Política
Nova administração de Sumaré busca resguardar cofres públicos de risco de bloqueio de recursos

Sumaré cita compromisso com obras e tenta evitar bloqueio de R$ 7,5 milhões

Prefeitura solicitou na Justiça a suspensão do procedimento que pode provocar retenção de valor milionário das contas municipais após descumprimentos de acordos com o MP em gestões passadas; município tem metas no novo governo

Paulo Medina | Tribuna Liberal

A Prefeitura de Sumaré solicitou na Justiça a suspensão do procedimento que pode causar o bloqueio de R$ 7,5 milhões dos cofres municipais, argumentando que a medida prejudicaria os investimentos essenciais na cidade. O bloqueio foi solicitado pelo Ministério Público devido ao descumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) pela gestão passada, assinado em 2015. O TAC trata da realização de obras dos serviços de esgotamento sanitário na cidade.

Segundo a Procuradoria do Município, a retenção dessa verba comprometeria ações prioritárias para a população, incluindo investimentos em saneamento básico. A administração municipal afirma que já está avançando em tratativas com a BRK Ambiental, a CETESB e a Agência Reguladora ARES-PCJ para definição de plano de ação das obras de esgotamento sanitário.

A prefeitura destaca que sua nova gestão tem reafirmado publicamente o compromisso com a ampliação do tratamento de esgoto na cidade e que as negociações em andamento visam estabelecer metas e prazos realistas para resolver definitivamente o problema que se arrasta desde 1996 em Sumaré. O pedido de suspensão do cumprimento de sentença foi formalizado na Justiça, que pediu a manifestação da Promotoria.

Em janeiro, a Justiça havia dado 60 dias para a prefeitura realizar as desapropriações necessárias para a continuidade das obras do sistema de esgotamento sanitário. O MP pede o bloqueio de R$ 7,5 milhões dos cofres da prefeitura depois de gestões anteriores descumprirem acordos firmados com a Promotoria visando a construção de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) a fim de cessar o despejo de dejetos no Ribeirão Quilombo.

Segundo a Promotoria, governos anteriores descumpriram TACs para viabilizar as ETEs Quilombo, Tijuco Preto e Jatobá. A Promotoria apontou que, desde o acordo firmado após a concessão dos serviços de água e esgoto, a prefeitura não destinou as áreas necessárias.

AVANÇO DE 40%

As obras da Estação de Tratamento de Esgoto Tijuco Preto, em Sumaré, atingiram 40% de avanço, segundo informou a BRK. Atualmente, os trabalhos seguem focados na montagem das armações e das formas metálicas das estruturas do tanque principal do sistema Nereda®, além da implantação das redes enterradas, iniciando pela drenagem.

Desde fevereiro, duas das três etapas de concretagem das paredes do tanque 2 do sistema Nereda® e do tanque Pulmão de Lodo já foram concluídas. A terceira fase ocorreu na última sexta-feira (14), garantindo a continuidade das atividades dentro do cronograma estabelecido.

Desde o início das obras, em março de 2024, a BRK já concluiu a implantação dos interceptores de esgoto do Trecho 1, totalizando 2.900 metros de tubulação instalados para transportar os efluentes da rede coletora doméstica até a nova ETE. A estação está sendo construída em um terreno de 20 mil metros quadrados no Parque Pavan, região do Matão, e tem previsão de ser concluída até o final de 2026. A Promotoria descarta qualquer responsabilização da BRK e cobra a municipalidade após falhas nas gestões passadas.

DIÁLOGO DE HENRIQUE DESTRAVOU INVESTIMENTO HISTÓRICO EM SANEAMENTO  

Logo no início de fevereiro, com articulação e diálogo do prefeito de Sumaré, Henrique do Paraíso (Republicanos), a cidade “destravou” um investimento de R$ 351 milhões e definiu novos rumos para a despoluição do Ribeirão Quilombo, no trecho da cidade. Fontes ligadas ao governo destacaram a intermediação do prefeito junto ao Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público, e a concessionária BRK Ambiental, por exemplo, que permitiu o anúncio de recursos e prazos para obras importantes.

Henrique anunciou o Programa Nosso Quilombo Limpo, um projeto ambicioso que prevê investimentos de R$ 351 milhões viabilizados pela BRK Ambiental. O objetivo do programa é garantir que, até 2030, a cidade tenha 100% do esgoto tratado. O cronograma de obras prevê um aumento gradual dessa cobertura, chegando a 30% até 2026, 70% até 2028 e atingindo a universalização do serviço em 2030.

A oficialização do investimento ocorreu após audiência com os promotores de Justiça Ivan Carneiro, Rodrigo Sanches Garcia, Luciane Rodrigues Antunes e Flávia Maria Gonçalves. A medida viabiliza o maior investimento em saneamento e sustentabilidade da história da cidade.

Deixe um comentário