Vereadores de Hortolândia que buscam reeleição viram réus em ações do MP-SP por ‘rachadinha’
Justiça já recebeu denúncia oferecida pelo Ministério
Público contra os vereadores Enoque Leal Moura (PSD) e Márcia Cristina Campos
(PSB) por terem retido parte do salário de assessores de gabinete
Da Redação | Tribuna Liberal
Dois vereadores de Hortolândia, Enoque Leal Moura (PSD) e
Márcia Cristina Campos (PSB), enfrentam acusações judiciais enquanto tentam
garantir a reeleição em 2024. Ambos se tornaram réus em ações por ‘rachadinha’
após decisões recentes da Justiça acatarem denúncias do MP-SP (Ministério
Público de São Paulo), que investigou práticas ilícitas nos gabinetes dos
parlamentares. A denúncia foi aceita após a comprovação de indícios suficientes
para dar início ao processo penal.
Neste ano, a 1ª Vara Criminal de Hortolândia aceitou a
denúncia contra Enoque Leal Moura, enquadrando o vereador no artigo 316 do
Código Penal, que trata do crime de concussão. Enoque é acusado de ter exigido
que assessores de seu gabinete repassassem parte de seus salários, prática que
caracteriza a chamada ‘rachadinha’.
O juiz ressaltou que, nesta fase do processo, sua função é
verificar a existência de provas mínimas que justifiquem a acusação e, com base
nelas, recebeu a denúncia. Não houve, até o momento, uma análise profunda das
provas, que será feita durante o julgamento, conforme explicou o magistrado. “A
defesa não conseguiu, até agora, derrubar o conjunto probatório apresentado
pela acusação”, afirmou a decisão, que também citou a necessidade de garantir
que a Justiça siga seu curso sem interferências.
A situação de Márcia Cristina Campos é semelhante. Em 2022,
o MP-SP denunciou a vereadora por prática de ‘rachadinha’, acusando-a de
cometer o crime de concussão. O Ministério Público também imputou a
responsabilidade ao seu assessor, Isaac Santos Souza, por envolvimento direto
na operação ilícita. A Justiça recebeu a denúncia contra Márcia e seu assessor.
Os vereadores Enoque Leal Moura e Márcia Cristina Campos já
foram presos preventivamente em 2022. O promotor de Justiça Pedro dos Reis
Campos justificou a prisão preventiva dos réus, alegando que a liberdade deles
representava uma ameaça à ordem pública e ao bom andamento da investigação.
Segundo o promotor, as práticas de rachadinha são especialmente graves, pois
envolvem o desvio de recursos públicos.
Além disso, o promotor destacou que, devido à influência
política dos vereadores, havia risco real de interferência no processo, como
coação de testemunhas. Apesar das acusações e do processo judicial em
andamento, tanto Enoque Leal Moura quanto Márcia Cristina Campos continuam a
pleitear a reeleição para o cargo de vereador em 2024. A reportagem não
conseguiu contato com os envolvidos.
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