Desassoreamento em Monte Mor vira questionamento na Câmara Municipal
Vereadora Wal da Farmácia (PSB) pediu esclarecimentos do atual prefeito Murilo Rinaldo (PP) sobre locais que receberam trabalho de limpeza, extensão total das intervenções, valor investido e se houve licitação para contratar maquinário usado
Paulo Medina | Tribuna Liberal
A Câmara Municipal de Monte Mor abriu questionamentos sobre
as obras de desassoreamento realizadas no município no ano de 2024. A vereadora
Wal da Farmácia (PSB) protocolou requerimento solicitando informações
detalhadas ao prefeito Murilo Rinaldo (PP) sobre os trabalhos realizados em
diferentes pontos da cidade.
A iniciativa surge após moradores expressarem dúvidas e
preocupações sobre a eficácia das intervenções. Mesmo com as obras
“concluídas”, alguns pontos da cidade continuam sofrendo com alagamentos,
levantando questionamentos sobre planejamento, execução e impacto real dos
serviços realizados pela gestão anterior.
O requerimento solicita esclarecimentos sobre quais locais receberam as obras de desassoreamento, a extensão total das intervenções em metros, o custo total investido, a origem dos recursos, se houve licitação para a contratação dos maquinários utilizados e qual empresa venceu o certame. Além disso, a vereadora questiona qual foi o tempo de execução das obras em cada local e se foram realizados estudos técnicos prévios para embasar as intervenções, solicitando cópia dos documentos caso existam.
A justificativa do requerimento destaca que Monte Mor possui
diversos pontos de alagamento, tanto na região central quanto em bairros
periféricos. A vereadora argumenta que, mesmo após as obras, os problemas
persistem, o que levanta dúvidas sobre a eficácia das ações e o uso dos
recursos públicos. O requerimento ainda será votado pela Casa. Se aprovado, a
prefeitura tem prazo regimental para fornecer as informações solicitadas.
“Considerando ser fato notório e sabido que nossa Monte Mor
possui vários pontos de alagamento tanto na região central como em vários
bairros; considerando que a administração municipal realizou obras de
desassoreamento de vários locais no município; considerando que a população
pede a nós vereadores, explicação de que mesmo tendo sido realizadas obras de
desassoreamento, as mesmas não se mostraram eficazes em sua finalidade é de
competência do vereador fiscalizar os atos da administração pública municipal.
Assim, as informações requeridas são de extrema relevância”, argumentou a
parlamentar.
ESTRAGOS
No início de fevereiro, após a cheia do Rio Capivari, o número de famílias afetadas chegou a 350. Abrigos temporários foram montados em escolas municipais. Oito bairros ficaram entre os mais atingidos. Foram eles: Jardim Capuavinha, Jardim Progresso, Vila Falid Calil, Santa Cândida, Chácara Pindorama, Chácara Bacatão, Jardim Moreira e Centro. Pontes e passarelas foram danificadas.
FALTA DE PROJETO
Um mês após ter sua situação de emergência reconhecida pelo
governo federal, Monte Mor ainda não recebeu verba da União por causa da falta
de apresentação de um pedido e projeto formal por parte da prefeitura. Na
metade de fevereiro, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MIDR) informou
que não havia nenhum pedido de recursos registrado para socorro e assistência
humanitária por parte da administração municipal de Monte Mor. De acordo com o
Ministério, cidades que têm o reconhecimento federal de situação de emergência
ou de estado de calamidade pública podem solicitar recursos para ações de
defesa civil.
Deixe um comentário