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Denio Alves (Desktop) e Wendell Stein durante lançamento do livro

Wendell Stein lança livro infantil sobre luto causado pela pandemia de covid-19

Inicialmente, cerca de dois mil exemplares serão distribuídos de forma gratuita para estudantes das redes públicas de Ensino Fundamental das cidades de Nova Odessa, Sumaré, Paulínia, ainda em setembro

Da Redação | Tribuna Liberal

Neste mês de setembro, Nova Odessa, Sumaré e Paulínia entrarão para a história como as cidades que sediaram o lançamento do livro infantil ‘O Pé de Sol – Filhos da Pandemia, de Wendell Stein. Inicialmente, dois mil exemplares serão distribuídos gratuitamente para alunos das redes públicas de Ensino Fundamental das três cidades, sendo 300 para alunos de Nova Odessa.

Em Nova Odessa, o lançamento e distribuição dos exemplares para os alunos do Fundamental 1 vai ser feito com a presença do autor, nos dias 18 e 19 de setembro, em três unidades: a Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Prefeito Simão Welsh, no Jardim Santa Rita 2, a Emeb Professora Almerinda Delegá Delben, no Parque Klavin, e a Emeb Professora Alzira Ferreira Delegá, no Green Village.

“O Pé de Sol – Filhos da Pandemia” é, segundo o autor, um importante instrumento cultural que ensina através da ficção, e que pode ser utilizado por pais, professores e alunos, como um material de reflexão sobre os anos da pandemia de covid-19. A história foi elaborada com a assessoria de psicopedagogos e educadores.

Depois da pandemia, segundo informações publicadas na revista científica The Lancet, quatro de cada dez brasileiros enfrentaram algum tipo de distúrbio psicológico. Isso além do impacto que a pandemia teve na saúde mental, sobretudo nas populações mais vulneráveis, jovens, mulheres, trabalhadores da linha de frente da Saúde e pessoas com reduzido poder socioeconômico.

“Eu mesmo perdi um irmão, vítima da covid-19, então achei que seria a hora de idealizar um material voltado para crianças, que pudesse ajudar neste luto que o Brasil e o mundo têm enfrentado, um círculo de luto que ainda não se fechou”, destacou o escritor.

A publicação foi viabilizada através do Proac-ICMS do Governo do Estado de São Paulo, juntamente com a empresa que disponibilizou o aporte junto a Lei, a Desktop Internet Services. A Desktop tem como propósito conectar para ampliar possibilidades, indo além dos serviços de internet, TV e telefone que oferecemos.

“Ao patrocinarmos o projeto ‘O Pé de Sol – Filhos da Pandemia’, reafirmamos nosso compromisso em transformar o futuro das pessoas, dos negócios e das comunidades. Acreditamos profundamente na Educação como uma poderosa ferramenta de transformação, e este livro demonstra como podemos levar mais conhecimento e reflexão às crianças. Temos orgulho de fazer parte deste projeto que, assim como a Desktop, conecta histórias e emoções, ampliando as possibilidades para as futuras gerações”, afirmou o CEO da Desktop, Denio Alves Lindo.

Stein tem uma longa biografia. Mesmo sendo autista, nunca desistiu de seus sonhos. E hoje é um dos produtores culturais multiplataforma com o maior número obras lançadas: são 14 filmes, 12 livros, quatro músicas, além de documentários e programas jornalísticos.

Filho de agricultores pioneiros no cultivo do tomate em Sumaré, decidiu seguir a carreira jornalística, ganhando prêmios da categoria, como o Losso Neto de Jornalismo em 1999, e escrevendo para jornais do Brasil e do mundo – como o Brazililian Times, o maior jornal americano editado em Língua Portuguesa. Sempre defendeu a Cultura, acreditando que ela deve ser usada com responsabilidade social e respeito a família.

O LIVRO

“O Pé de Sol – Filhos da Pandemia” conta a história de Gabriel, uma criança de oito anos que morava em Fortunato, uma pequena cidade no interior do Estado de São Paulo. Um lugar repleto de causos de vampiros, assombrações e que tinha até a história de uma mulher de 120 anos que colecionava unhas roídas.

Na frente da casa de Gabriel, tinha um ipê amarelo, que Gabriel chamava de “Pé de Sol”. Uma árvore com folhas tão amarelinhas que parecia ter brotado do próprio Sol. Era lá que o Seu Rui e seu cachorro Rex passeavam todas as manhãs.

Na escola de Gabriel, estudava a Sailing, que ele achava a garota mais linda de todo o mundo, mas a menina não sabia que Gabriel gostava dela. Um dia, quando Gabriel tomou coragem para se declarar para Sailing, aquele vírus, a tal de covid-19, tomou conta do pedaço, e as aulas foram canceladas.

Na mesma época, o “Pé de Sol”, que ficava na frente da sua casa secou, seu pai, que era médico, teve que ficar morando no hospital. Gabriel ficou cheio de dúvidas e medos, sua vida estava de ponta cabeça. Já que ele gostava de escrever, resolveu contar sua própria história sobre os anos da pandemia. Quem sabe, a história de Gabriel não foi bem parecida com as histórias que outras crianças viveram nos anos da covid-19?

O material tem como objetivo entreter o público na qual é destinado (crianças a partir de 9 anos) e auxiliar o despertar do senso crítico dos leitores que vivenciaram a pandemia, enfrentando, muitas vezes, os mesmos desafios e dificuldades que o personagem principal da história enfrentou quando perdeu familiares ou conhecidos abatidos pela covid-19.

A história destaca a importância do trabalho dos médicos durante a pandemia, e trata de maneira sensível, o sentimento de luto causado pelas mortes causadas pela covid-19. Apresenta ainda conteúdos complementares com explicações sobre a origem da doença e dados sobre a árvore ipê amarelo, que também é um dos personagens da história.

IMPORTÂNCIA

A covid-19 vitimou 619.171 pessoas no Brasil até 2 de janeiro de 2022. A pandemia paralisou empresas e levou boa parte dos comerciantes, com a queda de suas vendas, fecharem negócios ou entrarem em dívidas. Além do desemprego e da grave crise econômica, a pandemia deixou um luto no coração de cada brasileiro. Todas as pessoas, quase sem exceção, perderam um conhecido, um amigo ou um ente querido.

A ciência fez sua parte e mostrou seu valor, com o trabalho criativo de inúmeros cientistas ao redor do mundo, vacinas foram criadas, e as mortes provocadas pela pandemia foi controlada e reduzidas em grandes proporções. A humanidade venceu as mortes causadas pela covid-19 por meio da vacinação. Só que os problemas emocionais (mentais), econômicos e sociais deixados pela pandemia ficaram.

Elas são reais e devem ser enfrentadas por todos, cidadãos, iniciativa pública e privada. Na falta de recursos e verbas oficiais, a criatividade pode se tornar a ferramenta empreendedora para a criação de soluções com viabilidade de execução. O Brasil, mesmo antes da pandemia, era um dos países com mais vítimas de ansiedade no mundo, isso de acordo com dados coletados em 2017 pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Após o início da pandemia, segundo informações publicadas na revista científica The Lancet, em cada dez brasileiros, quatro enfrentaram distúrbios psicológicos. A publicação vai um pouco mais além, e apontou o impacto que a pandemia teve na saúde mental, sobretudo nas populações mais vulneráveis, jovens, mulheres, trabalhadores da linha de frente da saúde e pessoas com reduzido poder socioeconômico.

Neste momento de vitória ocasionada pela vacinação, que reduziram os números de mortes pela Covid, devemos nos voltar para as consequências e sequelas causadas pela doença, combatendo as injustiças e atendendo os mais vulneráveis e necessitados, com seriedade e ações criativas e efetivas. As medidas assistenciais como a assessoria psicológica, profissional e escolar são as mais importantes ferramentas para combater esse luto incompleto e a crise financeira.

Este livro, com seu caráter ficcional, mas com objetivos educativos, ajudará as crianças a lidarem com o luto, sendo um material em sintonia com os novos tempos, atualizado e de grande relevância social.

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