Novos comissionados podem custar quase R$ 2,4 mi por ano em Monte Mor
Quinze cargos criados pelo prefeito Murilo Rinaldo possuem salário fixo de R$ 12,1 mil mensais; são 14 secretários-adjuntos e um procurador-geral adjunto; funções começaram a ser preenchidas na estrutura da Prefeitura Municipal
Paulo Medina | Tribuna Liberal
Em meio a uma crise financeira e a polêmica criação de 15
novos cargos comissionados pelo prefeito de Monte Mor, Murilo Rinaldo (PP), os
valores que os novos secretários-adjuntos e o procurador-geral adjunto vão
receber correspondem a R$ 12,1 mil mensais. O Tribuna Liberal teve acesso aos
números e, caso todos os cargos sejam ocupados, eles podem gerar um custo de
quase R$ 2,4 milhões por ano aos cofres públicos.
Os novos cargos incluem 14 secretários-adjuntos e um
procurador-geral adjunto, todos criados por iniciativa do prefeito. O custo
total da folha de pagamento desses cargos pode atingir R$ 181,8 mil por mês.
Considerando o 13º salário, o gasto anual pode chegar a R$ 2,363 milhões. A
decisão de criar novos postos na administração ocorre em um momento em que o
município enfrenta uma dívida total de cerca de R$ 175 milhões, incluindo a
previdência municipal e fornecedores.
Nesta semana, a reportagem mostrou que o prefeito nomeou os
primeiros secretários-adjuntos e o procurador-geral adjunto do município. Os
novos nomeados são Edson Tadeu Pelizon, como adjunto de Segurança, e Carlos
Germano Feriani, como adjunto de Educação. Mário Cezar Franco Junior é o novo
procurador-geral adjunto. Pelizon e Feriani eram assessores institucionais,
cujo salário é de R$ 6,1 mil mensais, segundo o Portal da Transparência.
A Câmara de Monte Mor aprovou neste mês, em regime de
urgência especial, por 11 votos a um, projeto de lei encaminhado pelo prefeito
que alterou a estrutura administrativa da prefeitura e criou os novos cargos.
O projeto de lei de Rinaldo propôs modificações na Lei nº
1.535, de 12 de maio de 2011, reestruturando setores da administração municipal
e criando novas funções. A fim de “balancear” os impactos, a lei sancionada
pelo chefe do Executivo extinguiu quatro cargos de assessor institucional,
cargos estes cujos salários são a metade do que os criados.
OUTRO LADO
Questionada, a prefeitura informou que não sofrerá impacto
com a criação dos novos cargos. “Isso porque o passo importante que foi dado
após determinação do prefeito, Murilo Rinaldo, está dentro do orçamento. Hoje
ainda há muitos cargos vagos na prefeitura que o prefeito não pretende
preencher. Haveria impacto negativo somente se esses cargos fossem ocupados.
Além disso, Murilo Rinaldo está reduzindo os gastos da prefeitura em outros
pontos, como por exemplo, reduzindo as horas extras indevidas e cortando outros
benefícios irregulares. Desta forma, se fizermos as contas o saldo final será
positivo”, informou.
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