OAB de Hortolândia propõe campanha para cidade limpa nas eleições municipais
Objetivo é evitar o descarte de materiais de propaganda nas
ruas, garantindo um ambiente seguro e mais acessível para todos os eleitores,
em especial os mais vulneráveis
Beto Silva | Tribuna Liberal
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de
Hortolândia, Luiz Leite de Camargo, trouxe à tona uma preocupação crescente
entre os moradores do município, especialmente os idosos e pessoas com
mobilidade reduzida. Em conversa com a comissão de direito eleitoral e outros
advogados da diretoria da OAB local, a questão do descarte de material de
propaganda política próximo às seções eleitorais, na noite anterior e manhã do
dia das eleições, foi amplamente debatida.
“Fomos procurados por idosos e pessoas com mobilidade
reduzida que enfrentam dificuldades para acessar as seções eleitorais devido ao
acúmulo de material, como santinhos e panfletos jogados nas ruas. Esse problema
é ainda mais grave quando chove, pois o material bloqueia bueiros, causa
enxurradas e aumenta o risco de acidentes para quem já tem dificuldade de
locomoção”, afirmou Camargo.
A OAB de Hortolândia decidiu solicitar ao juiz eleitoral que intervenha para promover uma campanha de “cidade limpa” durante o período eleitoral. O objetivo é evitar o descarte de santinhos e demais materiais de propaganda nas ruas, garantindo um ambiente seguro e mais acessível para todos os eleitores, em especial os mais vulneráveis.
PROPOSTA DE RECICLAGEM
Além da preocupação com a segurança e acessibilidade dos
eleitores, a proposta também visa reduzir a poluição visual e ambiental gerada
pelo material descartado. Segundo Camargo, a ideia é que os candidatos destinem
os materiais de campanha não distribuídos até o sábado anterior às eleições (5
de outubro) para entidades assistenciais, que possam reciclá-los e, assim,
transformar esse lixo em apoio financeiro.
“Se os candidatos não conseguirem distribuir todo o material
confeccionado, que entreguem para uma entidade que faça a reciclagem. Assim,
ajudamos tanto a cidade a permanecer limpa quanto as entidades a arrecadarem
recursos”, sugeriu o presidente da OAB.
Ele também orientou os eleitores a não pegarem santinhos
jogados no chão, ressaltando que essa prática não contribui para uma escolha
consciente na hora de votar. “Se a pessoa vai até a urna e não decidiu o voto,
não deve se guiar pelo santinho jogado no chão. Isso só incentiva o descarte
massivo de material por parte dos candidatos, o que prejudica a cidade e vai
contra o que esperamos deles: responsabilidade e compromisso com a sociedade”,
destacou Camargo.
Camargo reforçou que a construção de uma sociedade mais
justa e organizada começa com o exemplo dado pelos próprios candidatos e a
adesão da população a essa causa. Ele ainda lamentou que a falta de ação
coercitiva por parte do judiciário tenha permitido a continuidade dessa prática
nas últimas eleições, mas acredita que o esforço conjunto entre cidadãos,
entidades e a Justiça Eleitoral pode mudar essa realidade.
“Queremos uma eleição limpa, tranquila, e que esse movimento
de limpeza ajude a nossa cidade. Seria incrível sermos pioneiros em ter a
primeira cidade verdadeiramente limpa no dia das eleições. Isso depende de
todos nós, do juízo eleitoral e, principalmente, dos candidatos que almejam ser
nossos representantes. Eles precisam cumprir a lei, que já é clara, e se
responsabilizar pelo descarte de material. Quem encontrar santinhos no chão,
pode recolhê-los e levar ao juiz eleitoral, que tomará as providências
cabíveis”, concluiu Luiz Leite de Camargo.
A expectativa é que a ação contribua não apenas para o
bem-estar dos eleitores, mas também para a conscientização dos candidatos sobre
o impacto ambiental e social de suas campanhas.
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