Prefeitura de Paulínia aprova plano de ação de empresa acusada de poluir o ar
Plano tem objetivo de mitigar impactos ambientais, iniciando com a retirada do coque de petróleo irregularmente armazenado e adoção de medidas para evitar novos vazamentos de poluentes
Da Redação | Tribuna Liberal
Em meio à ação civil pública ajuizada pelo Ministério
Público contra a empresa Carbolog, localizada no bairro Bonfim, em Paulínia,
devido à poluição atmosférica gerada pelo armazenamento irregular de coque
verde de petróleo, a Prefeitura de Paulínia aprovou o plano de ação da
companhia com objetivo de mitigar os danos ambientais provocados na região. O
caso foi revelado com exclusividade pelo Tribuna Liberal no último domingo
(10).
A denúncia, que ganhou força após investigações e laudos
técnicos, alega que a prática inadequada da empresa afetou diretamente a saúde
dos moradores da região e o meio ambiente, com emissões de material particulado
prejudiciais. Em resposta às notificações de órgãos ambientais, como a Comissão
Municipal de Licenciamento Ambiental (CMLA) e a Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo (CETESB), a empresa apresentou um plano de ação que foi aprovado
pela Prefeitura.
O plano visa mitigar os impactos ambientais, iniciando com a
retirada do material irregularmente armazenado e a adoção de medidas para
evitar novos vazamentos de poluentes no futuro. O coque verde de petróleo,
armazenado a céu aberto sem qualquer tipo de cobertura, foi apontado como a
principal fonte de poluição. Durante inspeções realizadas, foi constatado que o
material estava liberando partículas finas para o ar, o que afetou a qualidade
do ar na área. Essas partículas, classificadas como material particulado, são
prejudiciais à saúde humana, especialmente para pessoas com problemas
respiratórios. Além disso, elas contaminaram o solo e possivelmente as águas
subterrâneas, afetando a fauna e flora locais, como destacaram os técnicos da
Cetesb e do Caex (Centro de Apoio à Execução), do MP.
A fiscalização também revelou que a contaminação atingiu
plantas e animais da região, com partículas tóxicas depositadas nas folhas das
árvores e na pele dos animais.
“Após a inspeção da CMLA, a Carbolog iniciou a cobertura da
pilha de coque de petróleo verde com lonas, para reduzir a emissão de material
particulado para a atmosfera e o carreamento para o solo. Em 07.08.2024, a
Prefeitura Municipal de Paulínia aprovou o Plano de Ação apresentado pela
Carbolog para a retirada do material disposto irregularmente no local. Do ponto
de vista técnico, pelas condições de armazenagem e características do coque, é
certo que a área do entorno foi atingida pela emissão de material particulado a
partir da pilha descoberta mantida pela Carbolog. Durante o período em que o
coque verde de petróleo ficou armazenado irregularmente, diversos
compartimentos ambientais foram negativamente impactados. O solo da área e do
entorno foi contaminado por este produto químico, e possivelmente as águas
subterrâneas também foram afetadas, principalmente pela percolação da água da
chuva que teve contato com o coque. A emissão de material particulado a partir
da pilha de coque impactou a qualidade do ar, e afetou a flora pela deposição
das partículas nas folhas da vegetação do entorno. A fauna local também foi
impactada, seja pela deposição das partículas na pele dos animais, seja pela
ingestão de folhagem impregnada pelo material particulado”, afirma a
Promotoria.
Apesar das ações de correção implementadas pela empresa, o
Ministério Público questiona a eficácia do plano de ação e a avaliação
ambiental apresentada pela Carbolog. Além da remoção do coque verde de
petróleo, o MP exige que a empresa implemente um sistema adequado de controle
de poluição atmosférica, e que o solo contaminado seja descontaminado conforme
as normas ambientais. A Carbolog ainda não se pronunciou oficialmente sobre a
ação civil pública.
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