Paulínia FC devolve dinheiro aos cofres públicos após condenação do TCE-SP
Restituição ao erário foi confirmada depois de sentença transitar em julgado; Tribunal considerou irregular despesas do clube mediante repasses da Prefeitura e o condenou a devolver mais de R$ 17,2 mil; gasto com dentista foi reprovado
Paulo Medina | Tribuna Liberal
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP)
determinou a devolução de recursos públicos pelo Paulínia Futebol Clube,
encerrando um longo processo envolvendo repasses municipais ao clube no
exercício de 2009. A restituição ao erário foi confirmada em publicação no
Diário Oficial do TCE após cumprimento de sentença que já havia transitado em
julgado.
A decisão do TCE, inicialmente proferida em 2016, julgou
irregular parte das despesas realizadas pelo clube, condenando-o a devolver R$
17.258,83, devidamente atualizados. Entre os gastos considerados impróprios
estavam despesas com tratamento odontológico para atletas, no valor de R$
11.450,65, e o pagamento de aviso prévio a um ex-gerente do clube, no montante
de R$ 5.808,18.
O Paulínia Futebol Clube, representado à época por seus
presidentes foi beneficiado por repasses da Prefeitura Municipal de Paulínia
durante a gestão do então prefeito José Pavan Junior. A fiscalização do TCE
apontou que as despesas deveriam ter sido custeadas com recursos próprios do
clube para configurar uma aplicação adequada de verbas públicas.
Desde o julgamento inicial, os responsáveis interpuseram
diversos recursos, incluindo embargos de declaração, para questionar a decisão
e afastar suas respectivas responsabilidades. Entretanto, o TCE manteve a condenação,
destacando a obrigatoriedade de restituição dos valores e a proibição de novos
repasses ao clube até que as irregularidades fossem sanadas.
Em 2018, a Primeira Câmara do Tribunal, composta pelos
conselheiros Cristiana de Castro Moraes, Renato Martins Costa e Edgard Camargo
Rodrigues, rejeitou os embargos apresentados pelo clube.
Entre os argumentos da defesa, constava a alegação de que a
rescisão do contrato de trabalho do ex-gerente do clube, posteriormente eleito
presidente, seguiu as disposições legais e que não houve má-fé por parte dos
gestores. No entanto, o TCE entendeu que os atos administrativos praticados não
atendiam ao princípio da economicidade e configuravam benefício particular com
recursos públicos.
REGULARIZAÇÃO
Com a quitação dos valores apontados, o Paulínia Futebol
Clube regularizou sua situação perante o Tribunal. A quitação possibilita ao
clube pleitear novas parcerias públicas, caso atenda aos requisitos legais.
A resolução do caso marca o encerramento de um episódio que
trouxe questionamentos à transparência na administração de recursos públicos.
Deixe um comentário