Câmaras da região implementam férias e 13º salário aos vereadores a partir de 2025
Das cinco cidades da área de cobertura do Tribuna Liberal, apenas o Legislativo de Sumaré não apresentou proposta concedendo os benefícios aos parlamentares
Beto Silva | Tribuna Liberal
A partir de 2025, vereadores das cidades de Hortolândia,
Monte Mor, Nova Odessa e Paulínia passarão a receber, além dos subsídios
mensais, férias e 13º salário, direitos reconhecidos como sociais e
fundamentais pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Apenas o Legislativo de
Sumaré não aprovou projeto de resolução concedendo os benefícios.
Segundo o STF, a concessão de férias e 13º salário aos
vereadores é constitucional, sendo necessário que o pagamento do 13º esteja
previsto na LOM (Lei Orgânica do Município). Ambos os benefícios devem seguir
as normas de responsabilidade fiscal, e é considerado como despesa de pessoal
para os limites estabelecidos pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
NA REGIÃO
Em Nova Odessa, os nove vereadores terão direito aos
benefícios conforme resolução aprovada em julho de 2023. Neste ano, também foi
aprovado um reajuste de 30% nos subsídios parlamentares, que estavam congelados
há três legislaturas. Dessa forma, o subsídio passará de R$ 4,670 mil para R$
5,860 mil a partir de 2025.
A Câmara Municipal de Paulínia, com 17 vereadores, pagará
subsídios de R$ 14,9 mil para cada parlamentar. De acordo com o Legislativo, a
previsão orçamentária para o pagamento desses valores (subsídios e benefícios)
na folha de pagamento da Casa de Leis é de R$ 4,068 milhões anuais nos próximos
três anos.
Na Câmara Municipal de Hortolândia, a concessão de férias e
13º salário já está prevista na Lei Orgânica do Município. A partir de 2025,
serão implementados o 13º, enquanto as férias, com acréscimo de um terço, serão
concedidas a partir de 2026. Os 19 vereadores são subsidiados mensalmente de R$
16,503 mil conforme estabelecido pela lei 4.213/2023.
Embora a Câmara não tenha fornecido um impacto financeiro
detalhado, a equipe de Recursos Humanos está realizando ajustes na função de
exonerações e novas contratações após as eleições. Estudos prévios apontam que
os novos benefícios não comprometem a saúde financeira da Casa, respeitando os
limites fiscais e orçamentários.
Já em Monte Mor, os 15 vereadores eleitos para a legislatura
2025-2028 receberão subsídios mensais de R$ 9,180 mil enquanto o presidente da
Câmara receberá R$ 12,250 mil. Os valores atuais, de R$ 5.998,66 e R$ 7.998,21,
respectivamente, foram reajustados pela lei municipal 3.168/2024.
Estudos de impacto financeiro realizados pela Diretoria Geral e pelo Setor de Contabilidade da Câmara apontam que os benefícios não ultrapassarão os limites constitucionais. Atualmente, os gastos com pessoal representam 1,97% da receita corrente líquida, bem abaixo do limite máximo de 6%. Mesmo com o reajuste e os novos benefícios, a previsão é de uma redução para 1,91% em 2025.
CONTEXTO LEGAL E IMPACTO
De acordo com o STF, o pagamento do 13º salário e das férias
aos vereadores reforça o princípio da igualdade em direitos sociais, mas exige
atenção à responsabilidade fiscal. Os municípios que concederem os benefícios
deverão garantir que esses gastos estejam dentro dos limites previstos na LRF
para evitar comprometimento financeiro. Enquanto quatro das cinco cidades
ajustam suas legislações para conceder os benefícios, Sumaré mantém os
subsídios sem alterações, destacando-se como a única Câmara da região que não
implementará as mudanças.
Até a sexta-feira (13) não tramitava na Casa nenhum projeto
com proposta de concessão dos benefícios aos parlamentares. Vale lembrar que a
lei só pode ser aplicada se aprovada e sancionada antes do início da próxima
legislatura para poder ser aplicada. Nesse caso, a Câmara teria de aprovar a
proposta na última sessão ordinária, que acontece na terça-feira (17).
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