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Postos da região vão repassar aumento na gasolina ainda nesta semana - Foto: Marcelo Camargo

Novo aumento de R$ 0,41 na gasolina chega até sexta à região, diz Recape

A previsão é que a alta nos postos da região seja de até R$ 0,30 na gasolina e até R$ 0,70 no diesel; motoristas de Sumaré e Hortolândia se revoltaram com aumentos, classificando o reajuste como abuso contra população

Paulo Medina | Tribuna Liberal

Uma nova onda de aumento nos preços dos combustíveis atingirá a região ainda nesta semana após o anúncio da Petrobras pelo reajuste de R$ 0,41 na gasolina a partir desta quarta-feira (16). Para Emílio Martins, presidente do Recape, que é o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Campinas e Região, os impactos chegam às bombas das cidades da região até a próxima sexta-feira (18). A previsão é que a alta na região seja de até R$ 0,30 na gasolina e até R$ 0,70 no diesel. Motoristas de Sumaré e Hortolândia se revoltaram com mais aumentos.

“Depois de um longo período com uma disparidade muito grande entre os preços internacionais e os preços praticados aqui internamente pela Petrobras, a empresa resolveu reajustar seus preços na gasolina e no óleo diesel. Isso vai minimizar o problema, a gente já estava com alguns pontos da região aqui com contingenciamento de diesel, alguma dificuldade, então esse aumento vai capilarizar bastante o abastecimento desse produto. Acredito que nos próximos dias esse aumento seja repassado nas bombas porque o mercado na ponta é muito competitivo, os postos hoje já estão sentindo um efeito muito grande de variação nos preços. As distribuidoras, principalmente as pequenas que atendem postos independentes, já subiram seus preços, já repassaram alguns aumentos, acredito que até o final dessa semana esse repasse que a Petrobras fez já esteja nas bombas, afetando o preço ao consumidor”, projetou Martins. 

Morador da região do Matão, Washington Santos, de 38 anos, criticou mais um aumento. “Assim ninguém consegue abastecer, subir mais a gasolina. Quantas vezes subiu só esse ano, isso é ridículo”, disse o morador. “Eu considero mais um abuso contra a população. Quantas pessoas estão endividadas, sem poder de compra mesmo, e acontece uma coisa dessas de novo. E quando aumenta sabemos que é difícil ou quase impossível abaixar bem os valores. Não acho justo”, opinou a dona de casa Suzana Assis, de 43 anos, moradora de Hortolândia.

PREÇO ATUAL 

Nos postos de Sumaré, o preço médio da gasolina abriu agosto sendo vendido a R$ 5,29, podendo chegar a R$ 5,59 com a nova alta. No início de julho, o preço era R$ 5,27 o litro. Em Hortolândia, neste início de agosto, o valor médio da gasolina é R$ 5,20, podendo bater os R$ 5,50. Os valores são baseados em pesquisas de preço feitas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural).

ANÚNCIO

A Petrobras anunciou nesta terça-feira (15) o reajuste nos preços da gasolina e do diesel. A gasolina A - produzida pelas refinarias de petróleo e entregue diretamente às distribuidoras - terá o preço médio aumentado em R$ 0,41 por litro e passará a ser vendida às distribuidoras por R$ 2,93. O aumento é de cerca de 16%. “Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba”, diz o comunicado da empresa.

Apesar desse reajuste, no ano, o preço da gasolina vendida às distribuidoras acumula redução de R$ 0,15 por litro, segundo a empresa. Para o diesel, a Petrobras aumentará o preço médio de venda para as distribuidoras em R$ 0,78, chegando a R$ 3,80 por litro. O reajuste representa 26%. Levando em consideração a mistura obrigatória de 88% de diesel A - produzido nas refinarias - e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro.

No ano, o preço de venda de diesel da Petrobras para as distribuidoras acumula redução de R$ 0,69 por litro, segundo a empresa. A parcela da Petrobras no preço do combustível não é o valor final que o consumidor encontra nas bombas porque ainda entram no cálculo impostos e margens de lucro da distribuição e dos postos.

A Petrobras esclareceu que a nova política de preços da empresa “incorpora parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação”. Segundo a empresa, “em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigasse os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes”.

A companhia ressalta que, “no entanto, a consolidação dos preços de petróleo em outro patamar, e estando a Petrobras no limite da sua otimização operacional, incluindo a realização de importações complementares, torna necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis, dentro dos parâmetros da estratégia comercial, visando reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a Petrobras”.

Na avaliação da companhia, a nova política de preços evita repassar aos consumidores a volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao mesmo tempo em que preserva um “ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”. (Com informações da Agência Brasil) 

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