja a adoção do tarifa zero, que garantirá transporte público gratuito para os moradores e a construção de uma nova rodoviária, modernizando a infraestrutura de transporte e facilitando o deslocamento em Sumaré e para outras cidades da região.

O candidato também aposta no incentivo à inovação e à saúde pública como pilares de uma eventual gestão. Souza se compromete a acelerar o processo de incubação de startups e empresas de tecnologia, estimulando o crescimento econômico local por meio da inovação. Na área da saúde, ele pretende avaliar a viabilidade de utilizar um prédio já existente para a criação do novo Hospital Municipal ou, caso necessário, construir a unidade hospitalar do zero.

Confira a entrevista completa que o candidato concedeu ao Tribuna Liberal:

Tribuna Liberal: Sendo eleito neste segundo turno, você manterá a construção do novo Hospital Municipal de Sumaré, no mesmo local, anexo à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Macarenko?

Willian Souza: Nós assumimos como prioridade zero da nossa campanha entregar o tão sonhado hospital municipal no primeiro ano de gestão. Se eleito, vamos iniciar imediatamente todos os preparativos necessários para viabilizar essa entrega e cumprir o compromisso que firmamos com o povo de Sumaré. Para isso, algumas alternativas estão sendo consideradas, entre elas, aproveitar uma estrutura predial já pronta que, mediante adaptações, possa receber as instalações de um hospital. Construir também é uma alternativa, e nós vamos estudar todas as possibilidades para tirar do papel esse sonho antigo para a cidade.

Como você pretende lidar com a mobilidade urbana e o transporte público na cidade?

Sumaré é uma cidade espraiada, cortada por rodovias e com problemas estruturais desafiadores. Para haver uma interligação adequada, é necessário um plano de mobilidade que promova a integração de modais de transporte como ônibus, bicicletas e pedestres, incluindo infraestrutura adequada, visando redução do tempo de deslocamento, melhoria na eficiência do transporte e promoção de modelos sustentáveis. De imediato, vamos implantar o bilhete único, migrando para a tarifa zero de forma gradual e responsável, e construir uma nova rodoviária.

Quais ações você planeja implementar para incentivar o desenvolvimento econômico e a geração de mais empregos?

WS: Em primeiro lugar, vamos atualizar a Lei de Incentivos Fiscais e criar uma Zona Industrial e Tecnológica em áreas designadas para empresas, com infraestrutura e regulamentação simplificada para atrair investidores. Vamos criar o Programa Desenvolve Sumaré para fomentar o desenvolvimento local, aprimorar a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, e promover o desenvolvimento sustentável, garantindo incentivos, por exemplo, para empresas que fazem uso de energia limpa. Paralelamente, também vamos desburocratizar os processos internos para abertura de novos negócios, assim como criar programas de incubadoras e aceleradoras de startups. Não vamos esquecer de fomentar o comércio local, e faremos isso por meio de campanhas regionais para incentivar a população a consumir produtos e serviços locais, promovendo o fortalecimento das pequenas e médias empresas e estabelecimentos comerciais e de serviços.

Qual a sua visão sobre a atual Zona Azul no Centro de Sumaré?

A Zona Azul sempre foi uma reivindicação da entidade representativa dos comerciantes, de modo a garantir mais rotatividade nas vagas disponíveis no Centro. Penso ser necessário estudar o modelo para verificar se atingiu o objetivo de todos ou apenas da entidade. Precisamos pensar em aumentar o número de vagas aos idosos e deficientes e garantir que tenhamos mais monitores para facilitar a aquisição dos tickets, caso haja interesse dos comerciantes em manter o atual modelo de estacionamento. O caminho será sempre o diálogo.

Como você abordará a segurança pública em Sumaré e quais medidas específicas pretende tomar, mesmo a responsabilidade primária sendo do Estado?

Nossa proposta para a segurança envolve uma abordagem integrada, que combina prevenção, tecnologia e inclusão social. Vamos criar o Gabinete de Gestão Integrada, o GGI, unindo todas as forças de segurança; vamos implantar a Operação Delegada, por meio da PM; e implantar a Muralha Digital, com a instalação de câmeras de segurança em toda a cidade. Além disso, vamos modernizar o sistema de iluminação pública, com um plano de expansão das lâmpadas de LED, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade. Paralelamente, realizaremos concurso para aumentar o efetivo da GCM e treinamentos regulares para os agentes, garantindo que estejam atualizados sobre as melhores práticas de combate ao crime e proteção da população.

O que você fará para melhorar a infraestrutura e os serviços como água, esgoto e iluminação?

O tema do saneamento é algo que nos preocupa muito dado o cenário em que Sumaré se encontra, com baixo percentual no tratamento de esgoto, de apenas 23,7%, e problema crônico no abastecimento de água. Por isso, vamos propor uma revisão geral no contrato com a BRK, de modo a caminhar para o abastecimento de água e tratamento de esgoto em 100% do município, além de uma tarifa justa. Vamos revisar também o Plano Municipal de Saneamento a fim de apontar diretrizes e estratégias para o enfrentamento de crises hídricas, e estabelecer uma agência reguladora para fiscalizar o cumprimento do contrato e a qualidade no serviço prestado.

Como você pretende envolver a população nas decisões administrativas e garantir transparência na gestão?

Olha, eu só sei fazer política se for com a participação popular. Comecei aos 11 anos como presidente do grêmio da escola Solange Maura Albino, no Jardim Minesota, e logo fui presidente da Associação de Moradores, aos 16 anos, sempre construindo coletivamente soluções para os problemas da comunidade. Na Câmara não foi diferente. Nos meus mandatos de vereador e na Presidência, realizei muitas audiências públicas de vários temas e chamei a população para participar da tomada de decisões. Na prefeitura, quero uma Secretaria de Participação Cidadã atenta. Além disso, vamos potencializar canais de comunicação como a Ouvidoria Municipal e as ouvidorias segmentadas, para que sejam efetivos e envolvam toda a cidade.

Quais são suas propostas para promover a educação de qualidade nas escolas municipais?

WS: Educação é assunto sério e corresponde à cidade que queremos para o futuro. Vamos trabalhar na valorização salarial e formação dos professores; e na estruturação da rede municipal. Hoje, a cidade conta com mais de seis mil crianças atendidas pelo Proeb, outras seis mil estão na fila de espera. Vamos fortalecer o programa com readequação no repasse, assumir a merenda e o uniforme dessas escolas e construir creches, inclusive com a criação de escolas em tempo integral. Além disso, já conquistamos com o Governo Federal o Instituto Federal, que vai capacitar nossa juventude e prepará-la para o mercado de trabalho.

Como você pretende integrar os moradores do Centro, Picerno, Área Cura, Matão, Maria Antônia e Nova Veneza?

Integrar a cidade passa, necessariamente, pela questão do transporte público. Nós vamos construir terminais nas regiões para viabilizar a implantação do bilhete único, assim poderemos reorganizar as linhas e promover maior circulação de pessoas entre regiões. Também é nosso objetivo implantar, ao longo dos 4 anos, a tarifa zero, para permitir que as pessoas vivam com mais economia e qualidade de vida.

Que estratégias você usará para enfrentar a questão da habitação e o crescimento urbano?

Na habitação, nossa política será dividida em três pilares: construção de novas moradias pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal; regularização fundiária, incrementando novas ferramentas administrativas e jurídicas por meio do Reurb e demais programas, como o Papel Passado, do Governo Federal, e o Cidade Legal, do Governo do Estado; e urbanização de núcleos precários, por meio de investimento em urbanização e construção de equipamentos públicos, além da criação de incentivos para reforma de moradias.

Como você pretende garantir a inclusão social e atender às necessidades das comunidades mais vulneráveis em Sumaré?

Precisamos introduzir o tema da inclusão no dia a dia, e isso significa pensar a cidade com respeito com às pessoas com deficiência. Temos como proposta ampliar os convênios com a Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) e a Pestalozzi para abrir novas unidades, descentralizando a oferta do serviço. Também vamos reorganizar a oferta, o acesso e a manutenção da educação inclusiva para garantir número adequado de alunos por sala, professores auxiliares, cuidadores, e formações continuadas que se fizerem necessárias. Também faz parte do nosso plano a criação de um Centro de Referência no tratamento do autismo e transtornos globais, que atenda, inclusive, pessoas adultas.

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