Com prática já reprovada pelo TCE, Brischi pede autorização para crédito suplementar de R$ 12,5 milhões
Grande parte do valor deve ser usada para cobrir despesas com folha de pagamento, vale-alimentação de servidores municipais e para transporte de alunos; prefeito justificou ao Legislativo, como ‘necessidade de fechar as contas’
Da Redação | Tribuna Liberal
O prefeito de Monte Mor, Edivaldo Brischi (PSD), encaminhou
à Câmara Municipal mais dois projetos de lei que solicitam autorização para
créditos adicionais ao orçamento de 2024, totalizando R$ 12,5 milhões. A maior
parte desse valor – R$ 12,2 milhões – seria destinada a ajustes orçamentários
para cobrir despesas como folha de pagamento e transporte de alunos.
Entretanto, a iniciativa ocorre em meio a críticas do TCE-SP (Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo), que rejeitou as contas do prefeito de 2022
tendo como um dos motivos o excesso de créditos suplementares na gestão.
O principal projeto que tramita no Legislativo visa
transferir dotações orçamentárias para cobrir gastos com folha de pagamento,
obrigações patronais, vale-alimentação e transporte escolar. Segundo a
justificativa apresentada por Brischi, o aumento de licenças e afastamentos de
servidores, além das despesas vinculadas ao Fundeb (Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação) agravaram a situação financeira do município,
levando a um déficit que precisa ser corrigido com ajustes no orçamento.
“Diante do atual cenário de aumento das despesas e do não
superávit orçamentário, torna-se indispensável a transferência orçamentária
para garantir o fechamento das contas”, argumenta o prefeito na justificativa
enviada à Câmara.
Outro projeto do Executivo em tramitação solicita crédito
adicional especial de R$ 300 mil para a revitalização da Praça da Bíblia,
recurso oriundo de uma emenda parlamentar do deputado Jefferson Campos. A
solicitação de novos créditos suplementares surge dias após o TCE reprovar as
contas de 2022 do prefeito Brischi, destacando o uso excessivo desse mecanismo.
O TCE considerou que a constante dependência de créditos
adicionais suplementares demonstra falta de previsibilidade orçamentária.
Segundo o TCE, no que se refere ao planejamento municipal, Monte Mor obteve
classificação insuficiente, sendo avaliada pelo IEG-M (Índice de Efetividade da
Gestão Municipal) no patamar ‘C’ pelo quarto ano consecutivo.
O município apresentou um elevado percentual de alterações
orçamentárias ao longo do exercício de 2022, totalizando 32,08% da despesa
inicialmente fixada, o que contraria as diretrizes do tribunal e demonstra
instabilidade no planejamento financeiro da cidade.
Os vereadores de Monte Mor têm agora a responsabilidade de
analisar os dois projetos em um contexto delicado. De um lado, há a urgência
declarada pelo prefeito para evitar o colapso financeiro da administração
pública. De outro, a reprovação do TCE e a necessidade de maior rigor fiscal.
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