Bill deixa nova ‘herança’ e dívida de precatório que totaliza R$ 5,7 milhões
Mais um prejuízo aos cofres públicos coloca em risco a prestação de serviços essenciais e ocorre pela desapropriação de área em 2019; total de multas trabalhistas e precatórios deixados pela gestão do ex-prefeito já soma R$ 80 milhões
Da Redação | Tribuna Liberal
Os cofres públicos da Prefeitura de Nova Odessa terão que
pagar, nos próximos dias, mais uma dívida judicial de precatório gerada por
ações da gestão do ex-prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza (PL). Desta vez,
serão R$ 5.786.762,20 a favor da Sun Bloom Participações Ltda, resultantes da
desapropriação da área para a construção do prolongamento da Avenida João
Pessoa entre a Avenida Ampelio Gazzetta e o muro do Condomínio Residencial
Imigrantes.
A ação de desapropriação indireta vencida pela empresa
contra a prefeitura foi impetrada na Justiça em 2019 e pode ser consultada
publicamente, diretamente no site do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo). Já a ação de cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública
Municipal (o precatório propriamente dito) também pode ser verificada no site.
A sentença da ação principal de 2019 que condenou a
prefeitura a pagar pela desapropriação da área foi publicada no dia 25 de
setembro de 2020. “Julgo Procedente o pedido deduzido na inicial por Sun Bloom
Participações Ltda. contra o Município de Nova Odessa (...) para condenar o réu
(a Prefeitura) ao pagamento de justa indenização pela desapropriação da área
total de 4.328.37m², no valor de R$ 1.731.348,00 (...)”, traz a decisão
judicial.
No entanto, a mesma decisão determina que “o valor da verba
indenizatória deverá ser acrescido dos seguintes encargos: a) juros
compensatórios de 6% ao ano, devidos desde a data em que efetivamente o réu
passou a ocupar o imóvel; b) juros moratórios de 6% ao ano, computados a partir
de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ter
sido efetuado; e c) correção monetária”, elevando o total para R$ 5.786.762,20.
A prefeitura também foi condenada a pagar os honorários advocatícios. “Em razão da sucumbência, arcará o réu com o pagamento de honorários advocatícios, os quais fixo em 5% sobre o valor da indenização”, completa o resumo da sentença disponível publicamente no site do TJ-SP. Este valor ainda vai ser definido pela Justiça na data da cobrança.
OUTROS PRECATÓRIOS
Entre 2021 e 2024, a Prefeitura de Nova Odessa já havia pago
R$ 37.287.122,77 entre precatórios e multas trabalhistas “herdados” – ou seja,
gerados por decisões da gestão Bill, que terminou em 2020. “São valores que
prejudicam bastante a capacidade de investimento da prefeitura em obras,
serviços e programas de atendimento à população”, afirma a prefeitura.
Ainda neste ano, no entanto, novas dívidas de precatórios
resultantes de atos da gestão Bill devem ser emitidas contra os cofres públicos
municipais – inclusive o maior deles até aqui, de R$ 26.081.321,00, mais R$
5.598.226,22 em honorários advocatícios.
Isto porque a Prefeitura de Nova Odessa foi condenada
“solidariamente” a pagar uma dívida do ICV (Instituto Ciências da Vida) para
com a empresa Futura Comércio de Produtos Médicos e Hospitalares Ltda. A
empresa forneceu remédios e insumos ao Instituto, contratado pela gestão do
ex-prefeito para gerir a Rede Municipal de Saúde entre 2014 e 2015.
O valor original do débito do ICV para com a Futura, que acabou recaindo sobre a prefeitura, era R$ 953.769,88. Mas quando calculados todos os juros e custas processuais, o valor saltou para R$ 31.679.547,22. O total de multas trabalhistas e precatórios “herdados” pela atual gestão, mas resultantes de ações anteriores a 2021, já soma aproximadamente R$ 80,3 milhões.
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