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Sumaré se tornou um polo de acolhimento e integração para imigrantes de diversas partes do mundo

Sumaré tem 596 imigrantes, de 24 países, inscritos no CadÚnico

Em cinco anos, total de imigrantes que passaram a viver na cidade e que estão inscritos no Cadastro Único saltou 279%; cerca de 46% das famílias recebem benefícios do governo federal

Paulo Medina | Tribuna Liberal 

Sumaré se tornou um polo de acolhimento e integração para imigrantes de diversas partes do mundo. De acordo com dados fornecidos pela Prefeitura ao Tribuna Liberal, o CadÚnico (Cadastro Único) da cidade possui atualmente 257 famílias inscritas, o que representa um total de 596 pessoas provenientes de 24 países distintos. Em cinco anos, o número de imigrantes que passaram a viver no município teve um crescimento de 279%. A maioria dos imigrantes é de haitianos, venezuelanos e peruanos, que buscam em Sumaré melhores condições de vida.

O município abriga imigrantes da Alemanha, Angola, Argentina, Austrália, Bahamas, Bolívia, Chile, China, Colômbia, Cuba, República Dominicana, Espanha, Estados Unidos, França, Haiti, Israel, Itália, Japão, Paraguai, Peru, Portugal, Síria, Uruguai e Venezuela.

Em 2018, havia 157 pessoas registradas, e esse número saltou para 596 em 2023, o que representa um aumento de 279%. Da mesma forma, o número de famílias também cresceu, passando de 64 para 257, uma alta de 301% no mesmo período.

Dentre as famílias cadastradas, 118 delas, o equivalente a 46% do total, são beneficiárias do Bolsa Família, ou Auxílio Brasil, programa do governo brasileiro para assegurar um mínimo de renda em combate à pobreza extrema e à fome.

O CadÚnico também revelou informações sobre a renda per capita das famílias imigrantes cadastradas na cidade. De acordo com os dados, 159 famílias têm uma renda per capita de até R$ 218 mensais, 69 famílias possuem uma renda entre R$ 218 e R$ 660 per capita, enquanto 29 famílias têm uma renda per capita acima de R$ 660.

A maioria dos imigrantes que encontraram acolhimento em Sumaré chegou à cidade em busca de melhores condições de vida, especialmente haitianos e venezuelanos, cujos países de origem enfrentaram crises econômicas e sociais significativas.

Venezuelanos e Haitianos, por exemplo, exercem atividades em estoques e almoxarifados de empresas da cidade, enquanto outros atuam em profissões como motoristas de aplicativo.

“A Prefeitura e a comunidade local têm trabalhado para promover a integração desses imigrantes, oferecendo suporte, acesso a serviços básicos e oportunidades de emprego, a fim de garantir uma vida digna a todos os que escolheram chamar Sumaré de lar”, informou a administração.

“Com base no crescimento significativo registrado no Cadastro Único, é fundamental que políticas públicas e ações de integração continuem sendo implementadas para apoiar a inclusão e o desenvolvimento desses imigrantes na sociedade, promovendo uma convivência harmoniosa e proveitosa para toda a comunidade. Afinal, a riqueza cultural de Sumaré é construída por todas as pessoas que a habitam, independentemente de suas origens”, completou o município.

Metade dos venezuelanos que entram no Brasil decide ficar

Dos mais de 717 mil venezuelanos que chegaram ao Brasil desde janeiro de 2017, quase metade (47%) resolveu ficar e viver no país. Por meio do trabalho da Operação Acolhida, uma força-tarefa criada pelo governo brasileiro, com a participação de agências das Nações Unidas e organismos internacionais, muitos desses migrantes foram interiorizados, ou seja, enviados para cidades do interior do país, onde há oportunidades de trabalho e moradia.

Atualmente, 75% dos pedidos para permanecer no país são para residência. Desde 2021, o governo brasileiro simplificou os procedimentos de autorização de residência temporária, por dois anos. Em 2018, o primeiro ano da Operação Acolhida, 65% dos pedidos de permanência eram para refúgio, quando a pessoa deixa seu país de origem por motivo de perseguição ou uma situação de grave violação de direitos humanos.

De 2018 para cá, houve uma mudança no perfil do venezuelano que busca o Brasil como destino. A diretora do Departamento de Migrações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Lígia Lucindo, disse que é possível notar essa diferença. “O público que primeiro recorreu ao Brasil foi aquele que tinha melhores condições financeiras de deixar a Venezuela já no início da crise, e hoje, a gente tem notado que mesmo aqueles que tinham uma condição menos favorecida também estão recorrendo aqui ao território nacional”. (Com informaçõesda Agência Brasil)

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