Governo Henrique do Paraíso consegue votos favoráveis na Câmara e abre caminho para construir base
Sinalização de diálogo por parte de Rudinei Lobo (PSB), vereador reeleito na base de Willian Souza (PT), indica que parlamentar está disposto a conversar com novo governo, ‘priorizando a cidade’; Henrique tem cinco vereadores no grupo
Paulo Medina | Tribuna Liberal
O prefeito eleito de Sumaré, Henrique do Paraíso
(Republicanos), pode ter maioria na sua base política no Legislativo logo
depois de assumir o cargo em janeiro de 2025. Em votação recente de interesse
do atual governo, Henrique conseguiu dez votos favoráveis em uma matéria polêmica
na Câmara Municipal, evidenciando sinais de um possível fortalecimento de sua
articulação política na Casa de Leis.
Entre os destaques está a sinalização de diálogo por parte
de Rudinei Lobo (PSB), vereador reeleito pela base de Willian Souza (PT). Em
sua fala, Rudinei indicou que está disposto a conversar com o novo governo,
priorizando os interesses da cidade.
Antes mesmo de 2025, Henrique enfrenta um cenário
legislativo fragmentado, com a necessidade de negociar com dois blocos
políticos. A maior bancada no Legislativo será formada pelo grupo do
ex-candidato a prefeito Willian Souza, que conta com nove vereadores eleitos.
Além disso, Henrique terá que dialogar com os sete parlamentares alinhados ao
atual prefeito Luiz Dalben (PSD).
O grupo diretamente ligado a Henrique do Paraíso conta com
cinco vereadores eleitos: Rai do Paraíso (Republicanos), Welington da Farmácia
(MDB), Valdir de Oliveira (Republicanos), Professor Edinho (Republicanos) e
Tavares (PL).
A votação da semana passada, onde Henrique obteve apoio de
dez vereadores, indica que o mandatário já começou a ampliar sua influência
política na Câmara. Agora, Henrique terá de conduzir negociações para unir
forças heterogêneas em torno de seu governo. Além de garantir apoio para
aprovar projetos, o prefeito eleito terá que construir um diálogo produtivo com
as bancadas e manter a confiança de seus próprios aliados.
Na semana passada, a sessão da Câmara foi marcada por
protestos e tumultos durante a discussão e votação da emenda modificativa ao
projeto de lei que previa a realocação de recursos no orçamento municipal de
2025. A proposta, que aumentava significativamente o financiamento para saúde e
obras, foi alvo de críticas de populares presentes, que chegaram a chamar a
medida de ‘projeto da maldade’, “engessando” o governo do prefeito eleito.
A emenda, apresentada por nove vereadores, propôs um
acréscimo de R$ 7,85 milhões na dotação para a Secretaria Municipal de Saúde e
outros R$ 7,85 milhões para a Secretaria Municipal de Obras. Esses recursos viriam
de uma redução no orçamento do Programa de Recape Contínuo, com corte de R$
15,7 milhões.
A justificativa oficial defendia que a redistribuição é
essencial para fortalecer o financiamento da saúde municipal e ampliar a
capacidade de atender demandas prioritárias, especialmente no setor de obras.
Segundo os vereadores, a realocação não inviabiliza o recapeamento de vias, que
continuará com orçamento de R$ 32,9 milhões.
Durante a sessão, os ânimos se exaltaram e o presidente da
Câmara, Hélio Silva (Cidadania), tentou controlar a situação. O clima tenso
culminou na intervenção da Guarda Civil Municipal, acionada após manifestações
de populares contra a proposta.
Os vereadores também aprovaram, por 11 a nove, uma emenda
modificativa ao projeto de lei que estabelece o orçamento do município para o
próximo ano. A medida reduz de 20% para 5% o limite para a abertura de créditos
suplementares por parte do Executivo, alegando que a medida traz ‘mais controle
e transparência’ à execução orçamentária. O prefeito eleito Henrique do Paraíso
(Republicanos) já havia criticado a proposta dizendo que atrapalhará o governo
em 2025.
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