TCE aprova contas do Hortoprev com apontamentos de adequação na gestão
Embora a instituição tenha apresentado um superávit
orçamentário de 24,40% da receita arrecadada e mantido situação uma financeira
e patrimonial satisfatória, foram identificadas falhas pontuais que requerem
ajustes
Da Redação | Tribuna Liberal
O TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) aprovou
as contas de 2020 do Hortoprev (Instituto de Previdência dos Servidores
Públicos Municipais de Hortolândia), porém, com ressalvas e apontamentos de
adequações na gestão.
A decisão destacou que, embora a instituição tenha
apresentado um superávit orçamentário de 24,40% da receita arrecadada e mantido
uma situação financeira e patrimonial satisfatória, foram identificadas falhas
pontuais que requerem ajustes, especialmente em áreas como controle interno,
composição dos conselhos e gestão de investimentos.
Entre os apontamentos, o TCE-SP ressaltou a
incompatibilidade técnica de alguns membros dos conselhos Fiscal e de
Administração em relação à gestão de investimentos. Embora não haja
obrigatoriedade de formação acadêmica específica prevista em lei, o tribunal
recomendou que a Hortoprev adote critérios mais rigorosos na escolha de seus
membros, garantindo que tenham conhecimento técnico para assegurar uma administração
eficiente dos recursos previdenciários. A administração do Hortoprev, por sua
vez, afirmou que está adotando medidas corretivas, incluindo a elaboração de um
projeto de lei para definir critérios objetivos e técnicos para essas funções.
O relatório também destacou deficiências no sistema de
controle interno, como a falta de dotação orçamentária específica para o setor
e a acumulação de funções dos servidores. A defesa do Hortoprev argumentou que,
por se tratar de uma autarquia de pequeno porte com poucos servidores, a
estrutura atual é considerada suficiente, embora medidas para reestruturação
administrativa estejam sendo analisadas.
Outro ponto de atenção foi o déficit econômico registrado em
2020, da ordem de R$ 54 milhões, causado principalmente por questões atuariais.
O TCE, no entanto, considerou que este resultado não comprometeu a saúde
financeira do instituto, já que a rentabilidade dos investimentos foi positiva,
e as medidas de correção necessárias foram iniciadas, incluindo a restituição de
valores aplicados em fundos considerados inadequados.
Apesar dos apontamentos, a decisão do TCE-SP destacou que as
explicações fornecidas pelo Hortoprev, em sua maioria, foram satisfatórias e
que as falhas encontradas estão sendo corrigidas. Com isso, as contas do
exercício de 2020 foram julgadas regulares com ressalvas. A autarquia foi
orientada a continuar com as adequações necessárias para manter a estabilidade
financeira e atuarial do regime de previdência, garantindo que a gestão dos
recursos atenda aos princípios da legalidade e da eficiência.
A decisão também afastou a necessidade de encaminhamento do
caso ao Ministério Público, considerando que as falhas não comprometem a
totalidade da gestão. O TCE reforçou a importância de medidas contínuas de governança,
como a certificação dos membros dos órgãos deliberativos e o rigor na aplicação
das regras previdenciárias, para evitar futuros riscos à saúde financeira da
entidade.
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