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GCMF Daniela Eleutério de Lima: “Quando a violência acaba a vida recomeça”

Patrulha Maria da Penha da GCM de Monte Mor comemora cinco anos sem feminicÍdio no município

Segundo registros da corporação, em 2021 foram abertas 108 medidas protetivas e, neste ano, foram 70 solicitações feitas por vítimas de violência doméstica

A Patrulha Maria da Penha de Monte Mor, formada por equipe da GCM (Guarda Civil Municipal), está prestes a completar cinco anos de sua criação, e se mantém exercendo ostensivamente a fiscalização da “Medida Protetiva” no município, com a finalidade de assegurar que toda mulher, independentemente de sua renda, cultura, idade, religião, classe, raça, etnia, orientação sexual ou nível educacional, tenha direito a uma vida sem violência, preservando sua saúde física, patrimonial e mental.

Monte Mor é um dos únicos municípios da região sem registro de feminicídio nos últimos cinco anos da formação da Patrulha Maria da Penha. E atende ainda um serviço de maior demanda por orientação, do que propriamente pela denúncia. A vítima quando aciona a lei de proteção, a caráter da análise dos profissionais de segurança, pode apenas solicitar a medida protetiva, em que o agressor fica sujeito a ser de fato preso, apenas se descumprir o artigo 24 da lei, e se aproximar novamente da vítima.

Segundo registros da GCM, no ano de 2021 foram abertas 108 medidas protetivas e neste ano de 2022 até o momento, foram mais 70, solicitações abertas por vítimas de violência doméstica em Monte Mor. O descumprimento da medida protetiva, pode levar o infrator a ter uma pena de 3 meses a 2 anos, podendo variar para mais ou para menos, conforme julgamento e critério a ser analisado pelo juiz responsável.

A GCM de Monte Mor, através da Patrulha Maria da Penha, oferece para essas mulheres em situação de risco, perigo e vulnerabilidade um local específico de acolhimento, chamado de “sala lilás”, onde também são atendidas toda e qualquer pessoa que queira tirar suas dúvidas sobre o assunto. Após serem acolhidas, as mulheres recebem as orientações para que os encaminhamentos necessários sejam feitos. Com o intuito de cessar totalmente a violência doméstica, o programa ainda assegura acompanhamento psicológico e social.

Segundo o secretário de Segurança de Monte Mor, Anderson Palmieri, a Guarda Civil Municipal de Monte Mor é formada por quatro equipes operacionais: a Patrulha Maria da Penha, ROMU, CANIL e GPA (Grupo de Proteção Ambiental), além do Projeto FUNAM (Futura nas Mãos). “Buscamos atuar em várias frentes, porém, nos interligamos, ajudamos e apoiamos uns aos outros para levar a população um serviço de qualidade e compromisso. Com a Patrulha Maria da Penha, não poderia ser diferente, com uma atuação de tamanha importância e significado”, concluiu o secretário.

A coordenadora da Patrulha Maria da Penha de Monte Mor, a GCMF Daniela Eleutério de Lima, que está à frente do programa na cidade desde sua implantação em Monte Mor, ressalta que os resultados estão sendo positivos, tendo em vista a cooperação e união de toda a corporação, que se esforça e entrega todo o empenho em um trabalho em conjunto, humanizado e especializado. Ela salienta que existe um cuidado especial no acolhimento a essas mulheres e o não julgamento prevalece no tratar da situação, em uma abordagem delicada e coerente, com tato, fortalecendo a vítima para que ela consiga efetuar a denúncia.

‘AGOSTO LILÁS’

Desde a criação da Lei Maria da Penha, n° 11.340, em 7 de agosto de 2006, com a definição de que a violência doméstica contra a mulher é crime, apontando as formas de evitar, enfrentar e punir a agressão, o mês de agosto tem sido utilizado para se realizar campanhas de conscientização, com mais ênfase na propagação do direito da mulher, em alusão à lei, trazendo no “Agosto Lilás” uma forma de tornar a informação mais disseminada.

A violência pode acontecer por parte do agressor de várias formas, como física, moral, psicológica, sexual e até mesmo patrimonial, quando ele impede o acesso da vítima a seus próprios documentos ou mesmo bens, limitando a mulher, por vezes, muito discretamente.

Ainda segundo a coordenadora da Patrulha Maria da Penha de Monte Mor, além de toda a corporação, todas as equipes da GCM unidas, faz muita diferença no sentido positivo a parceria por parte do convênio com o Ministério Público e o Poder Judiciário, que auxiliam muito em todo o processo, com o trabalho de muito comprometimento dos oficiais de justiça e promotoria e pela força e apoio das procuradoras de Monte Mor, Cristiane de Moraes Ribeiro Sampaio e Corine Mireille Vicente Nimtz, e do delegado da Polícia Civil de Monte Mor, Doutor Fernando Bueno de Castro.

 “Quando a violência acaba a vida recomeça”, reforça a GCMF Daniela, citando a própria Maria da Penha. Esse, segundo ela, é o objetivo de seu trabalho e o compromisso da GCM de Monte Mor, criar e dar recomeços às mulheres vítimas de violência na cidade.


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