Corpo com sinais de violência é de empresário de Hortolândia; polícia prende dois suspeitos
Empresário Davi Aires Costa, de 63 anos, foi torturado e teve dinheiro roubado antes de ser brutalmente morto com tiro na cabeça em cemitério de Sumaré; após diligências pela região, policiais da DIG prenderam homem e mulher e agora procuram pai de santo, suposto mandante
Cézar Oliveira | Tribuna Liberal
A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana
informou nesta quinta-feira (30) que foi identificado o corpo de um homem que
havia sido encontrado no sábado (18) dentro do Cemitério da Saudade em Sumaré,
com sinais de tortura. De acordo com a polícia, trata-se do empresário Davi
Aires Costa, de 63 anos, que era morador de Hortolândia. Durante as
investigações foram presos os autores do crime, um homem e uma mulher. O mentor
do homicídio está foragido e é procurado pela Polícia Civil.
As investigações apontaram movimentações bancárias suspeitas
nas contas da vítima, levando a equipe policial a aprofundar as apurações. A
vítima foi rendida, obrigada a realizar transferências bancárias para os
autores e, em seguida, brutalmente assassinada. A partir da análise de dados
telefônicos, financeiros e demais técnicas de investigações, a DIG identificou
dois suspeitos e representou no Judiciário pela prisão deles.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão nas
cidades de Sumaré, Hortolândia, Campinas e Vinhedo. Durante o cumprimento dos
mandados, “Fucho”, autor dos disparos de arma de fogo na vítima, foi detido na
residência de seu pai e confessou participação no crime, detalhando o
envolvimento de outros dois investigados.
Na cidade de Vinhedo foi presa uma recepcionista, a qual em
sua versão confirmou que acompanhou o autor “Fucho” na data do crime, ajudou a
colocar um cabo de vassoura nas partes íntimas da vítima ainda viva, efetuou a
transferência de um PIX do próprio celular da vítima, bem como informou vários
detalhes do caso.
De acordo com as investigações, “Fucho” foi funcionário e
aprendiz da vítima, tornando-se amigo pessoal do empresário, além de seguidor
da mesma religião de matriz africana. No dia do crime, ele convidou Davi para
acompanhá-lo em rituais religiosos. Após realizarem oferendas em um primeiro
local, buscaram a recepcionista e seguiram para o Cemitério da Saudade, em
Sumaré, onde alegavam realizar um segundo ritual.
Chegando ao local, a vítima foi rendida e forçada a fornecer
suas senhas bancárias, além de transferir dinheiro para a conta de “Fucho” e
entregar seus pertences e senha bancária para a mulher. Em seguida, “Fucho” estrangulou
a vítima com um golpe conhecido como “mata leão” e com a ajuda da mulher,
torturou a vítima ainda viva com um cabo de vassoura. Em seguida, efetuou
disparos de arma de fogo contra a cabeça do empresário, abandonando o corpo no
local.
No dia seguinte, uma nova transferência bancária esvaziou a
conta da vítima. Os valores foram imediatamente repassados para um pai de santo
conhecido como “Tuta”, apontado como mentor do crime e destinatário final dos
valores subtraídos. Após isso, o grupo seguiu para um local deserto, onde
queimou o celular e os pertences da vítima, na tentativa de destruir as provas
do assassinato.
PAI DE SANTO TERIA FORÇADO HOMEM A MATAR EMPRESÁRIO, DIZ
POLÍCIA
As investigações indicam que o pai de santo investigado
utilizava a religião de matriz africana para coagir e amedrontar seus
seguidores, e com isso obter vantagens financeiras. Segundo o autor do crime,
“Fucho”, a motivação da morte seria às ameaças do pai de santo a ele e seus
familiares, forçando-o a cometer o crime. No entanto, os depoimentos colhidos
apresentam conflitos nas versões, e a motivação exata ainda está sendo
aprofundada pela Polícia Civil.
Com as investigações “Fucho” e a recepcionista foram
conduzidos à sede da DIG de Americana. Foram decretadas pela Justiça as prisões
temporárias de “Fucho” e da recepcionista, permanecendo ambos detidos. A DIG de
Americana informou que segue empenhada na conclusão do caso e na prisão do
último envolvido.
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