Política

Professor Adriel se diz surpreso com pedido de cassação do seu mandato

PT alegou que vereador votou contra decisão conjunta pela cassação do prefeito de Monte Mor; voto dele foi decisivo para evitar o afastamento do prefeito.

O vereador Adriel de Oliveira Nascimento, o Professor Adriel (PT), disse ao Jornal Tribuna Liberal que ficou surpreso com a notícia sobre a abertura de processo disciplinar contra ele pela executiva do Partido dos Trabalhadores, para cassar seu mandato por infidelidade partidária.

Ele é acusado de contrariar decisão do diretório que fechou questão pela cassação do mandato do prefeito Edivaldo Brischi (PT). O voto dele foi decisivo pela absolvição e arquivamento do processo contra o prefeito por supostas denúncias de infração político-partidárias, por pagamentos indevidos a Consórcio de Saúde sem a devida contraprestação de serviços médicos, na última sexta-feira (1º de abril), após julgamento que durou mais de 14 horas.

“Recebo essa notícia com surpresa pelo motivo de estar sendo submetido a um processo disciplinar simplesmente por ter seguido minha consciência e ter declarado meu voto de acordo com o que julguei correto”, explicou o vereador.

“Por mais que a direção executiva do PT Monte Mor tenha tirado orientação para o voto favorável à cassação do prefeito, nenhum companheiro do meu partido leu o processo quase que em sua totalidade como eu fiz ao longo de mais de 10 horas como todos podem verificar acessando a gravação da sessão de julgamento da última quinta-feira”, explicou o parlamentar. Professor Adriel também comentou que a cassação mergulharia a cidade em uma confusão jurídica. “Sendo assim, analisando com muita calma os documentos, cheguei a conclusão do grave imbróglio jurídico que mergulharíamos a cidade com a cassação do prefeito, além da responsabilidade do gestor da pasta da Saúde quanto ao ordenamento de despesas e as ações corretivas do prefeito quanto a glosa (suspensão dos pagamentos) dos valores elencados na denúncia ao erário público”, explicou o parlamentar.

Professor Adriel também comentou que votou conforme sua consciência. “Desta forma esperava um pouco mais de flexibilidade da direção municipal do meu partido para nos atentarmos ao que é correto em nossas decisões apesar da orientação do partido ser divergente, pois entendo que se faz necessário zelar pela responsabilidade pública e termos a grandeza de mudarmos de opinião quando for necessário para fazermos o que é justo”, disse o parlamentar, em nota. 

ENTENDA O CASO

Na sexta-feira, o PT de Monte Mor emitiu uma nota de repúdio contra o vereador Professor Adriel. O partido informou que iria pedir o mandato de volta por infidelidade partidária e a expulsão dele da sigla.

Segundo a nota de repúdio, assinada pelo presidente do partido, Edmilson da Silva Monteiro, e pela secretária de Organização, Claudicéia de Lima Ferreira, o vereador foi contra o Estatuto Partidário, porque votou contra a indicação de voto, que havia sido definida no dia 30 de março, um dia antes do início do julgamento de cassação.

O presidente do PT disse, na ocasião, que a comissão executiva iria dar prazo de dez dias para o vereador justificar os motivos que o levaram a ir contra a decisão previamente acordada. Após esse prazo, a comissão executiva avaliará as razões e encaminhará ao diretório o pedido para expulsão. “Nesse caso não vejo outra medida que não seja expulsão”, disse Monteiro, na ocasião.
Segundo o presidente da sigla, ocorreu infidelidade partidária, uma falta considerada gravíssima, que pode culminar com a expulsão e perda do mandato em favor do partido. E quem assumiria a vaga seria o primeiro suplente Roger Santos.

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