Sumaré e Hortolândia registram aumento de pessoas que precisam de auxílio de programas sociais

Número de beneficiários do Auxílio Brasil aumentou mais de 40% nas duas cidades entre 2021 e 2022; demanda de atendimentos aumenta de 10% a 15% ao mês desde o final da pandemia, aponta secretaria

O número de pessoas que dependem de auxílio de programas sociais para se alimentar vem aumentando exponencialmente desde o final da pandemia em Sumaré e Hortolândia. Em Sumaré, do final de 2021 para este mês, houve um aumento de 40,4% no número de pessoas que recebem o Auxílio Brasil. Em Hortolândia, esse aumento foi de 54,3%. Os números são das secretarias de Inclusão e Desenvolvimento Social dos municípios.

Em Sumaré, segundo dados do mês de julho de 2022, são 29.357 famílias cadastradas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal), totalizando 74.035 pessoas. Considerando que a estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é de 289.875 em 2022, de habitantes no município, o total de pessoas inscritas no CadÚnico representa 25,5% da população.

Entre os principais programas sociais ofertados pela Prefeitura de Sumaré no atendimento a pessoas que necessitam de auxílio social são Programa Criança Feliz, que atende gestantes, famílias com crianças de até 3 anos e famílias com crianças de até 6 anos beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada) Deficiente, o VivaLeite, programa do governo do Estado, o BPC Idoso e Deficiente e o PPA (Projeto de Aquisição de Alimentos) Cesta Verde, em parceria com o governo do Estado.

No Programa Criança Feliz, cada família que tem criança de até 3 anos recebe o valor de R$ 130 por criança. A meta de atendimento do município é de 600 famílias. O Viva Leite atende 733 crianças de até 6 anos com 15 litros de leite no mês. O BPC Idoso e Deficiente beneficia 4.650 pessoas com um salário (R$ 5.640.684,29 repassados em julho) e o Cesta Verde, realizado em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, distribui cestas quinzenais de produtos hortifruti, com aproximadamente 10kg de alimentos, a 540 famílias inscritas no CadÚnico.

Além disso, a cidade mantém o Serviço Municipal Mamãe Bem Querer, que atende 100 adolescentes gestantes, e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de vínculos, em parceria com Organizações Sociais, que atende 1.679 crianças e adolescentes no contra turno escolar com atividades diversas (teatro, dança, música, meio ambiente, atividade esportiva, atividades de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, dentre outros). Nele, os participantes recebem café e almoço durante o período das atividades.

“Estamos sempre pensando em ações que cuidem especificamente da alimentação dos munícipes, em especial das nossas crianças. Projetos que garantam o bem-estar, saúde e qualidade de vida da população atendida pelos programas sociais”, comentou o prefeito Luiz Dalben (Cidadania).

Demanda de atendimentos aumenta de 10% a 15% ao mês em Hortolândia

Em Hortolândia, são atualmente, 26.728 famílias inscritas no CadÚnico (Cadastro Único), totalizando 65.759, o que representa 27,7% da população do município, segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados são do mês de agosto de 2022.

Essas famílias são referenciadas nos serviços de assistência social que englobam quatro CRASs (Centros de Referência de Assistência Social), um Creas (Centro de Referência Especializada de Assistência Social) e dois CCS (Centros de Convivência Social).

Nos CRASs, cerca de 4.175 atendimentos foram realizados em agosto de 2022, com orientação e encaminhamentos para benefícios diversos. São entregues por mês 2.200 cestas básicas e atendidas, com benefício temporário (auxílio financeiro), 41 famílias. Um dos beneficiários é o cabeleireiro Alex Ramos Maranhão, 35, morador do Jardim Rosolém. Ele, que tem um salão de cabeleireiro no bairro, precisou fechar as portas na pandemia e ficou sem trabalho pelo período de 1 ano e 5 meses.

“Acabou acumulando algumas dívidas, aluguel, fornecedor, e nesse período eu recorri à Assistente Social, atrás do CRAS para adquirir cesta básica. A pandemia nos impactou de grande forma, perdemos bastante clientes, mas hoje conseguimos abrir as portas novamente, tentando nos reerguer”, conta Alex, que já voltou a trabalhar, mas ainda depende da ajuda. “Estamos confiantes de que essa fase será superada. Estamos confiantes sobre a economia”, relata o cabeleireiro, que viu muitos colegas fecharem definitivamente as portas nesse período.

Já no SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos) foram atendidas, em agosto, 428 pessoas entre idosos, crianças, adolescente e PCDs (pessoas com deficiência). No Creas, foram atendidas cerca de 200 famílias em serviços de acompanhamento, assim como 160 pessoas em situação de rua.

Hortolândia oferece, ainda, dois Saica (Serviços de Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes), com 40 vagas; uma República Jovem, com oito vagas; uma Residência Inclusiva para PCDs, com oito vagas; um Acolhimento Institucional para pessoas em situação de rua, com 50 vagas, e uma Casa de Passagem para adultos, com 30 vagas. O município dispõe também de dois Conselhos Tutelares, que realizaram 367 atendimentos em agosto.

Programas de assistência do Estado chegam a 10,6 mil pessoas na região

Através dos programas Vale Gás e VivaLeite, o governo do Estado atende 10.655 beneficiários nas cidades de Sumaré, Hortolândia, Paulínia, Nova Odessa e Monte Mor. Os números são da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado.

O Vale Gás tem 9.497 beneficiários nas cinco cidades, sendo 2.915 em Sumaré, 2.819 em Hortolândia, 2.256 em Monte Mor, 1.323 em Paulínia e 184 em Nova Odessa. O benefício, parte do programa Bolsa do Povo, transfere R$ 110 por mês a famílias em situação de vulnerabilidade.

O Viva Leite atende 1.158 beneficiários nas cinco cidades, sendo 733 em Sumaré (75% na extrema pobreza), 337 em Hortolândia (83% em extrema pobreza), 214 em Nova Odessa (61% na extrema pobreza), 190 em Monte Mor (51% na extrema pobreza) e 124 em Paulínia (70% na extrema pobreza). No programa, cada beneficiário recebe 15 litros de leite por mês. Só este ano, foram 210.390 litros distribuídos nas cinco cidades.

Além disso, segundo a secretaria, em 2022, R$ 273.290,53 foram repassados para as cidades de Monte Mor, Nova Odessa, Hortolândia, Paulínia e Sumaré através do CadÚnico (Cadastro Único).

Na última quarta-feira (14), o governo do Estado inaugurou a unidade do Bom Prato em Sumaré, um investimento de R$ 2 milhões, sendo R$ 1 milhão no custeio das refeições por 12 meses e R$ 1 milhão na compra de utensílios e maquinários. Com atendimento de segunda a sexta-feira, a unidade Sumaré servirá, 1,5 mil refeições por dia, sendo 300 cafés da manhã por R$ 0,50 a unidade e 1,2 mil almoços, a R$ 1 o prato.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social do Estado, Laura Muller Machado, o Bom Prato é mais um equipamento de segurança alimentar para a região. “Toda e qualquer política de segurança alimentar no momento em que estamos vivenciando o aumento da fome é muito importante. Não sei se existe algo mais importante que o esforço para combater a fome nesse momento. A inflação dos alimentos está muito alta, está muito difícil comprar comida. E fico bem tranquila porque sei que muita gente vai ter a opção de fazer uma refeição de qualidade num restaurante popular”, afirmou em entrevista ao Tribuna Liberal.

 

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