‘Sumaré está parada no tempo em relação às cidades vizinhas’, diz Dall’Orto
Pré-candidato a prefeito pelo Podemos critica legislação
municipal de atração de empresas e aponta o principal caminho para o
desenvolvimento da cidade: qualificação profissional
Da Redação | Tribuna Liberal
O Tribuna Liberal segue entrevistando lideranças políticas que se colocam como pré-candidatos a prefeito de Sumaré nas próximas eleições. O objetivo é debater problemas e, principalmente, soluções para a cidade. O entrevistado desta semana é Guilherme Dall’Orto, advogado, fundador do projeto Mão de Irmão, empresário e presidente municipal do Podemos. Na entrevista, o pré-candidato aponta deficiências na legislação municipal de atração de novas empresas e no sistema educacional do município, além de propostas nas áreas de saúde e saneamento.
Tribuna Liberal: O senhor disputou as últimas eleições municipais para prefeito. Pretende colocar o nome de novo à disposição?
Guilherme Dall’Orto: Sim! Sumaré precisa de mudança e é urgente, pois está parada no tempo em relação às cidades vizinhas. Hortolândia é um exemplo! Era distrito nosso e está numa fase de desenvolvimento muito maior do que a gente. Entendo que Sumaré precisa de uma nova mentalidade de gestão.
Como assim?
Com as disputas e traições que são comuns à política, o mesmo grupo governa Sumaré há mais de 20 anos. Os Carrara, os Dalben e ex-prefeito Bacchim foram – em algum momento – aliados. Mais do que isso! Eles têm a mesma visão sobre como administrar a cidade: com a máquina inchada de comissionados, o que resulta em um investimento público cada vez menor. Conheço pessoas que estão em cargos de confiança na Prefeitura há cinco mandatos. Muito do que se gasta hoje com assessores, diretores e superintendentes poderia ser usado em outras áreas que melhoram a vida da população.
O senhor não acha que os cargos de confiança são necessários?
No volume que a gente tem em Sumaré, não! Nossa cidade precisa de uma reforma administrativa que dê ao funcionário de carreira a possibilidade de crescimento. Nomear cabos eleitorais para postos estratégicos é a receita para o fracasso de qualquer gestão.
Que outras mudanças o senhor promoveria na gestão de Sumaré?
Nossa cidade precisa, com urgência, de uma nova legislação de incentivos fiscais para atração de empresas. Municípios vizinhos que atualizaram suas leis ao longo dos anos foram empilhando anúncios de negócios, gerando empregos qualificados e aumentando a arrecadação. Sumaré, por sua vez, vem perdendo indústrias e outras empresas que contratam mão de obra qualificada.
Só mudar a lei resolve esse cenário na sua opinião?
Obviamente, não! Precisamos de investimentos em qualificação profissional. Nossa região tem atraído muitas empresas de tecnologia, que demandam por profissionais em áreas como computação, desenvolvimento e processamento de dados, design e outras. Precisamos ter cursos nessas áreas, públicos e privados, para que os nossos jovens possam ocupar essas vagas e expandir o nosso mercado consumidor. Além disso, precisamos resolver uma questão histórica, que é o saneamento. Nenhuma empresa séria vai aplicar milhões num município que não tem segurança hídrica e tratamento de esgoto. Precisa resolver a questão da concessão. Se vai continuar com ela ou romper o contrato e colocar em pé um plano municipal para universalizar o tratamento e distribuição de água e a coleta e tratamento de esgoto.
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