Política

Obra parada do Estado impede ligação viária entre Hortolândia e Sumaré

Parte do Corredor Metropolitano, via expressa de ônibus que ligaria os municípios pelas avenidas Olívio Franceschini e Rebouças continua no papel; além de evitar rodovias, obra reduziria o tempo de viagem

Moradores de Sumaré e Hortolândia cobram as obras da via expressa de ônibus que ligará os dois municípios por meio das avenidas Olívio Franceschini (Hortolândia) e Rebouças (Sumaré), que continuam no papel. O pacote de intervenções, chamado Variante Hortolândia-Sumaré, faz parte do Corredor Metropolitano “Vereador Biléo Soares”, criado pelo Governo do Estado para integrar Campinas aos municípios de Americana, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia, Monte Mor e Santa Bárbara d’Oeste. A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) afirma que a obra “permanece no Planejamento Plurianual 2020- 23” da empresa, sem informar a previsão de início e fim das obras (veja reportagem abaixo).
De acordo com o projeto, a Variante Hortolândia- Sumaré terá 7,7 quilômetros de pista. O trajeto de ligação entre as duas cidades iniciaria pelo prolongamento da avenida Olívio Franceschini, atrás do Terminal Metropolitano, no Parque Jatobá, em Hortolândia, seguindo um trajeto de cerca de três quilômetros (de áreas rurais), passando pela Avenida Rebouças até o futuro Terminal Modal de Sumaré, que faz parte do pacote de obras da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos).
A realização da obra reduziria o tempo de viagem e seria uma opção de descolamento entre os municípios independente das rodovias Anhanguera, Bandeirantes e da Estrada Municipal Sabina Batista de Camargo.
Jéssica Ximenes Barcala de Oliveira, 22 anos, prestadora de serviços na área de estética, sai frequentemente de Sumaré para atender clientes em Hortolândia, visitar amigos e parentes. Para ela, a ligação das avenidas Rebouças e Olívio Franceschini, significa economia de tempo.
“Seria uma ótima alternativa chegar a Hortolândia por uma avenida só, sem ter que mudar de trajeto, passar pelo meio da cidade, normalmente com muito trânsito, ou pegar rodovia. Fazendo essa ligação, diminuiria 10 minutos no trajeto de carro, comparado com as alternativas que temos hoje”, observa Jéssica.
A consultora de beleza Giseli dos Santos, 54 anos, mora no bairro Remanso Campineiro, região central da cidade. De segunda a sexta-feira vai a Sumaré para levar o neto na Associação Pestalozzi, localizada nas chácaras Bela Vista. Para otimizar o trajeto que, segundo ela, dura em média 25 minutos, Giseli utiliza a Estrada do Barreiro.
“Interligar as duas cidades com uma avenida só, direta, seria muito bom. Uma cidade completa a outra para passeios, visita a amigos e parentes…Com a ligação dessas duas avenidas, ganharia tempo e o trajeto seria mais prazeroso, com menos trânsito. Já demorou para acontecer essa obra. O povo precisa e agradece”, cobra Giseli.
Segundo dados da EMTU, apresentados em audiência pública, com a implantação da via expressa Olívio Franceschini – Rebouças, o tempo de deslocamento do Terminal Hortolândia até o futuro Terminal Modal Sumaré cairia de 31 minutos para 21, após a obra. Do Centro de Hortolândia para o Centro de Sumaré, o tempo de redução estimado é de 56 para 38 minutos. Saindo de Sumaré direto para Campinas, pelas vias expressas de ônibus, o percurso teria queda de 56 para 38 minutos.
Em junho de 2019, o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Alexandre Baldy, anunciou que iniciaria obras do Corredor, em Sumaré, em 2020.
Conforme já noticiado, um dos motivos que travaram a construção do corredor de ônibus, no trecho de Sumaré, foi o impasse, que durou anos, entre a Prefeitura e EMTU, sobre o trajeto da via expressa. A Prefeitura tinha preferência por outro traçado, que utilizaria a Avenida Julia Vasconcellos Bufarah.

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Giseli: “Já demorou para acontecer essa obra”, reivindica moradora de Hortolândia

Sem informar data, EMTU diz que obra permanece entre as prioridades
Em nota, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) informou que “o trecho Variante Hortolândia-Sumaré do Corredor Metropolitano Vereador Biléo Soares permanece no Planejamento Plurianual 2020-23 da EMTU/ SP”. O plano plurianual é o documento que define as prioridades do governo num período de quatro anos. A empresa não informou a previsão de início e fim das obras.
Segundo a Empresa Metropolitana, estão previstas atualizações dos estudos de projetos e estudos ambientais para posterior contratação do projeto executivo, conclusão dos processos de desapropriação e, ao fim, a contratação das obras.
Com a conclusão desse trecho, completa nota da EMTU, o corredor terá sua extensão aumentada em 24%. Todo corredor terá 31,7 quilômetros.
Na Variante Hortolândia-Sumaré estão previstos a implantação de 7,7 quilômetros de viário, seis estações de embarque e desembarque, um terminal e um viaduto, de acordo com a EMTU.
A Prefeitura de Sumaré foi contatada, por meio da assessoria de imprensa, sobre as tratativas com a EMTU para as obras. Não houve resposta até o fechamento desta edição.
Em Hortolândia, a Secretaria de Mobilidade Urbana informou, por meio da assessoria de imprensa, que “o trecho de Hortolândia do Corredor já está entregue e em pleno funcionamento”.
Perguntada sobre a importância da continuidade das obras para o deslocamento entre as cidades, a Prefeitura se limitou a responder que “as obras de mobilidade são fundamentais para o desenvolvimento de Hortolândia”.

16 anos depois, ainda há pendências para concluir Corredor de ônibus
As obras do Corredor Metropolitano “Vereador Bileo Soares” começaram em 2006, 16 anos atrás. Mais de uma década e meia depois, a EMTU tem intervenções projetadas que estão pendentes, a exemplo das obras do trecho Variante Hortolândia-Sumaré.
Em setembro do ano passado, o governo do Estado entregou o último trecho do Corredor Metropolitano, em Hortolândia, 16 anos depois do início das obras, que começaram em 2006, pela duplicação da Avenida Olívio Franceschini. As obras foram realizadas em parceria com a Prefeitura.
O trecho, inaugurado no ano passado, fica entre a Ponte Estaiada e a Rodovia SP-101. Com 4,4 quilômetros de pista, a via expressa tem início na Avenida José João da Silva, próximo à Ponte Estaiada, seguindo pela Avenida Antonio da Costa Santos até as alças de acesso à Rodovia Jornalista Francisco Aguirre de Proença (SP-101). O investimento foi de R$ 52 milhões, segundo o Estado.

Juntas, cidades conquistam viaduto
Em breve, Hortolândia e Sumaré estarão ligadas por meio da construção do viaduto que integrará os bairros Parque Bandeirantes (Sumaré) e Jardim Nova Europa (Hortolândia), reivindicação antiga das duas cidades ao governo do Estado.
Depois de anos de reuniões, impasses sobre o projeto e cobranças, o governo estadual abriu, no mês passado, o processo licitatório para contratação da obra, prevista para começar ainda neste ano.
Conforme reportagem publicada pelo Jornal Tribuna Liberal, na edição do dia 08 de fevereiro, o custo estimado da obra é de R$ 41,9 milhões.
A estrutura viária interligará a Estrada Municipal Américo Ribeiro dos Santos, em Sumaré, com a Avenida Cristóvão Colombo, em Hortolândia.
A transposição terá 730 metros e garantirá mais mobilidade e opção de acesso a pedestres e motoristas entre os dois municípios. Também beneficiará moradores da região da Vila Padre Anchieta, em Campinas.
“Desde o início do nosso mandato, estamos articulando essa obra junto ao Governo do Estado, com o prefeito de Sumaré, Luiz Dalben, o saudoso prefeito de Hortolândia, Angelo Perugini, e atualmente o prefeito Zezé Gomes. Sem dúvidas, é mais uma melhoria de grande importância para a mobilidade urbana da Região Metropolitana de Campinas”, disse o deputado estadual Dirceu Dalben, após o governo do Estado anunciar a obra, no ano passado.

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