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Cidades da região tiveram 207 casos de violência sexual contra mulheres e vulneráveis

Região registra um estupro a cada 48 horas, mostra levantamento da SSP

Números de casos entre 2022 e 2023 praticamente se mantiveram no mesmo patamar nas cinco cidades; especialista diz que combate a esse tipo de crime depende de criação de políticas públicas

Paulo Medina | Tribuna Liberal  

Os casos de estupro contra mulheres e contra crianças e adolescentes não reduziram e praticamente se mantiveram no mesmo patamar nos últimos dois anos na região. Com base nos dados fornecidos pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), Sumaré, Nova Odessa, Hortolândia, Monte Mor e Paulínia acumularam um total de 207 casos de estupro em 2023, o que representa um caso a cada 48 horas.

 Os municípios mais impactados com esses crimes são Hortolândia, com 90 casos, e Sumaré, com 38 registros. Nova Odessa, Monte Mor e Paulínia contabilizaram 12, 29 e 38 casos, respectivamente. Em 2022, a região registrou um total de 208 casos, praticamente equiparando-se aos números de 2023. Hortolândia liderou os registros em 2022, com 89 casos, seguido por Sumaré, com 48. Nova Odessa, Monte Mor e Paulínia somaram 5, 32 e 34 casos, respectivamente.

Os casos em Hortolândia só tiveram a redução de uma ocorrência. Sumaré registrou dez crimes a menos entre 2022 e 2023. Monte Mor teve uma ligeira diminuição. Nova Odessa, por outro lado, mais que dobrou os casos e Paulínia teve leve crescimento. “É um trauma que fica na família da gente e temos que lidar com isso agora, com acompanhamento médico, inclusive”, relatou o pai de uma menina violentada que mora em Sumaré e pediu anonimato.

O Estado de São Paulo registrou, no ano passado, recorde no número de estupros. Foram 14.504 casos, superando em 9,5% as ocorrências de 2022. O resultado é o maior desde 2001 – primeiro ano da série histórica disponibilizada pela Secretaria de Segurança Pública.

De acordo com a SSP, do total de 14.504 estupros, 11.133 foram praticados contra vulneráveis. O levantamento considera as ocorrências somadas de todos os meses de 2023. Segundo a secretaria, o aumento dos registros desse tipo de crime está ligado ao aumento no número de notificações e mostra que as mulheres estão “mais conscientes sobre a efetividade de denunciar os agressores”.

A maioria dos casos de estupro ocorre em uma dinâmica na qual o autor é conhecido da vítima, muitas vezes dentro do ambiente familiar, destaca a SSP. “Isso dificulta não só a prevenção por parte da polícia, mas também a denúncia por parte da vítima, fazendo com que os crimes de estupro e estupro de vulnerável sejam os dois com os maiores índices de subnotificação.”

Para o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, há falta de políticas públicas para combater esse tipo de crime. “Qual a política pública que foi implementada em São Paulo para enfrentamento de violência contra mulher e violência contra vulneráveis? A gente não vê nada nesse sentido, não vê nada que seja objetivo, que tente lidar com essa situação”, questiona Alcadipani.

“Dizer que é porque é uma questão entre pessoas, e que é de difícil acesso, é apenas uma mera desculpa que não responde, não resolve o problema que, como a gente tem visto, tem batido recordes”, acrescenta.

A SSP informou que conta com 140 unidades físicas de delegacias de Defesa da Mulher e mais 77 salas DDM nos plantões policiais, e que as vítimas têm atendimento 24 horas por dia. “As denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia do Estado, ou em uma das 140 unidades territoriais de DDM, nas DDMs online e nas 77 salas DDM em plantões policiais.” (Com informações da Agência Brasil) 

ESTUPROS TOTAIS EM 2023

Sumaré:  38

Hortolândia:  90

Nova Odessa:  12

Monte Mor:  29

Paulínia:  38

Total:  207

ESTUPROS TOTAIS EM 2022

Sumaré:  48

Hortolândia:  89

Nova Odessa:  5

Monte Mor:  32

Paulínia:  34

Total:  208

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