Obras em ferrovias da Malha Paulista alavancam setor de construção civil
Rumo investe em construção de infraestrutura para aumentar a
capacidade da operação ferroviária e solucionar conflitos urbanos nos
municípios paulistas onde atua
Beto Silva | Tribuna Liberal
Com mais de 30 obras em execução em 17 municípios do
interior paulista, a Rumo, maior concessionária de logística ferroviária do
país, compartilha do desafio do setor relacionado à qualificação da mão de obra
e disponibilidade de equipamentos e de construtores especializados para atender
todas as demandas previstas no caderno de obras da malha paulista.
Os investimentos são decorrentes da renovação antecipada da
concessão, cujo contrato original, que venceria em 2028, foi renovado por mais
30 anos mediante uma série de contrapartidas focadas em melhorias na
infraestrutura ferroviária e na melhoria da mobilidade urbana.
Desde que o contrato foi assinado em 2020, a Rumo deu início a diferentes obras na malha ferroviária que integra o principal corredor de exportação do país em direção ao Porto de Santos. Até o momento, aproximadamente 25% das obras previstas no caderno de obrigações já foram entregues com a participação direta de mais de dez empreiteiras.
SUMARÉ E HORTOLÂNDIA
Na região, em setembro a concessionária entregou o viaduto
do Jardim Primavera, em Sumaré. O dispositivo liga as avenidas Júlia de
Vasconcellos Bufarah e Eugênia Biancalana Duarte, oferecendo mais
infraestrutura e mobilidade urbana para a população, além da fluidez do
trânsito para acesso à região central, eliminando os riscos de colisão e
atropelamento no local.
O viaduto foi construído pela empresa Jofege, em uma
parceria da Rumo com a prefeitura, intermediada pelo deputado estadual Dirceu
Dalben. O dispositivo tem 120 metros de comprimento e 9,10 metros de largura e
altura de 6,75 metros, o que permite e que todas as composições, incluindo os
trens double-stack circulem pelo local com segurança.
Viaduto do Jardim Primavera liga as avenidas Júlia de
Vasconcellos Bufarah e Eugênia B. Duarte, em Sumaré
Em Hortolândia, a Construbase é a responsável pela obra do
viaduto sobre a linha férrea, na região da Vila Real. Quando for concluído, o
dispositivo vai ligar as avenidas Santana e São Francisco de Assis. O viaduto
tem 240 metros de extensão. Segundo informações da concessionária Rumo, o
viaduto terá quatro pistas, das quais duas no sentido Santana-São Francisco de
Assis, e as outras duas no sentido oposto. A previsão de conclusão da obra é de
10 meses.
Segundo a Secretaria de Obras, em função da obra do viaduto
também está prevista a ampliação da rotatória existente na avenida Santana.
Essa ampliação será necessária em virtude da duplicação que será feita na
avenida.
PORTO DE SANTOS
Além das obras em andamento na malha paulista, a Rumo também
está à frente das obras de modernização e expansão da FIPS (Ferrovia Interna do
Porto de Santos) – associação gerida pelas operadoras MRS Logística, VLI e a
própria Rumo – visando ampliar a infraestrutura ferroviária do Porto de Santos.
De acordo com Rafael Langoni, diretor de Expansão da Rumo, o
principal desafio que a concessionária encontra neste momento é a contratação
de empreiteiras que demonstrem expertise, qualificação e capacidade de execução
para os projetos do setor ferroviário. “É um projeto com investimentos robustos
e que continuará em ritmo acelerado, pelo menos até 2030. Sem sombra de
dúvidas, o setor ferroviário será uma das principais alavancas de crescimento
da construção civil”, destaca.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil cresceu
3,5% no segundo trimestre de 2024 na comparação com o primeiro trimestre do
ano. Na comparação com o mesmo período de 2023, o PIB do setor cresceu 4,4%. A
alta é justificada pelo aumento do consumo de insumos típicos como areia,
cimento e ferro.
Segundo Langoni, a tendência é que o mercado siga aquecido
nos próximos anos. “Estamos presenciando um ciclo de grandes investimentos em
infraestrutura, em virtude da renovação antecipada dos contratos de concessão e
dos contratos assinados sob o regime de autorização”. Com as obras executadas
pela Rumo, foi possível aumentar a capacidade da malha ferroviária de 45
milhões de toneladas/ano em 2020 para os atuais 53 milhões de toneladas/ano. “A
nossa expectativa é alcançar 75 milhões de toneladas/ano após a conclusão dos
investimentos”, explica o diretor de Expansão.
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