Faturamento de bares e restaurantes da RMC tem melhora, mas um terço está no prejuízo
Segundo Abrasel, parcelas de financiamento em atraso e inflação dos insumos contribuem para resultado negativo no setorQuase dois anos após o começo da pandemia da Covid-19, bares e restaurantes ainda enfrentam dificuldades para operar. Levantamento da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) com mais de 1200 respostas em todo o país mostra que 38% dos estabelecimentos tiveram prejuízo em fevereiro,
uma melhora significativa em relação a janeiro (43%), mas ainda acima do número de dezembro (31%) – que foi o melhor mês desde março de 2020. Outros 26% realizaram lucro (também uma melhora em relação a janeiro, 22%) e 34% ficaram em equilíbrio.
Para Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, o desempenho ainda teve reflexos do pico de infecções causado pela variante ômicron no começo do ano. “Hoje já funcionamos praticamente sem restrições na maior parte do país, mas nos preocupa o longo tempo em que uma parcela significativa dos bares e restaurantes trabalha com prejuízo. E não foi só pela queda no movimento, que agora está sendo retomado. Outros fatores, como as parcelas dos financiamentos em atraso e a inflação dos insumos, que praticamente não foi repassada para os cardápios, influenciam no resultado dos estabeleci- mentos”, afirma.
O quadro faz com que 45% das empresas que estão no Simples (que representam 85% do total de respondentes) estejam com parcelas atrasadas. Destas, 69% pretendem aderir ao Relp, programa de refinanciamento. Elas têm até o dia 29 de abril para resolver pendências e viabilizar sua adesão ao programa para renegociar os débitos, estejam elas ou não inscritas na dívida ativa. A pesquisa mostra que 19% dizem não ter como ade- rir ao Relp até esse prazo. Matheus Mason, presidente da Abrasel Regional Campinas, que responde por mais de 90 municípios, diz que a pesquisa nacional vem na mesma linha do setor regional.
“O retorno dos clientes com a liberação das restrições registrou aumento nos últimos meses, mas o setor sofre forte impacto com reajustes altos das matérias-primas, combustíveis e, agora, com a alta da energia elétrica na região”, explica. “Além dessas altas, também temos contra os empréstimo do Pronampe contraídos na pandemia, que começam a vencer, com juros altos, impactando ainda mais o caixa das empresas”, diz.
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