Polícia
Reconstituição da morte de professor foi realizada no local do crime pela DIG de Americana

Corpo de professor ficou cerca de 8h em veículo antes de ser queimado

Polícia Civil revelou fato novo em reconstituição do crime, que contou com a participação do casal suspeito do homicídio de Cauê Pozenatto

Cézar Oliveira | Tribuna Liberal

O tatuador W.C., de 35 anos, acusado de assassinar o professor de Sumaré, Cauê Pozenatto Lima, também de 35 anos, deu novo depoimento à Polícia Civil, nesta segunda-feira (04), durante a reconstituição do crime, e, com a presença do suspeito no local, policiais descobriram que o corpo de Cauê permaneceu cerca de 8h dentro de seu próprio carro antes de ser queimado. 

O veículo ficou estacionado nas proximidades da residência do suspeito, no Jardim Maria Luiza, em Sumaré. O assassinato ocorreu no dia 1º de agosto. Depois de pernoitar no veículo é que o corpo do professor foi encaminhado para a região da Praia Azul, em Americana, onde foi queimado, e avistado. Em uma nova versão W. disse que não foi responsável pela facada que matou o professor. Segundo os advogados dele, a facada foi desferida por um terceiro envolvido, mas que W. não revelou anteriormente a participação de outra pessoa por estar sofrendo ameaças.

A reconstituição foi realizada em mais de três horas e envolveu a colaboração da Polícia Civil, do Instituto de Criminalística e da Polícia Militar, o tatuador e sua companheira, P. F. A., de 30 anos, que também é suspeita de participar do crime. O objetivo principal era esclarecer pontos considerados obscuros na versão do casal, que permanece detido temporariamente.

A dinâmica do evento revela que o professor inicialmente estava na residência de W. e ambos deixaram o local no carro da vítima. Posteriormente, eles passaram por dois endereços em busca de drogas no Parque Itália, mas o desentendimento resultou em uma facada fatal desferida contra o professor, enquanto estavam estacionados na rua Guarujá, no mesmo bairro. O suspeito então transitou por diversos lugares ainda com o corpo da vítima dentro do carro.

W. retornou à sua casa e somente no dia seguinte, acompanhado por sua mulher, seguiram até uma área rural na Praia Azul, em Americana, onde o carro foi estacionado e o corpo foi removido e posteriormente incendiado em uma vala. Uma testemunha que estava nas proximidades relatou ter visto o veículo parado naquele local e, posteriormente, encontrou o cadáver em chamas, o que levou à intervenção da polícia. O tatuador, no entanto, também mencionou uma versão alternativa, alegando que uma terceira pessoa poderia estar envolvida no crime.

A cronologia dos eventos revela que o assassinato ocorreu na noite de terça-feira, 1º de agosto, quando W. saiu de casa acompanhado da vítima e posteriormente desferiu a facada. O corpo permaneceu a noite dentro do carro, e na manhã de quarta-feira, 2 de agosto, o casal retornou ao veículo e o levou para Americana, ainda com o corpo dentro. Eles fugiram com o carro após o crime e o deixaram estacionado em uma rua próxima à residência de W. Na manhã de sexta-feira, 4 de agosto, a polícia localizou o veículo com manchas de sangue, identificando os suspeitos e realizando suas prisões no mesmo dia.

O auxílio da muralha digital da Gama (Guarda Municipal de Americana) ajudou a confirmar o veículo da vítima e rastreá-lo até a residência do suspeito, resultando na prisão do casal. O caso ainda está em investigação pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e os laudos necroscópicos e do Instituto de Criminalística serão analisados pelo delegado Lúcio Antonio Petrocelli, juntamente com as diferentes versões apresentadas pelos suspeitos.

Cauê Pozenatto Lima, nascido em 2 de agosto de 1988, era professor de ensino fundamental e médio em Sumaré. Ele também atuava como coordenador na Escola Estadual Antônio do Valle Sobrinho, no Jardim Campo Belo, e lecionava há uma década na Escola Municipal Ramona Canhete Filho.

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