Uso da tecnologia ajuda municípios a inibir ação de bandidos na região
Câmeras inteligentes vigiam cidades 24 horas; Monte Mor e
Hortolândia apostam na inteligência artificial de robôs aéreos para reforçar
patrulha
Beth Soares | Tribuna Liberal
A tecnologia e a inteligência artificial se tornam cada vez mais aliadas dos agentes de segurança pública dos municípios da região (Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia, Monte Mor e Paulínia) na prevenção e combate à criminalidade. Drones e câmeras inteligentes capazes de reconhecer placas de veículos estão entre os principais investimentos para vigiar as cidades 24h por dia. Resultado: queda no número de roubos e furtos e mais facilidade de identificar e capturar criminosos, segundo gestores municipais de segurança.
Segundo o secretário de Segurança de Nova Odessa, o coronel Carlos Fanti, o sistema de videomonitoramento da GCM (Guarda Civil Municipal) inclui, atualmente, 11 câmeras “inteligentes”, do tipo OCR (que fazem a leitura de placas de veículos), 10 câmeras de monitoramento em pontos estratégicos, além de 164 câmeras em prédios municipais, com cobertura de 100% das unidades da Rede Municipal de Ensino.
Fanti explica que o monitoramento é feito na Sala de Controle da sede da GCM, onde também são recebidas as ligações para o telefone 153. “Temos a intenção de ampliar as câmeras OCR para criar uma ‘muralha digital’ e ‘fechar’ a cidade, ou seja, termos a leitura das placas de todos os veículos, em todas as entradas e saídas de Nova Odessa, em tempo real. Para isso, vamos precisar de mais 14 equipamentos do tipo OCR, cuja aquisição já está em estudo”, adiantou o secretário de segurança. “O sistema de videomonitoramento tem sido muito eficaz em ações de inteligência e também na captura de suspeitos procurados”, completou Fanti.
No ano passado, com o auxílio das câmeras de videomonitoramento, a GCM capturou um homem foragido da Justiça que trafegava de moto pela cidade. Ele era procurado pelo crime de violência doméstica no Estado de Santa Catarina. Os guardas abordaram o foragido, após o homem passar em um dos pontos monitorados.
Hortolândia inaugurou, no ano passado, a CIMH (Central Integrada de Monitoramento) com 37 câmeras inteligentes que conseguem identificar carros roubados/clonados ou qualquer outra situação anormal nas vias públicas.
Segundo a Prefeitura, além de controlar todo o trânsito da cidade, reduzir mortes e acidentes, a Central também amplia a segurança dos moradores. Agora, o município se prepara para colocar em operação o robô aéreo de segurança, uma espécie de drone que fará a “patrulha” da cidade por meio da inteligência artificial (veja texto abaixo).
PAULÍNIA
Desde fevereiro, as ruas de Paulínia passaram a ser monitoradas 24 horas por câmeras, com a inauguração do COI (Centro de Operações Integradas) que monitora cerca 200 câmeras instaladas em locais estratégicos da cidade.
No evento de inauguração, o prefeito Du Cazellato informou que espera reduzir em até 80% os casos de furtos e roubos na cidade com a vigilância digital. “Com todos os investimentos que temos feito na Segurança Pública, vamos transformar Paulínia na cidade mais segura e protegida da nossa região”, garantiu o prefeito.
Antes, já funcionava no município o CEMIP (Centro de Monitoramento Integrado de Paulínia), responsável pelo monitoramento dos prédios públicos, que conseguiu reduzir cerca de 90% de casos de furtos e roubos nas unidades da Prefeitura, observou Du Cazellato.
Com ajuda de drone, Guarda Civil monitora Monte Mor do alto
Além da Central de Monitoramento por câmeras inteligentes, a Guarda Civil de Monte Mor conta com a ajuda de um drone para fazer o patrulhamento aéreo da cidade. O equipamento é utilizado, principalmente, em locais de difícil acesso presencial dos guardas civis.
De acordo com a Secretaria de Segurança, o município conta com um sistema de monitoramento digital com 18 câmeras tipo speed dome de longo alcance, além das câmeras inteligentes, instaladas em vias estratégicas. Parte desses espiões foram instalados, no ano passado, em pontos críticos de perturbação do sossego, consumo e tráfico de drogas como a pista de skate e as praças do Jd. Paulista e do Jd. São Clemente II.
A Prefeitura destaca que, no ano passado, o município implantou, em parceria com o Ministério da Justiça, a “Plataforma Córtex”, um banco de dados e cercamento eletrônico nacional, que interliga todo o País através dos municípios participantes, com disparo dos alarmes inteligentes automaticamente.
Em outra parceria com o governo federal está em funcionamento a “Plataforma Sinesp CAD”, que possibilitou a informatização dos boletins de ocorrência, antes elaborados em papel. Agora, os boletins podem ser elaborados na plataforma diretamente nos celulares dos guardas municipais.
“Neste ano, continuamos investindo com a instalação de câmeras inteligentes com leituras de placas (O.C.R) em pontos estratégicos no município, realizando diversas prisões em decorrência da nova tecnologia, além de auxiliar as Polícias Civis e Militares de Monte Mor, e diversas outras cidades da região com o compartilhamento de informações do setor de inteligência da GCM”, desta o secretário de Segurança, Anderson Palmieri.
Hortolândia se prepara para implantar o robô aéreo de segurança, um tipo de drone com inteligência artificial, que fará a ronda da cidade das alturas. A Secretaria de Segurança informou, por meio da Assessoria de Imprensa, que o equipamento deve entrar em operação no segundo semestre de 2024. Antes de colocar o drone para funcionar, é preciso a realização do estudo de viabilidade aérea. O equipamento contará com tecnologia de reconhecimento facial e de caracteres, sensores de calor e movimento, dentre outros.
De acordo com a Prefeitura, o equipamento pode ser integrado com todos os softwares já em funcionamento na Secretaria de Segurança. O robô aéreo de segurança terá alcance de mais de 5 quilômetros a partir da base de operação.
Em Sumaré, câmeras de reconhecimento facial ampliam segurança nas escolas
Sumaré se alia à tecnologia para ampliar a segurança nas ruas e, também, nas escolas do município. Agora, as 39 unidades educacionais têm câmeras de reconhecimento facial capazes de identificar alunos, professores e funcionários com base nos elementos e traços do rosto. De acordo com a Prefeitura, o objetivo é evitar que estranhos entrem nas escolas. As unidades de ensino também receberam cercas elétricas e detectores de metais.
A Secretaria de Segurança informou, por meio da Assessoria de Imprensa, que o município conta com câmeras inteligentes de videomonitoramento nas principais entradas e saídas da cidade integradas ao sistema da Cecom (Central de Comunicação e Monitoramento), instalada na sede da Guarda Municipal, que integra atendimento à população, monitoramento da cidade e despacho de ocorrências.
A Central recebeu novos equipamentos para aperfeiçoamento do sistema que vão otimizar os serviços de radiocomunicação e OCR (Optical Character Recognition). Adquirido em 2020 com investimento de R$ 1,1 milhão, o sistema OCR foi instalado em oito pontos, somando 16 câmeras de monitoramento, que utilizam um software de leitura dos caracteres das placas de veículos furtados ou roubados que trafegam pelo município.
“Com esse sistema, dezenas de veículos já foram recuperados e devolvidos aos seus proprietários, sendo ferramenta essencial da Guarda Civil Municipal de Sumaré”, afirma o secretário de Segurança, Eduardo Ramalho. A Guarda Municipal também passou a operar com tablets e rádios digitais criptografados, agilizando as ocorrências e atendimento à população.
Pesquisa mostra desafios para o uso da tecnologia no combate ao crime
Pesquisa realizada pela Escola de Direito da FGV-Rio (Fundação Getúlio Vargas) constatou que a tecnologia mais evidente no combate à criminalidade no Brasil são os drones, adotados por 63% das forças armadas, seguida das câmeras OCR, com 44%. O estudo foi realizado com base na análise de mais de 2.000 notícias divulgadas na grande mídia, em todo o Brasil, entre junho de 2021 e maio de 2022.
De acordo com o estudo, o reconhecimento facial também possui um grande destaque entre as ferramentas tecnológicas, presente em 33% das ferramentas tecnológicas, seguido das câmeras nos uniformes dos policiais, que já são usadas em 22% das forças de segurança pública do país.
Por fim, o policiamento preditivo, capaz de aplicar modelagem por computadores a dados criminais passados, é utilizado em 7% dos estados. Esses e outros resultados do estudo, que deram origem a um livro que será lançado em breve, foram apresentados em no seminário “Segurança pública na era da big data: os desafios da implementação de novas tecnologias no combate à criminalidade”, realizado no último dia 29 de março, na sede da FGV no Rio de Janeiro.
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