Equipe de transição aponta dívidas, obras paradas e déficit de agentes da GCM em Sumaré
Relatório finalizado no dia 20 de dezembro revela problemas com as obras da UPA do Maria Antonia, da escola municipal do Jardim das Águas e do Hospital Municipal localizado no Jardim Macarenko
Paulo Medina | Tribuna Liberal
O relatório final da equipe de transição do prefeito eleito
de Sumaré, Henrique do Paraíso (Republicanos), aponta desafios para a próxima
gestão do município. O levantamento, concluído na última sexta-feira (20),
revela problemas financeiros, déficit de servidores públicos, obras paralisadas
e dificuldades em áreas essenciais, como saúde, educação e segurança pública.
A dívida consolidada total da Prefeitura de Sumaré atinge
R$1,4 bilhão, equivalente a 93% do orçamento previsto para 2025. Tal situação
financeira, na visão do governo eleito, limita a capacidade de investimentos em
novos projetos. Além disso, a nova administração informou que herdará uma
dívida de R$200 milhões referente ao ano de 2024 e precisará arcar com R$ 25
milhões em precatórios.
Outro ponto abordado pela equipe de transição do prefeito
eleito é o déficit de R$474,5 milhões no regime de previdência municipal. Há
também atrasos médios de dois meses nos pagamentos de fornecedores e
prestadores de serviço, e contratos vencidos ou próximos de vencer ameaçam a
continuidade de serviços públicos, segundo o novo mandatário.
O relatório traz ainda obras importantes paralisadas devido
a problemas contratuais, como a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Maria
Antonia, a escola municipal do Jardim das Águas e o Hospital Municipal do
Jardim Macarenko.
Na rede municipal de ensino, o time de transição informou
que há uma fila de espera de 1.840 crianças para vagas escolares. Apenas 3% do
orçamento destinado à educação para 2025 foi reservado para reformas e
manutenção de prédios escolares, alertam os integrantes. Eles afirmam que não
há um setor específico de engenharia para realizar serviços corretivos e
preventivos nas unidades, agravando o problema das instalações atuais.
“Na Secretaria de Saúde, há uma fila de pelo menos 1.554
consultas com médicos especialistas, além de uma demanda acumulada de milhares
de exames diagnósticos, como tomografias. Também foi identificada a necessidade
de revisão em diversos contratos e a baixa eficiência em processos
administrativos”, afirma o relatório.
Na área da Segurança Pública, o novo governo apontou que
apenas 43 agentes da Guarda Civil Municipal estão fazendo o patrulhamento,
divididos em turnos. Com uma população de aproximadamente 280 mil pessoas,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tal número é
avaliado como insuficiente para atender os moradores.
O setor de Assistência Social enfrenta dificuldades devido à
falta de espaços e equipamentos adequados para atender à população, segundo a
equipe, que alertou que o município corre o risco de perder convênios e
recursos por atrasos no cumprimento de cláusulas contratuais, como os firmados
com o Ministério das Cidades.
A análise também é que a estrutura administrativa da
Prefeitura de Sumaré é impactada por sistemas de gestão e informação obsoletos,
que comprometem a eficiência no atendimento às demandas da população. Procurada
para comentar os apontamentos do relatório, a Prefeitura não se manifestou.
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