Prefeitura de Monte Mor é acusada de falha administrativa e ‘exclui’ PCD aprovada em concurso público
Candidata ficou na 5ª colocação em processo seletivo e acionou governo Brischi na Justiça por não ter sido notificada pela administração para tomar posse do cargo de serviços gerais; telegrama de convocação foi enviado ao endereço antigo
Da Redação | Tribuna Liberal
Uma candidata PCD (Pessoa com Deficiência) de um concurso
aberto pela Prefeitura de Monte Mor moveu ação judicial contra o governo
Edivaldo Brischi (PSD) após ficar impossibilitada de tomar posse em um cargo
público conquistado por processo seletivo. A situação ocorreu, segundo a
candidata, porque mesmo após ela ter formalizado a alteração de seu endereço
junto à administração municipal, o telegrama de convocação foi enviado ao
endereço antigo. A falha administrativa resultou na perda do prazo para
apresentação da documentação e na ocupação da vaga por outro candidato.
Segundo a ação, a candidata, moradora do bairro Quinhões da
Boa Esperança, foi aprovada na quinta colocação entre as vagas destinadas a
pessoas com deficiência e aguardava a convocação para o cargo de serviços
gerais. Após notar uma demora incomum, ela entrou em contato com a prefeitura e
foi informada de que o prazo já havia expirado. A prefeitura alegou que a
convocação também foi publicada em edital, mas a autora sustenta que a
comunicação direta deveria ter sido feita corretamente, considerando que a
atualização do endereço estava protocolada.
A defesa da candidata argumenta que ela tomou todas as
providências necessárias para garantir que as notificações fossem enviadas ao
novo endereço. No entanto, o telegrama de convocação foi enviado para o
endereço antigo, o que configura uma violação aos princípios da legalidade,
moralidade e eficiência.
A legislação brasileira exige que a administração pública
assegure a comunicação eficaz ao convocar candidatos aprovados em concursos,
segundo a defesa, dizendo ainda que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) já
consolidou o entendimento de que, ao ser notificada sobre a mudança de
endereço, a administração deve enviar as comunicações ao local correto, sob
pena de invalidação da convocação.
Frustrada com a falta de providências por parte da
Prefeitura, a autora entrou com um mandado de segurança a fim de garantir o
direito de assumir o cargo. A defesa ressalta o impacto da situação na vida da
candidata, que atualmente está desempregada e depende de programas sociais para
subsistência.
A ação judicial, avaliada em cerca de R$ 14 mil, pede que a
candidata seja empossada no cargo. A autora também solicita que a Justiça fixe
multa em caso de descumprimento da decisão.
Decisões anteriores em casos semelhantes reforçam a tese da
candidata. Tribunais têm decidido que falhas na comunicação direta de
convocação, mesmo com publicações oficiais, podem configurar violação de
direitos, especialmente quando o candidato forneceu informações atualizadas
para contato. A prefeitura não comentou o caso.
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