Homenagem
Neste dia, que proclamaram nosso, preciso confessar uma coisa: sou mulher fácil.
Talvez por ter uma origem um tanto pobre e, por ser pobre, acabei me tornando fácil em me fazer forte.
Fiquei muito fácil em lutar por sustento, por espaço, por conhecimento. Fácil em sobreviver a cada batalha travada com limites de toda sorte. Fácil em manter a consciência de que não preciso provar nada pra gente difícil.
Também sou fácil demais em me colocar no lugar do outro e entender que alegria é coisa boa e sofrimento é coisa ruim pra qualquer ser humano.
Sou mulher fácil em amar e respeitar a vida sob todas as formas – animais, plantas ou gente.
Sou absurdamente fácil em respeitar opiniões e opções divergentes e todo tipo de espaço que não me pertence.
Sou fácil demais em ver além da casca, da roupa, da pele, da alvenaria, da lataria… Sou fácil de sofrer também. Mas sou muito difícil de ceder.
Que as mulheres ucranianas (e não apenas elas) tenham a força necessária para enfrentar e resistir a todo tipo de ataque.
Sandra Boveto
Maringá/PR
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