MP investiga prefeito Du Cazellato por possíveis crimes licitatórios e ambientais em Paulínia
Apuração se refere à construção de sistema viário e foi
iniciada depois de denúncia apresentada à Procuradoria-Geral de Justiça, que
aponta uma série de possíveis infrações cometidas pelo prefeito e servidores da
administração municipal
Da Redação | Tribuna Liberal
O MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo)
instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar possíveis crimes
licitatórios e ambientais envolvendo o prefeito de Paulínia, Du Cazellato (PL),
e outros servidores da administração municipal. As investigações se concentram
em supostas irregularidades relacionadas ao licenciamento ambiental e à
execução de obras viárias no município.
A investigação teve início após uma representação
encaminhada à Procuradoria-Geral de Justiça, assinada por Rogério Nunes Borges,
que aponta uma série de possíveis infrações cometidas durante a gestão de
Cazellato. Entre as denúncias, está a autorização para a realização de obras
viárias sem a devida licença ambiental, além de irregularidades na tramitação
da Lei Municipal 3.805/2020, que foi posteriormente declarada inconstitucional
pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
O foco das investigações do MP está na construção do sistema
viário que interliga a avenida João Aranha com à avenida dos Trabalhadores e na
obra da ponte estaiada sobre o Rio Atibaia. Segundo a denúncia, essas obras
teriam sido iniciadas sem que o município emitisse a licença de instalação,
documento obrigatório para o início das atividades. Além disso, questiona-se a
aptidão do município para conduzir processos de licenciamento ambiental de
médio impacto.
O MP também verifica possíveis falhas no processo
legislativo que levou à sanção da Lei 3.805/2020, cuja aprovação trouxe
alterações no licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de
impacto no município. A lei, que diminuiu as atribuições do Comdema (Conselho
Municipal de Meio Ambiente), foi contestada judicialmente e declarada
inconstitucional em 2023, reforçando as suspeitas de irregularidades na gestão
de Cazellato.
Diante das denúncias, o MP determinou a realização de
auditorias técnicas para verificar se as condicionantes ambientais
estabelecidas nas licenças prévias foram cumpridas antes da emissão da licença
de instalação das obras viárias. Além disso, uma análise detalhada do contrato
firmado pela prefeitura para a execução das obras foi requisitada, com o
objetivo de identificar possíveis falhas e violações.
O MP também coordena esforços com a Promotoria local para
investigar o impacto ambiental das obras e a regularidade do contrato firmado
para a execução das intervenções viárias. A investigação se concentra em
eventuais danos ao meio ambiente e prejuízos ao patrimônio público. A
prefeitura não se manifesta publicamente sobre o caso.
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