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Com 11.138 pessoas, Sumaré é a cidade com maior número de favelas, revela Censo 2022 do IBGE

Sumaré e Hortolândia têm 15,3 mil pessoas vivendo em favelas e comunidades, mostra IBGE

Entre as 20 áreas apontadas, um total de 11.138 pessoas residem em Sumaré, distribuídos em 13 aglomerados, enquanto Hortolândia abriga 4.223 pessoas, nas sete comunidades existentes

Beto Silva | Tribuna Liberal

As cidades de Sumaré e Hortolândia, na RMC (Região Metropolitana de Campinas), somam 20 favelas e comunidades urbanas, onde vivem cerca de 15.357 pessoas. O levantamento detalhado foi divulgado nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base no Censo Demográfico 2022. Dos moradores dessas áreas, 11.138 residem em Sumaré, distribuídos em 13 aglomerados, enquanto Hortolândia abriga 4.223 pessoas em sete comunidades.

A pesquisa sobre favelas e comunidades urbanas no Brasil é realizada pelo IBGE desde 1950, com constantes melhorias metodológicas para acompanhar a dinâmica de expansão dessas áreas, muitas vezes sem delimitações oficiais. Pela primeira vez, em 2010, o instituto revelou uma população específica de cada favela e comunidade urbana. No Censo 2022, a abordagem foi aprimorada com a integração de dados georreferenciados fornecidos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o uso de tecnologias digitais avançadas, como imagens de satélite, para aumentar a precisão.

AMPLIAÇÃO DO DIÁLOGO E NOVAS TERMINOLOGIAS

O IBGE também incorporou uma mudança significativa de terminologia: os antigos ‘Aglomerados Subnormais’ agora são designados como ‘Favelas e Comunidades Urbanas’. Essa atualização foi fruto de um diálogo com organizações representativas desses territórios, como explica Cayo Franco, coordenador de Geografia do IBGE.

“Nos anos que antecederam o Censo 2022, foi ampliado o diálogo com organizações e entidades representativas das favelas e comunidades, que não só participaram da operação censitária, como atuaram na redefinição da terminologia utilizada pelo IBGE”, apontou.

Na fase final de purificação, a campanha ‘Favela no Mapa’ foi realizada em parceria com o Instituto Data Favela e a Cufa (Central Única das Favelas). Esse esforço teve como objetivo garantir que os domicílios e moradores das comunidades urbanas fossem integralmente recenseados, incluindo áreas historicamente subestimadas no levantamento.

PERFIL POPULACIONAL DAS COMUNIDADES DE SUMARÉ E HORTOLÂNDIA

Os dados do Censo 2022 revelam que a maioria dos moradores dessas áreas se identifica como parda. Em Sumaré, entre os 13 aglomerados, 6.044 pessoas se identificaram como pardas, enquanto 1.818 se declararam brancas e outras 1.349 pretas. Já em Hortolândia, nas sete comunidades, a população parda soma 2.422 pessoas, seguidas de 1.270 brancas e 519 pretas. 

A análise reforça a importância das favelas e comunidades urbanas no cenário demográfico e social da região, com a maioria de seus habitantes enfrentando condições desafiadoras de infraestrutura e acesso a serviços essenciais. As novas metodologias aplicadas pelo IBGE e as colaborações com entidades locais representam passos importantes para capturar com mais fidelidade a realidade desses territórios.

Essa atualização de dados demográficos é essencial para a formulação de políticas públicas que respondam de forma eficaz às necessidades específicas de moradores de favelas e comunidades urbanas.

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