Polícia
Marcos havia sido preso no mês passado ao fingir ser policial federal, e morreu no confronto

Morto em confronto, acusado de ameaçar juízes de Sumaré tem ficha extensa de crimes

Criminoso morreu em troca de tiros com policiais civis durante cumprimento de mandado de busca em residência depois de fazer ameaças a magistrados

Cézar Oliveira | Tribuna Liberal

Um homem identificado como Marcos Bezerra Sales, de 44 anos, foi morto durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira (14), na rua Moisés de Oliveira, no Jardim Amélia, em Sumaré, após trocar tiros com policiais civis da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana. Ele era suspeito de ameaçar dois juízes de Sumaré, além de ter diversas passagens por porte ilegal de arma.

Os policiais da DIG deram cumprimento ao mandado de busca e apreensão domiciliar, expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Sumaré, em uma investigação que apura crime de ameaça em face de dois magistrados da cidade. As ameaças eram direcionadas aos juízes Marcus Cunha Rodrigues e Aristóteles Alencar Sampaio, que estão à frente da 1ª e 2ª varas criminais de Sumaré.

As equipes da Polícia Civil chegaram ao endereço do investigado, mas ele não quis destrancar o portão para a entrada de policiais no imóvel. Em seguida, um dos policiais ingressou na casa pulando o muro da residência vizinha, ocasião em que os demais policiais conseguiram entrar na garagem. 

Na casa dele, foram apreendidos, revólver calibre 38, munições e colete à prova de balas

O investigado resistiu à abordagem, não consentindo ser algemado. Ele entrou rapidamente na sala do imóvel, apoderando-se de um revólver e correndo sentido corredor, surpreendeu um dos investigadores e um delegado com disparos de arma de fogo em suas direções. Os policiais reagiram e balearam o suspeito no peito e olho. Ele acabou morto. Nenhum policial ficou ferido.

Os policiais civis ouviram vizinhos e populares e apuraram que o investigado ostentava comportamento agressivo e se intitulava como membro da organização criminosa PCC (Primeiro Comanda da Capital), exercendo a “função de disciplina” no bairro. A “função de disciplina” é quando o membro da facção “julga” a má conduta de pessoas e decide se mata ou mantém com vida aquele que está sendo “julgado”.

Na casa dele, foram apreendidos, além de revólver calibre 38, munições, colete à prova de balas, camisas da Guarda Civil Municipal e de agente penitenciário. Segundo a Polícia Militar, Marcos chegou a fazer a escola de formação, mas foi desligado da PM. Em nota, o tenente coronel PM Valmir Moreira da Silva, comandante do 48° BPM/I, disse que chamar o acusado de ex-PM “se trata se uma fake news, uma vez que essa pessoa sequer concluiu a escola de formação a época”.

O suspeito ostenta diversos registros criminais, em especial porte ilegal de arma de fogo. O local foi isolado para a realização dos trabalhos de perícia. Após a conclusão pericial, o corpo foi recolhido ao IML (Instituto Médico Legal), de Americana. A ocorrência foi registrada na sede da DIG de Americana. Investigações continuam no sentido de apurar se Marcos praticava crimes com outros comparsas.

Marcos havia sido preso no mês passado ao fingir ser policial federal, atuando na função de agente de inteligência, em Sumaré. Isso ocorreu durante uma abordagem da PM na região do Jardim Viel após uma denúncia de que ele estava armado em um carro.

Na ocasião, ele tentou fugir, mas acabou detido. Ele se passou por policial federal, mas sem qualquer comprovação. O suspeito foi submetido a audiência de custódia e obteve a liberdade. Ele acabou ameaçando o juiz Aristóteles Alencar Sampaio, que conduziu a audiência.

Deixe um comentário