Prefeito Du Cazellato aprova mais um condomínio antes de encerrar mandato em Paulínia
Faltando poucos dias para deixar o cargo, chefe do Executivo liberou condomínio horizontal no Bela Vista, em área de 5 mil metros quadrados; ações na Justiça questionam empreendimentos
Paulo Medina | Tribuna Liberal
Em mais uma ação que aumenta a demanda por habitação em
Paulínia, o prefeito Du Cazellato (PL) aprovou, nesta reta final de dezembro e
de seu segundo mandato, o projeto de construção de um novo condomínio
residencial na cidade. Por meio do Decreto 8800/2024, o prefeito oficializou a
implantação do Condomínio Residencial Horizontal - Pluridomiciliar Horizontal
II, que será construído no bairro Bela Vista, no loteamento Sítio Santa Rosa,
em uma área de cinco mil metros quadrados.
O projeto contempla a construção de 20 unidades
habitacionais de dois pavimentos, além de infraestrutura que inclui quiosque e
guarita, totalizando uma área construída de 2,154 mil metros quadrados. Segundo
o decreto, a obra está em conformidade com a legislação municipal, regida pela
Lei Complementar 60/2016, que trata do parcelamento, uso e ocupação do solo, e
pela Lei Municipal 241/1970, que estabelece o Código de Obras e Edificações de
Paulínia.
A localização do empreendimento, na rua Jasper Bresler, no
Bela Vista, foi escolhida estrategicamente para integrar-se à Zona Residencial
de Média Densidade, cuja vocação é exclusivamente habitacional. Segundo o
decreto, o projeto será monitorado pela Secretaria Municipal de Obras e
Serviços Públicos, que fiscalizará o cumprimento das especificações previstas
nas plantas e memoriais técnicos aprovados.
A nova aprovação de empreendimento acontece em um momento de
crescente preocupação na cidade, marcada por ações civis públicas e ações
populares movidas pelo Ministério Público e moradores, que questionam a série
de liberações sem a devida consideração dos impactos ambientais, de vizinhança
e de infraestrutura necessários para atender a população, como escolas,
Unidades de Saúde e obras de infraestrutura.
O morador Thiago Silva Pereira entrou com ações populares
contra os decretos municipais que aprovaram loteamentos, buscando a anulação de
atos administrativos firmados pelo prefeito. Pereira afirma que a cidade ficou
sem um plano de desenvolvimento urbano entre dezembro de 2016 e dezembro de
2022, período em que vários empreendimentos foram liberados.
Segundo o morador, as aprovações ocorreram de maneira
irregular, sem observância das leis municipais e sem a devida consideração dos
impactos urbanísticos e ambientais. Pereira aponta em uma das ações que a
demora na aprovação do novo Plano Diretor teria beneficiado empresas do setor
imobiliário, permitindo a aprovação de loteamentos em desacordo com as normas
urbanísticas que entraram em vigor posteriormente. O cidadão ressalta que a
falta de planejamento urbano adequado tem causado problemas graves, como a
sobrecarga de infraestrutura e a expansão desordenada da cidade.
A ação menciona também uma ação civil pública movida pelo
Ministério Público de São Paulo em 2022, que exigia a elaboração de um novo
Plano Diretor para o município. Segundo o documento, mais de 50 empreendimentos
foram aprovados durante o mandato de Du Cazellato.
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