Política
Legislativo de Sumaré garantiu maior controle das finanças públicas com aprovação do projeto

Após aprovar redução de créditos suplementares, Câmara de Sumaré fala em ‘caráter individual de voto’

Diante das declarações do prefeito eleito Henrique do Paraíso sobre o projeto, Legislativo diz que cada vereador tem autonomia para decidir votação e aponta que ‘colabora com o Executivo’ em pautas de desenvolvimento municipal

Da Redação | Tribuna Liberal

Depois da polêmica aprovação do projeto de lei que reduziu de 20% para 5% o percentual de abertura de créditos suplementares no próximo governo e das declarações de preocupação do prefeito eleito Henrique do Paraíso (Republicanos), o Tribuna Liberal questionou a Câmara de Sumaré, que informou que “colabora com o Executivo” e que cada vereador tem autonomia para definir seu voto.

A Câmara argumenta ter “compromisso com o desenvolvimento do município e disposição em colaborar com o Executivo”. Segundo o Legislativo, a Câmara busca aprovar propostas que estejam “alinhadas com o progresso de Sumaré”, mantendo diálogo com o governo municipal.

“A Câmara Municipal de Sumaré informa ainda que o posicionamento de cada vereador em votações de projetos de lei é de caráter individual, o que impossibilita que o Legislativo se pronuncie em nome dos parlamentares. De qualquer forma, a Câmara reforça sua colaboração com o Executivo, no sentido de aprovar propostas que estejam sempre em consonância com o desenvolvimento do município”, disse o Legislativo.

Henrique do Paraíso, que assume a Prefeitura de Sumaré em 1° de janeiro de 2025, manifestou preocupação com a medida aprovada por 12 vereadores na semana passada, reduzindo o percentual de abertura de créditos suplementares. Ele avalia que a redução no percentual de abertura de créditos suplementares pode dificultar a execução do orçamento municipal e, consequentemente, a implementação de políticas públicas.

Para o novo chefe do Executivo, a mudança impõe obstáculo à gestão do município, comprometendo a flexibilidade orçamentária necessária para atender às demandas da população e investir em soluções para os problemas da cidade. Henrique também destacou que a proposta limita a capacidade de resposta do governo a situações emergenciais ou mudanças de cenário econômico, aumentando os desafios da próxima administração.

O projeto de lei aprovado reduz a margem de créditos suplementares — remanejamentos de verba no orçamento municipal. A medida é vista por alguns parlamentares como uma forma de garantir maior controle do Legislativo sobre as finanças públicas e evitar gastos desalinhados com as prioridades municipais.

Por outro lado, críticos apontam que a redução do percentual pode gerar entraves burocráticos para a execução do orçamento e atrasar ações do Executivo. Com a aprovação do projeto, o prefeito eleito terá de trabalhar com uma margem mais restrita para ajustes orçamentários, necessitando de maior articulação com a Câmara para aprovar novos créditos suplementares, caso necessário.

A discussão marca o início do novo relacionamento entre o futuro governo e o Legislativo sumareense. Atualmente, o prefeito Luiz Dalben (PSD) tem maioria na Câmara. Embora a Câmara tenha reforçado a intenção de colaborar, a divergência em torno do projeto evidencia a complexidade das negociações políticas que devem pautar o próximo mandato.

Com uma contagem de 12 votos a favor, a mudança foi impulsionada por vereadores aliados ao ex-candidato a prefeito Willian Souza (PT) e ao atual prefeito Luiz Dalben. Os créditos adicionais suplementares são um tipo de reforço financeiro que o Executivo pode utilizar para gastos além dos previstos no orçamento já aprovado. 

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