Aumento salarial de Cazellato é seis vezes maior que inflação e custará R$ 640 mil
Prefeito de Paulínia passou a receber R$ 32 mil nesta semana
ao ter aumento de 36,7%; percentual é o triplo do reajuste concedido por ele a
servidores municipais
Paulo Medina | Paulínia
Com aumento seis vezes maior que a inflação, o novo salário do prefeito de Paulínia, Du Cazellato (PL), de R$ 32 mil mensais, custará R$ 640 mil aos cofres públicos até o final do mandato do chefe do Executivo, em dezembro de 2024. O aumento do salário também é o triplo do índice concedido aos servidores públicos municipais, que é de 12%. População critica o aumento.
“Achei exorbitante um aumento desse jeito. Não é possível. Ainda teve o aumento que começou no dia do trabalhador. Não achei justo de jeito nenhum”, reclamou o mestre de obras que se identificou como Cardoso Assis. “Ano que vem é ano de eleição. Vamos fazer o ‘check list’ de tudo isso e votar com consciência. O povo padece por falta de conhecimento”, esbravejou Adriana Lima nas redes sociais.
“E nós? Eu mesmo ganho um salário mínimo, mal consigo pagar aluguel e comprar as coisas para os meus filhos”, reclamou moradora que se identificou como Pamela nas redes sociais. O prefeito de Paulínia sancionou aumento de 36,7% no próprio salário e os vencimentos passaram de R$ 23,4 mil para R$ 32 mil. O novo salário de Du Cazellato entrou em vigor na segunda-feira, dia 1° de maio. A inflação fechou 2022 em 5,79%. O percentual de aumento salarial do prefeito é seis vezes maior que o índice de perdas do período.
Em 25 de abril, Cazellato sancionou lei que concedeu reajuste de 12% aos servidores municipais de Paulínia, vigorando na mesma data do seu aumento salarial. Os servidores do Legislativo paulinense também receberam reajuste de 12% nos vencimentos. O aumento do salário do mandatário é o triplo do concedido aos servidores municipais. Tal aumento foi aprovado pela Câmara de Paulínia por 14 votos favoráveis em abril.
Conforme o Tribuna Liberal noticiou nesta quarta-feira (3), na justificativa do projeto, de autoria da Mesa Diretora da Câmara, os vereadores Edilsinho Rodrigues, presidente da Casa, Pedro Bernarde, 1° secretário, e Dr. Grilo, 2° secretário, argumentaram que o aumento do salário do prefeito, que é o teto do município, deveria ocorrer para resolver problemas salariais de médicos e especialistas da cidade, que ficam com os salários limitados aos do chefe do Executivo, o que ocasiona dificuldade na prestação dos serviços e ao atendimento público.
“A majoração do subsídio do Prefeito Municipal dará mais flexibilidade às jornadas variáveis, aumentando o poder de assistência aos munícipes de nossa cidade”, afirmaram os vereadores. Cazellato não se manifestou.
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