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Novo padrão de vida do hortolandense atrai novos investimentos

HOERTOLÂNDIA 31 ANOS 

Com emprego e mais dinheiro no bolso, moradores consomem novos produtos e serviços e seduzem empresários de diversos setores

O potencial de consumo aumentou, e muito, em Hortolândia nos últimos anos. Os números comprovam. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), atualmente, a média salarial do trabalhador hortolandense é de quatro salários mínimos, que equivalem a R$ 4,8 mil. Dezessete anos atrás, a renda média per capita da cidade era de R$ 870. Com mais dinheiro no bolso, os moradores de Hortolândia mudaram de padrão de vida e passaram a consumir novos produtos e serviços. É essa dinâmica que explica o crescimento do número de comércios e prestadores de serviços na cidade, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação.

Para chegar a esse patamar, o município vem investindo em uma forte política de desenvolvimento econômico com o objetivo de trazer novas empresas, gerar emprego e renda. Um pacote de medidas que inclui incentivo fiscal, apoio a micro e pequenos empreendedores, cursos para qualificar mão de obra local e investimento em obras públicas. Foi assim que a cidade deu um xeque-mate no alto índice de desemprego, que passava de 14%, 17 anos atrás, e consegue gerar postos de trabalho mesmo em tempos de pandemia.

“Com esse trabalho, a Administração conseguiu atrair novas empresas, garantir emprego para a população e aumentar a renda média per capita. Com o crescimento da renda, o potencial de consumo das famílias aumentou e atraiu mais comércios e prestadores de serviços diversificados para Hortolândia. Surgiram novas agências bancárias, grandes lojas, shopping, hotéis”, relembra o economista e secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação, Dimas Pádua.

A professora Camila da Silveira, 45 anos, lembra, sem saudade, da época em que tinha que ir para shoppings de Campinas para levar os filhos ao cinema. “Poder ter esse momento de lazer sem viajar para outra cidade é uma bênção. Temos shopping, grandes redes de supermercados, Macdonald´s, grandes academias, tudo aqui”, comemora a educadora.

De olho no novo padrão de vida de Hortolândia, empresários escolhem a cidade para investir em serviços cada vez mais sofisticados. Carlos Souza, ceo da rede de academias Malibu, é um exemplo. Após abrir uma academia de alto padrão no Jardim Terras de Santo Antonio, o empresário resolveu investir mais na cidade, onde vive há 27 anos. Desde dezembro, uma segunda unidade funciona no Jardim Amanda, com um diferencial: a franquia oferece atendimento 24 horas.

Juntas, as duas unidades fitness injetaram R$ 5 milhões de investimento na cidade e empregam 60 trabalhadores de Hortolândia. De acordo com Souza, a maioria dos alunos da Malibu Exclusive 24h é formada por empresários e profissionais com carga horária de trabalho diferente, a exemplo de médicos.

“A unidade 24h, já é uma franquia da Malibu. Agradeço aos primeiros franqueados, Celio e Roni, que acreditaram em nossa marca e trabalho e hoje já estão com mais de 1.500 alunos em menos de seis meses de inauguração. Estamos com um time em expansão, desenvolvendo as estratégias para um crescimento sustentável e saudável. Sou morador de Hortolândia. Amo minha cidade”, afirma o empresário que atende, no total, 3 mil na rede Malibu.

O número de grandes redes de supermercados, atacados e atacarejo também aumentou 800% na cidade nos últimos 15 anos, conforme reportagem publicada pelo jornal Tribuna Liberal. A quantidade desse tipo de estabelecimento saltou de um para nove. A previsão é que o setor cresça ainda mais.

“Até o final do ano, mais três grandes atacadões começam a funcionar em Hortolândia”, adianta o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Pereira, sem revelar o nome dos investidores.

O setor imobiliário também explode na cidade, desde 2010, principalmente com a oferta de apartamentos para atender quem quer morar nas alturas e atrai pessoas de cidades da região (veja reportagem ao lado).

“Emprego e renda significa mais qualidade de vida, mais acesso ao consumo. Com a renda crescente dos trabalhadores, comércios e empresas dos ramos mais variados se interessam em investir na cidade. Nossa perspectiva de crescimento econômico está melhor ainda porque, hoje, temos uma cidade estruturada com água, asfalto, coleta e tratamento de esgoto, sistema viário mais eficiente e que recebe novos investimentos. O quadrou mudou. Deixamos de ser cidade dormitório e passamos a viver de fato em Hortolândia, comprar, se divertir aqui”, observa Pereira.

                                                                     RAIO-X ECONÔMICO

PIB: R$ 14 bilhões

Receita Municipal: R$ 1,2 bilhão (previsão 2022)

Salário Médio: R$ 4,8 mil (4 salários mínimos)

Indústrias: 809

Comércios: 3.600

Serviços: 3.585

Shoppings: 2

Hotéis: 7

Fonte: Prefeitura de Hortolândia e IBGE

 Ponto fora da curva, Hortolândia mantém economia em alta mesmo com a pandemia

O secretário exemplifica, com números, a escalada de desenvolvimento de Hortolândia. Dezessete anos atrás, a arrecadação municipal era de R$ 150 milhões. Hoje, a previsão orçamentária é de R$ 1,2 bilhão. O PIB de Hortolândia cresceu de R$ 1,8 bilhão, no mesmo período, para os atuais R$ 14 bilhões.

“Aos 31 anos, Hortolândia se destaca com o quarto maior orçamento da RMC, mostra seu potencial econômico e futuro promissor. Nosso papel é fazer a cidade a continuar a se desenvolver”, afirma o secretário.

Ponto fora da curva, o município mantém o ritmo de desenvolvimento mesmo diante da crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus. Além de ampliar a receita municipal de R$ 757, 6 milhões (2019) para os previstos R$ 1,2 bi (2022), mesmo em plena pandemia, a cidade continua a receber investimentos do setor privado, além de injetar recursos robustos em obras públicas.

Neste mês, a fabricante de alimentos Marcy anunciou a instalação em Hortolândia, com geração de 40 empregos, sem revelar o valor de investimento na nova planta fabril. De acordo com Pereira, a cidade se prepara para receber um hospital particular de alta complexidade para atender Hortolândia e região.

Pequenos empreendedores também investem na cidade. Segundo o secretário somente de janeiro a abril deste ano, 672 empresas abriram cadastro para emissão de nota fiscal. No mesmo período, a Prefeitura recebeu a inscrição de 512 MEIs (Microempreendedores Individuais).

Além disso, a Administração investe forte em obras públicas. Um exemplo é a obra viária que ligará a região da Vila Real ao Novo Ângulo, apelidada de Superviário, que recebe a injeção de mais de R$ 80 milhões. Outros R$ 9,8 milhões acabam de ser investidos na ampliação do Parque socioambiental Lago da Fé, com recursos financiados pelo Banco CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina).

Feiras noturnas dão fôlego para pequeno empreendedor

Na esteira desse desenvolvimento, estão os pequenos empreendedores e comerciantes ambulantes que compõem a cadeia econômica local. Para fazer o dinheiro girar nesses setores, o mais prejudicado com as restrições impostas pela pandemia, a Prefeitura criou as feiras noturnas.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação, a feiras noturnas acontecem em áreas públicas da região do Novo Ângulo, Rosolen, Amanda, Santa Clara e Centro. Nesses espaços, os empreendedores podem comercializar de produtos alimentícios a artesanato.

O município também ampliou a oferta dos serviços de apoio e formação ao pequeno empreendedor, por meio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio ao Micro e Pequeno Empreendedor), Casa do Empreendedor e Banco do Povo.

Outra ação da Prefeitura, será a regularização e organização dos comerciantes ambulantes. Segundo o secretário João Pereira, a estimativa é que existam, no mínimo, 150 trabalhadores neste tipo de atividade.

“Nessa retomada da economia, no pós-pandemia, muita gente transformou o CPF em CNPJ. Queremos criar políticas públicas para essas pessoas, criar condições para o desenvolvimento de micro, pequenos empreendedores e ambulantes, de modo organizado”, diz João Pereira.

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