Sob coro de ‘viaduto já’, moradores pressionam Rumo em Hortolândia
Atraso de dois anos, série de acidentes, mortes e trânsito
caótico levaram comerciantes e populares para as ruas nesta quarta-feira; com
faixas e cartazes, população cobra que empresa inicie obras de forma imediata
Paulo Medina | Tribuna Liberal
Comerciantes e populares se uniram em um protesto na tarde desta quarta-feira (22) e cobraram a empresa Rumo Logística visando a construção do prometido viaduto sobre a linha férrea, na avenida São Francisco de Assis, região da Vila Real, em Hortolândia. Os manifestantes entoaram coro repetidas vezes pedindo “viaduto já” com cartazes pela avenida. O viaduto não saiu do papel e acumula dois anos de atraso. Enquanto isso, acidentes e mortes são registrados no trecho e o trânsito se torna cada vez mais caótico, afetando a qualidade de vida de quem se desloca diariamente pelo local. Por volta das 15h30, mais de 60 moradores participavam da manifestação.
Leandro Dobelin, proprietário de uma empresa de ar-condicionado, mora em Hortolândia há três décadas, e reclamou dos transtornos. “Tenho minha empresa aqui no Vila Real e moro no Mônaco, todo dia passo por aqui pela manhã, na hora do almoço, vou almoçar em casa e volto, todo dia enfrento aqui um trânsito de uns 40 minutos para chegar em casa, não tem condição mais, a Rumo está com a concessão aqui, faz muito tempo que dava para fazer essa obra, fica protelando pra frente, pra frente, colocaram prazo de 2025 para executar essa obra, não tem condição, a cidade já evoluiu demais, o trânsito está caótico e essa obra precisa começar o mais rápido possível”, cobrou o comerciante.
Também presente na manifestação, a dona de casa Bruna Andreato disse que a população deu o primeiro passo e quer estar viva para ver a obra. “Tenho 32 anos, sempre morei aqui em Hortolândia, essa obra está demorando muito, tiraram o comércio aqui perto da linha, as casas agora estão todas abandonadas, tem tráfico de drogas, estupro, andarilhos se apropriaram das casas, é falta de segurança, perigoso passar aqui, é uma demora constante e essa obra não sai. Se a gente não der o primeiro passo não sei se estarei aqui pra ver essa ponte”, declarou.
Motorista de aplicativo, Moisés Santos, morador do Jardim Boa Esperança, lembrou de acidentes. “Uma área viciada, com muitos acidentes graves, o último que teve foi de um morador de rua que foi partido ao meio, para você ver quão grave é a situação. Já tivemos muitas perdas, faço um apelo à empresa Rumo, e veja toda logística para sanar o problema e trazer qualidade de vida para nós cidadãos”, disse.
“Quantas vidas mais terão de ser perdidas para que eles tomem uma providência? É uma reivindicação antiga dos moradores”, questionou Adeildo Reis, produtor musical da cidade. O protesto também foi encampado pela Aciah (Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Hortolândia), que chegou a pedir reforço no policiamento durante a manifestação.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Hortolândia informou que está marcada para esta quinta-feira (23), às 15h, um encontro entre o prefeito Zezé Gomes (PL) e representantes da Rumo para debater o assunto. Em nota, a Rumo informou que o projeto executivo do viaduto em Hortolândia, bem como os laudos para aquisição das áreas em que a obra será executada, “já foram finalizados”.
“A concessionária está trabalhando com a documentação necessária e aguarda a autorização do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) para autorizar a outorga de construção de uma ponte, que passará sobre o Ribeirão Jacuba. Somente após a emissão dessa autorização será possível definir o cronograma definitivo para a execução dos serviços”, afirma a empresa.
Deixe um comentário