Política

Pesquisas realizadas na campanha apontaram resultados diferentes das eleições em Sumaré e Monte Mor

Institutos colocavam Eder Dalben na liderança do pleito, mas candidato terminou na terceira posição, fora do segundo turno; Thiago Assis era apontado como favorito, mas ficou em terceiro e Murilo Rinaldo, que estava em terceiro foi eleito

Da Redação | Tribuna Liberal

As eleições municipais de 2024 em Sumaré e Monte Mor apresentaram resultados significativamente diferentes das projeções apontadas por algumas pesquisas eleitorais realizadas nos dias que antecederam o pleito. Tanto em Sumaré como em Monte Mor, os institutos de pesquisa, como o Vox Brasil Opinião e Pesquisas e a Data News Brasil, divulgaram dados que indicavam cenários eleitorais diferentes dos resultados efetivamente obtidos nas urnas, refletindo as incertezas e os desafios de se prever com precisão o comportamento eleitoral.

Em Sumaré, a pesquisa estimulada do Instituto Vox Brasil, divulgada poucos dias antes da eleição, indicava Eder Dalben (Cidadania) como o candidato favorito, com 27,2% das intenções de voto. Henrique do Paraíso (Republicanos) aparecia em segundo lugar, com 21,2%.

No entanto, o resultado oficial das urnas trouxe uma reviravolta: Henrique do Paraíso obteve uma expressiva votação, com 44,41% dos votos válidos (57.171 votos), superando não só Eder Dalben, mas também o candidato Willian Souza (PT), que recebeu 31,5% dos votos (40.550). Essa configuração resultou em uma situação inédita para a cidade: a realização de um segundo turno entre Henrique e Willian. Eder Dalben, apontado como o favorito nas pesquisas, terminou a disputa com apenas 16,95% dos votos (21.819), ficando distante da disputa final, na terceira colocação.

Em Monte Mor, o cenário foi semelhante. As pesquisas realizadas pelo Instituto Vox Brasil e pela Data News Brasil indicavam que o ex-prefeito Thiago Assis (PSB) liderava com folga a disputa pela prefeitura.

O levantamento do Vox Brasil apontava Thiago com 33,8% das intenções de voto, seguido por Murilo Rinaldo (PP), com 28,5%, e Edivaldo Brischi (PSD), com 24,1%. Já a pesquisa da Data News Brasil, que ouviu 382 eleitores com margem de erro de cinco pontos percentuais, indicava uma liderança ainda mais consolidada de Thiago Assis, com 36,1%, e colocava Edivaldo Brischi em segundo lugar, com 22,5%. No entanto, o resultado final da eleição também foi bem diferente das previsões.

No dia da votação, quem saiu vitorioso foi Murilo Rinaldo, com 46,39% dos votos válidos (14.970 votos), uma margem considerável à frente sobre os outros dois principais candidatos. Edivaldo Brischi, que estava bem cotado nas pesquisas, terminou em segundo lugar, com 28,07% (9.057 votos), e Thiago Assis, apontado como favorito nas pesquisas, acabou com apenas 25,55% dos votos válidos (8.244 votos).

 O desfecho dessa eleição também evidenciou a dificuldade em captar, nas pesquisas, a dinâmica real da corrida eleitoral. A discrepância entre os resultados das pesquisas e os números finais nas urnas em ambas as cidades levanta questionamentos sobre as metodologias de pesquisa e a volatilidade do comportamento dos eleitores.

As pesquisas eleitorais devem ser, por natureza, uma fotografia do momento do pleito, e vários fatores podem influenciar mudanças no humor dos eleitores nos dias ou até mesmo nas horas que antecedem a votação. Elementos como a margem de erro, o número de eleitores indecisos e a influência dos últimos debates, eventos de campanha ou acontecimentos políticos inesperados são variáveis que podem alterar o cenário.

Além disso, a complexidade das eleições municipais, marcadas por uma maior proximidade entre eleitores e candidatos, pode amplificar essas variações. Diferente de eleições em âmbito estadual ou nacional, onde as campanhas costumam ter uma maior exposição midiática, o contexto local depende de estratégias mais diretas de convencimento, como corpo a corpo e alianças municipais.

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